Em duas semanas, desmatamento na Amazônia já bate recorde para fevereiro
Floresta Amazônica |
Os alertas foram divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Deter, sistema do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que reúne informações para o combate ao desmatamento em tempo real. Os dados referentes ao total do mês de fevereiro devem ser divulgados em duas semanas.
Até então, o número de desmate mais alto para fevereiro tinha sido registrado no ano passado, com 198,6 km² de floresta perdida.
Considerando os dados parciais, a maior parte da destruição no mês está concentrada em Mato Grosso (129,4 km²). Em seguida vêm Pará (33,9 km²) e Amazonas (23,1 km²).
O início do ano é chuvoso na região, o que dificulta a derrubada da vegetação e leva a números mais baixos no desmate, na comparação com outras épocas.
O recorde atual vem após uma queda de 61% que tinha sido registrada em janeiro, na comparação com 2022. À época, especialistas ponderaram que, ainda que fosse uma boa notícia, a redução deveria ser vista com cautela, já que o mês tinha tido alto índice de cobertura de nuvens na região, o que dificulta o monitoramento por imagens de satélite.
Pela forma como é elaborado e prevendo esse tipo de variação, o dado do Deter é usado para analisar tendências, que são consolidadas a cada três meses. Ou seja, os números que darão um diagnóstico mais sólido sobre o começo deste ano devem sair apenas ao final do primeiro trimestre.
Desde o início de 2023, o Deter já apontou 375,3 km² desmatados na Amazônia.
Estes são os primeiros índices do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vem concentrando ações na região amazônica no combate à crise humanitária dos yanomamis e ao garimpo ilegal.
No último dia 15, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou um programa para ampliar as ações de segurança na Amazônia. Batizado de Amazônia Mais Segura, o programa tem o objetivo de combater ações como garimpo ilegal e desmatamento.
Jéssica Maes/Folhapress
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