Cenas inusitadas no Planalto: radicais põem celular para carregar, fumam e chegam com bike

Entre computadores atirados ao chão, extintores lançados nas janelas e câmeras quebradas, as imagens da invasão do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro, divulgadas neste sábado, 22, mostram radicais carregando o celular, descansando no sofá, acendendo um cigarro e ainda passeando pelos andares com uma bicicleta à tiracolo. Durante aproximadamente uma hora, os golpistas agiram à vontade, sem demonstrar apreensão diante de seguranças privados ou integrantes da Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal.

Os vídeos revelam que, mesmo com o reforço policial chegando, os invasores permanecem na parte interna do Planalto sem pressa. Alguns precisam ser conduzidos pelos PMs para evacuar os andares sem qualquer temor de serem presos – antes, no entanto, aproveitam para roubar um aparelho fixo de telefone, um vaso decorativo ou garrafas de água. Enquanto isso, há quem assista às cenas de destruição acendendo um cigarro, carregando o celular na tomada do segundo andar ou fazendo uma live.

A sequência da invasão da sede do governo Lula pode ser acompanhada minuto a minuto por uma das câmeras instaladas na entrada principal do prédio. Pelas imagens é possível perceber que a porta da entrada não foi mesmo arrombada, como já havia dito do presidente, e que os invasores avançaram pelas laterais e não somente pelo acesso destinado ao público em geral.

Pela mesma câmera dá acompanhar a destruição da recepção do Planalto. Todos os monitores são atirados em segundos ao chão. Na sequência, os radicais tentam quebrar os aparelhos de Raio X e as catracas por onde passam os funcionários. Em minutos, o cenário é de destruição, com as portas de vidro também quebradas.

O conjunto de imagens liberado por ordem do Supremo Tribunal Federal mostra a mesma tranquilidade dos radicais nos demais ambientes do Planalto. Depois de caminharem pela Esplanada dos Ministérios e invadir o Congresso, os golpistas descansam, nos sofás do segundo andar ou nas cadeiras usadas pelo governo durante lançamentos de programas oficiais.

Por volta das 15h40, um grupo de cinco pessoas, três mulheres e dois jovens, todos com roupas verde-amarela e bandeiras do Brasil, chega ao 4º andar do prédio, onde ficam os gabinetes de ministros do alto escalão do governo, como a Casa Civil e o Gabinete de Segurança Institucional. Uma das mulheres sobe na frente, sorrindo e registrando os danos com o celular enquanto narra a cena. Àquela altura, os vândalos já haviam depredado o andar. Armários estavam tombados, vidros quebrados e um extintor de incêndio foi disparado.

Os golpistas passaram mais de uma hora circulando livremente pelo prédio após a invasão. Um deles é gravado abrindo e fechando armários. Outro homem carrega durante um vaso que parece de porcelana e mais um outro tenta arrombar um caixa eletrônico. Tudo na mais perfeita calma.

Estadão

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