Discursos de Lula e Rosa Weber mostraram ‘insanidade’ da ‘escumalha’, diz Celso de Mello

O ex-ministro do STF Celso de Mello, durante sessão da corte, em 2019
O ex-decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello afirma que a cerimônia de abertura do ano Judiciário na Corte nesta quarta-feira (1º) atestou “a repulsa ao intuito golpista de setores radicais, de extrema-direita e do bolsonarismo”.

Em mensagem enviada à coluna e a outros interlocutores, Celso de Mello diz que os discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da ministra do Supremo Rosa Weber foram “primorosos” e revelaram a “insanidade” da “escumalha”, em referência aos manifestantes golpistas que invadiram Brasília no mês passado.

Em sua fala, o presidente Lula disse que a escalada golpista no país, que culminou com os ataques à sede dos três Poderes em 8 de janeiro, é resultado da descrença na política.

O petista também elogiou os ministros da corte, falou em decisões corajosas e no restabelecimento da harmonia entre os Poderes, em uma referência velada ao seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

Sobre os invasores, Celso de Mello diz que “o elevado grau de insanidade institucional e de gritante aversão com que uma escumalha descontrolada e cheia de raiva e fúria selvagem manifestou, de modo violento e ilegítimo, sua vontade totalitária e o seu menosprezo indigno ao regime democrático e ao estatuto das liberdades constitucionais”.

O ex-decano aponta ainda que o comportamento da “horda invasora constitui a expressão perversa do gravíssimo retrocesso institucional com que bolsonaristas radicais pretendiam perverter, deformar e suprimir a ideia ética e politicamente superior de democracia”.

E diz: “Revelaram, ainda, na obra criminosa e destrutiva que perpetraram na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023 —um dia que viverá em eterna infâmia— , sua verdadeira face: a de delinquentes e de pessoas retrógradas e reacionárias, que só buscam o retrocesso institucional, que prestam, em gestos de indigna submissão, reverência vergonhosa a todos os tipos de fundamentalismo e de negacionismo, que cultivam, cegamente, um ódio irracional, além de profundo grau de intolerância, visando servir a um projeto sórdido de poder autoritário, visceralmente lesivo ao princípio dominante nas sociedades civilizadas: o princípio intocável da Democracia!”.

Celso de Mello chama os invasores de “marginais da ético do poder democrático e do Direito, capazes de toda sorte de vilanias e das mais graves transgressões criminosas da ordem jurídica”.

Mônica Bergamo, Folhapress

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