Chuva em Santa Catarina causa ao menos duas mortes e alaga shopping
Após cinco dias de chuva forte que causam alagamentos, bloqueios de rodovias e ao menos duas mortes, Santa Catarina terá situação de emergência decretada pelo governador Carlos Moisés (Republicanos) ainda nesta quinta-feira (1º).
Duas mortes em razão dos alagamentos já foram registradas. Em Palhoça, região metropolitana de Florianópolis, um homem morreu ao tentar atravessar uma área alagada e foi eletrocutado. Em Brusque, um dos maiores municípios do Vale do Itajaí, um homem foi soterrado após deslizamento no bairro Poço Fundo —ele foi resgatado, mas já sem vida.
Em Navegantes, no litoral sul, um bombeiro está desaparecido após seu barco virar durante o resgate de um pescador, por volta as 6h desta quinta-feira.
Conforme a Defesa Civil, até a tarde desta quinta-feira o estado já somava 882 pessoas desalojadas. Desde segunda (28) há um alerta hidrológico para o risco de inundações nas bacias das regiões do Litoral Sul, Grande Florianópolis e Vale do Itajaí.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) também publicou nesta quinta-feira alerta vermelho —referente a “grande perigo”— para chuvas com ventos superiores a 60 km/h e acumulados acima de 100 mm/dia, com “grande risco de grandes alagamentos e transbordamento de rios, grandes deslizamentos de encostas”.
O alerta vale para 107 municípios de todo o litoral catarinense, serra catarinense, metropolitana de Curitiba (PR) e nordeste do Rio Grande do Sul. No Paraná, em Guaratuba, equipes de resgate trabalham para localizar os desaparecidos após um deslizamento que soterrou 16 veículos na BR-376. A rodovia está bloqueada por tempo indeterminado.
Um dos municípios catarinenses mais afetados é São João Batista (SC), a 78 km de Florianópolis, que foi submerso após a cheia do rio Tijucas, nove metros acima dos parâmetros normais. Há registro de casas apenas com o telhado para fora d’água. A cidade já soma 403 mm de chuva acumulada desde o final de semana passado.
O resgate da população teve de ser feito com a ajuda de embarcações e helicópteros, algumas tiveram de nadar até as aeronaves para serem socorridas. A cidade de 38,5 mil habitantes teve de pedir ajuda a prefeituras vizinhas para receber desabrigados.
Em Santo Amaro da Imperatriz e Palhoça, na região metropolitana de Florianópolis, equipes de resgate também tiveram de atuar para socorrer pessoas ilhadas em suas casas. Em Palhoça, a água deixou carros ilhados no estacionamento e invadiu o térreo do shopping Via Catarina, no bairro Pagani. O empreendimento fechou as portas temporariamente, mas não teve prejuízos.
O grande volume de chuva é generalizado no estado. Na Grande Florianópolis, já são mais de 645 mm de chuva acumulados desde o final de semana. Em Joinville, metrópole da região nordeste, são mais de 450 mm. Já em Tubarão, ao sul, soma mais de 280 mm.
Segundo o instituto meteorológico MetSul, os altos volumes de chuva na região ocorrem em razão de uma combinação de ar quente e úmido, o que favorece a ocorrência de chuva forte com elevados volumes em curto intervalo de tempo.
A previsão para Santa Catarina é de que a chuva diminua nas próximas horas, mas estão previstas novas precipitações no início da próxima semana em algumas das regiões mais atingidas, como a Grande Florianópolis e na região de Joinville. Nos próximos dez dias, grande parte do estado pode acumular perto ou acima de 100 mm de chuva, conforme o instituto.
A chuva também causa transtornos em rodovias catarinenses. A BR-101 está interditada em razão de um deslizamento no Morro dos Cavalos, em Palhoça (SC). Conforme a Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina, além da BR-101, há interdições em razão de deslizamentos na BR-282, entre Águas Mornas (SC) e Rancho Queimado (SC) e em Santo Amaro da Imperatriz (SC), e na BR-280, na Serra de Corupá.
As rodovias BR-116 e BR-470 não estão bloqueadas, mas, conforme a PRF, há grande congestionamento.
O governo do Estado pede que a população permaneça em alerta e evite deslocamentos, sobretudo a cidades alagadas, como São João Batista e Santo Amaro da Imperatriz.
Caue Fonseca/Folhapress
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