PF e Polícia Legislativa prendem empresário que ameaçava Randolfe e encontram arsenal
A Polícia Federal e a Polícia Legislativa do Senado realizaram na manhã desta quinta-feira (22) uma operação conjunta que resultou na prisão em flagrante do empresário bolsonarista Júlio Farias, no Amapá. Dono de uma rede de postos que leva o seu nome, ele vinha efetuando uma série de ameaças contra o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Um mandado de busca e apreensão foi expedido pela juíza federal Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília, no âmbito de um inquérito aberto pela Polícia Legislativa.
Na residência do empresário, as autoridades encontraram dez armas e mais de 3.000 munições. O arsenal reúne itens como um fuzil, pistolas semi-automáticas e um revólver calibre 38.
Júlio Farias foi preso em flagrante pela Polícia Federal por causa de um silenciador para fuzil comprado ilegalmente. O acessório é considerado de uso restrito e, por isso, vedado pelo Estatuto do Desarmamento.
As ameaças contra o senador Randolfe Rodrigues eram feitas pelo empresário por meio de suas redes sociais. No mês passado, o empresário bolsonarista Júlio Farias usou palavras de baixo calão e proferiu ofensas de teor homofóbico contra o parlamentar em vídeo publicado em seu perfil.
“Ô, gazela, eu vou te avisar uma coisa: o dia que eu me encontrar contigo e tu falar para mim ‘perdeu, mané’, tu vai cair na porrada. Vagabunda, nojenta”, afirmou Farias.
O empresário fazia referência a uma discussão ocorrida entre o senador e uma apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL) no aeroporto do Cairo, no Egito, na semana passada. “Deixa eu te falar uma coisa: perdeu, mané”, disse Randolfe na ocasião, em resposta a provocações feitas pela mulher.
Na ocasião, o dono da rede de postos publicou nos stories do Instagram uma foto em que aparece deitado de bruços em um matagal enquanto empunha uma arma e mira em um alvo. “Não passa uma gazela”, escreveu.
Nas redes sociais, Júlio Farias também aparece ao lado de agentes armados e frequentando clubes de tiro em diversas imagens.
Outras publicações ainda mostram o empresário participando de manifestações golpistas que buscam deslegitimar o resultado das eleições deste ano. Em uma delas, Faria afirma que “se o Brasil fosse um país sério” não se estaria “falando de Lula” —e que o petista “estaria enterrado na fossa”.
Mônica Bergamo/Folhapress
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