Petistas consideram nome de Azi pior do que o de Elmar, mas aliado de ACM Neto estaria inclinado a rejeitar indicação

O nome do deputado federal baiano Paulo Azi para o ministério do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva desagrada ainda mais o PT da Bahia do que o do companheiro de União Brasil Elmar Nascimento. Segundo dois deputados federais do PT da Bahia ouvidos na noite desta quarta-feira (28) pelo Política Livre, o fato de Azi ser mais ligado ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto dificulta a aceitação do parlamentar, cotado para a pasta das Comunicações, segundo noticiou a imprensa nacional.

“Paulo Azi é subordinado de ACM Neto, que é dono de empresa de comunicação, todos sabem. Elmar é mais independente, e é um deputado com quem temos um trato melhor”, afirmou um dos parlamentares petistas ouvidos na condição de anonimato, para não ser apontado, segundo ele, como alguém que quer “melar” as negociações do futuro presidente. “Se fosse Elmar para as Comunicações seria melhor. O problema é que ele quer a Integração Nacional, o que o PT não aceita, porque é um ministério mais forte na mão de nossos tradicionais adversários na Bahia”, acrescentou outro deputado.

Nesta quarta, uma fonte do Política Livre informou com exclusividade que Lula havia mudado a oferta ao União Brasil, tirando da lista a Integração Nacional (clique aqui para ler). Ou seja, Elmar teria que aceitar um dos três ministérios oferecidas às bancadas do partido na Câmara e no Senado, entre eles o do Turismo. O deputado baiano, que é líder do União Brasil na Câmara e foi relator da PEC da Transição, estaria inclinado a não aceitar mais uma vaga na Esplanada.

Depois dessa notícia, surgiu a especulação de que Paulo Azi, que é presidente do União Brasil na Bahia, estava cotado para a pasta das Comunicações. Segundo apurou o Política Livre, o parlamentar, no entanto, não estaria disposto a aceitar a indicação. Na solenidade de diplomação dos eleitos na Bahia, o deputado deu declarações defendendo que o partido dele seja independente no Congresso Nacional, sem aderir à base do governo Lula.

No final da noite desta quarta (28), o site do jornal O Globo informou que a pasta da Integração Nacional voltou a ser cotada para o União Brasil, só que, diante da resistência do PT ao nome de Elmar em função das críticas ácidas feitas pelo parlamentar nas eleições contra o próprio Lula e o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), o nome do senador Davi Alcolumbre (União-AP) surgiu como alternativa para o comando da pasta, ao lado da senadora eleita Professora Dorinha Rezende (União-TO).

De acordo com o mesmo jornal, tão logo ficou claro que o PT o impediria de assumir a pasta desejada, Elmar Nascimento foi para Alagoas com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), onde foram debater o cenário político.

Lira vinha defendendo o nome do deputado baiano para a Integração Nacional. A decisão de Lula de dar ouvidos às queixas do PT da Bahia, principalmente do senador Jaques Wagner, também rachou o União Brasil. O atual presidente nacional da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), ficou isolado porque, segundo correligionários, tentou se cacifar para ocupar a pasta da Integração.

Por outro lado, integrantes da bancada do União Brasil, que terá 59 deputados em 2023, afirmaram que não há segunda opção no partido para a pasta e, caso não fique com Elmar, a legenda poderá se declarar independente ou até oposição no Congresso. Interlocutores do deputado disseram ainda que, durante as negociações da PEC da Transição, emissários de Lula sinalizaram que ele poderia ganhar a Integração Nacional.

Vale lembrar que durante o governo Jair Bolsonaro, o União Brasil sempre se colocou como independente, embora ocupando cargos em todos os escalões. Elmar Nascimento, por exemplo, indicou o atual presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Moreira. Os parlamentares baianos da legenda costumavam votar sempre com o Planalto.

Política Livre

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