MST diz que se reuniu com Lira para acordo e que CPI ‘cheira a perseguição’ BRASIL
O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Paulo Rodrigues afirma ainda se sentir “esperançoso” de que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), vai impedir a instalação de uma CPI para investigar o movimento.
Lira afirmou que fará nesta semana a leitura do requerimento de criação da comissão, que já atingiu o número mínimo de 172 assinaturas para ser instalada.
A decisão foi anunciada em meio às ações do movimento em área da Embrapa em fazendas e em sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
João Paulo revelou à coluna que se encontrou com Lira há duas semanas, antes mesmo das ações do movimento, justamente para falar sobre a criação da CPI.
Segundo ele, a conversa foi “muito respeitosa, o Lira foi muito sério com a gente”. E a conclusão do MST e do presidente da Câmara, diz João Paulo, foi a de que seria possível um acordo que evitasse a instalação da comissão.
“Eu comecei dizendo que ele é produtor rural, mas que, na posição em que está, precisa ser imparcial, ou desorganiza a República. E pedindo que me apontasse um único fato, nos últimos cinco anos, que justificasse a criação da CPI. Não existe. Todas as ocupações que fizemos, sem exceção, foram em terras improdutivas ou abandonadas”, afirma o líder sem terra.
“A Jornada de Abril, quando promovemos ocupações, não aconteceu. Foram apenas duas”, diz ele, referindo-se às invasões da Embrapa e a outra no Espírito Santo.
João Paulo afirma que Lira o ouviu com atenção. E teria dito: “Você me convenceu”.
Apenas isso, no entanto, não bastaria.
O presidente da Câmara teria dito que seria preciso que o MST convencesse a poderosa Frente Parlamentar da Agropecuária a diminuir a pressão para a criação da CPI.
“Ficamos de voltar a conversar na terça passada [dia 18] e de marcar um encontro com os deputados da bancada ruralista”, diz o líder do MST.
Arthur Lira, no entanto, “desapareceu” do radar do movimento. Não atendeu mais a telefonemas nem marcou qualquer nova conversa.
“Mas eu ainda acho que ele vai negociar. Porque saímos da casa dele justamente com essa agenda, de diálogo e entendimento”, diz João Paulo Rodrigues.
Mônica Bergamo, Folhapress
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