PF diz ao STF não haver provas de que Renan recebeu propina em caso da Lava Jato

O senador Renan Calheiros (MDB-AL)
A Polícia Federal informou, em um relatório encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal), que não tem provas de que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) recebeu propinas em um suposto esquema relacionado à Transpetro, subsidiária da Petrobras, apontado em desdobramento da Operação Lava Jato.

O relatório sobre o caso foi enviado ao ministro Edson Fachin, relator dos casos da operação na corte, na quarta-feira (22).

As investigações, que apuravam suspeitas da prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, foram iniciadas a partir das delações premiadas.

Entre elas, estavam a de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, morto no ano passado.

Segundo a delegada Lorena Lima Nascimento, “após analisadas as provas materiais e ouvidos os supostos envolvidos, não se observou a existência de elementos que pudessem corroborar a hipótese criminal objeto da presente investigação”.

“Os colaboradores ouvidos apresentaram versões, em parte, concordantes com os fatos, mas não foram aptas a trazerem aos autos ou a produzirem a partir delas, elementos de prova capazes de corroborá-las”.

De acordo com a delegada, os documentos apresentados nos autos da investigação também não foram capazes de “demonstrar uma ligação direta entre os pagamentos de propina destinados ao então presidente da Transpetro e sua destinação final, ainda que parcialmente, ao parlamentar investigado José Renan Vasconcelos Calheiros”.

“O rastreamento do caminho do dinheiro em espécie pereceu no tempo, tanto em razão do longo lapso temporal, como em razão de não se vislumbrar um liame direto de que os valores entregues supostamente por Wilson Quintella Filho, ou por terceiros designados sob as orientações de Sergio Machado, tinham como destinatário final o parlamentar investigado”, disse a delegada da Polícia Federal.

Fachin, agora, deve pedir que o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifeste sobre o caso.

Folhapress

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