Oponentes do aborto pedem proibição mais rígida em 1a marcha em Washington
WASHINGTON (Reuters) – Milhares de opositores ao aborto se reuniram em Washington nesta sexta-feira para a 50ª “Marcha pela Vida” anual, em um novo capítulo para o movimento que se organizou por décadas em torno da derrubada da decisão conhecida como Roe vs. Wade, que reconheceu o direito das mulheres ao aborto nos Estados Unidos.
Com essa decisão derrubada, os ativistas da Marcha pela Vida comemoraram a vitória de seu movimento, pressionando por limites mais rígidos ao aborto em nível estadual e nacional, e rezando para mudar os “corações e mentes” dos norte-americanos que apóiam o direito ao aborto.
“Ainda não terminamos”, disse a presidente da Marcha pela Vida, Jeanne Mancini, à multidão, que parecia menor do que no ano anterior, mas ainda se espalhava pelo National Mall de Washington.
“Vamos marchar até que o aborto seja impensável”, disse ela.
Desde a decisão em 24 de junho de 2022, 12 Estados impuseram a proibição total do aborto com exceções limitadas e o aborto não está disponível em dois estados adicionais, de acordo com o Guttmacher Institute, uma organização de pesquisa e defesa de direitos reprodutivos.
Os participantes da manifestação disseram que queriam ver o aborto proibido em todos os Estados, em todas as fases da gravidez. Alguns seguravam cartazes que diziam: “Exijo proteção na concepção” e “aborto é genocídio”.
“Acredito que, assim como não gostaríamos de matar ninguém aqui, não gostaríamos de ver nenhuma dessas vidas feridas ou perdidas”, disse o pastor Rob McNutt.
“A vida começa na concepção”, disse Kathleen Stahl, uma enfermeira de 60 anos de Washington, DC, que trabalha com saúde maternal e infantil.
Stahl e outros disseram que, além da proibição do aborto, querem ver mais legislação destinada a obter recursos para mulheres que lutam com gravidez inesperada.
“Precisamos dar cuidados de saúde para nossas mães e muitas de nossas jovens mães precisam de mais apoio”, disse Stahl.
Ativistas recitaram a Oração do Senhor e cantaram “Nós amamos bebês!” enquanto marchavam. Em um aceno para a vitória na Suprema Corte, eles não foram diretamente para o prédio do tribunal superior, mas passaram em frente ao Capitólio dos EUA, onde esperam ver promulgada lei federal contra o procedimento.
O evento ocorreu dois dias antes do que teria sido o 50º aniversário da decisão Roe vs. Wade.
(Reportagem de Gabriella Borter)
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