Flavio Rocha vê avanço da reforma tributária com ceticismo

O empresário Flavio Rocha, dono da Riachuelo, tem visto com ceticismo a evolução das previsões do novo governo para o avanço da reforma tributária.

Rocha, que foi uma das vozes de peso do empresariado no entorno da gestão Bolsonaro, é crítico da PEC 45, elaborada pelo hoje secretário especial para o assunto, Bernard Appy.

Na opinião do empresário, as versões que tramitam no Congresso não alcançam “a nova economia uberizada”.

“As propostas que estão aí oneram ainda mais a economia ética formal, que vende com nota [fiscal] e registra funcionário, e deixa completamente à parte os Airbnb, os iFood da vida, essas dark kitchens [cozinhas voltadas ao delivery]”, disse Rocha ao Painel S.A..

Ele vê a PEC 45 com ganhadores e perdedores. De um lado, setores como o financeiro se beneficiarão do projeto, mas outros ramos da atividade econômica devem ser empurrados para a informalidade, segundo ele. Rocha defende modelo que resgataria um tributo nos moldes da antiga CPMF para desonerar a folha de pagamentos.

“Tem um grupo muito grande, que é mais desorganizado e à parte dessa discussão, mas que perde fortemente. Esses perdedores são setores muito importantes na economia porque geram 80% dos empregos. São os setores de serviço, varejo, agro e construção civil”, diz.

com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
Joana Cunha/Folhapress

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