Polícia Federal prende PM e mais 3 em operação contra atos golpistas em RO
A Polícia Federal prendeu hoje um policial militar da reserva e mais três suspeitos de “associação criminosa” para organizar atos golpistas em Rondônia após vitória presidencial de Lula. O que aconteceu? A PF e o Ministério Público miram uma organização em Colorado Oeste; foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e quatro de prisão; e foi suspenso o direito ao porte e posse de arma aos investigados.
“Alguns dos envolvidos que possuíam licença de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) tiveram sua autorização suspensa e o respectivo armamento e munições foram recolhidos”, diz a PF. O PM, empresários e produtores rurais “coagiram cidadãos a aderiram aos protestos”, segundo a PF.
Os 50 policiais que participaram da operação de hoje apreenderam: nove armas, seis aparelhos telefônicos, 300 munições de diferentes calibres. “O material arrecadado será analisado para identificar outros envolvidos, sobretudo, possíveis financiadores do grupo criminoso”, diz a Polícia Federal.
A Operação Eleutéria começou após depoimento de comerciantes, caminhoneiros e autônomos “que foram constrangidos pelos líderes da manifestação realizada na cidade por pessoas inconformadas com o resultado da eleição”, diz a PF.
Enquanto algumas “pessoas foram obrigadas a fechar o comércio como forma de apoio à manifestação”, outras “não puderam abastecer seus veículos livremente” porque o “grupo impediu a passagem de caminhões tanques na cidade” e limitou “a quantidade de combustível por pessoa”.
“Foi constatado que comerciantes foram obrigados a demonstrar apoio à manifestação”, diz a PF. Outros abusos: Coação a servidor que foi à manifestação averiguar irregularidades; A população local foi cerceada do acesso a bens de consumo essenciais; Estudantes tiveram prejudicado o seu acesso às escolas.
Somados, os seguintes crimes podem resultar em até 16 anos de reclusão; Associação criminosa; Constrangimento ilegal; Coação no curso do processo; Crimes contra a relação de consumo e contra a atuação do MP.
O nome da operação Eleutéria se refere à deusa grega da Liberdade, em alusão “ao clamor popular de comerciantes, motoristas, empresários e cidadãos do município que vieram até as autoridades suplicar pela garantia da sua liberdade”, conclui a PF.
Wanderley Preite Sobrinho / Folhapress
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