Ministros de Lula veem como desastrosa tentativa do governo de alterar marco do saneamento e colher derrota

A decisão de Lula (PT) de enviar ao Congresso dois decretos alterando o marco legal do saneamento, o que o levou a sofrer a primeira derrota expressiva na Câmara dos Deputados, foi considerada desastrosa por ministros do próprio governo.

Pelo menos três deles manifestaram, em conversas com colegas e também com a coluna, perplexidade com o fato de o presidente insistir em uma proposta que seria previsivelmente derrotada.

O governo iniciou, com isso, um ciclo de votações de matérias importantes na Câmara passando por um vexame e escancarando a debilidade de sua base parlamentar –quando poderia, na avaliação dos mesmos ministros, começar com propostas mais simples e consensuais e sair vitorioso.

Eles creditam a derrota especialmente ao ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), que teria insistido no assunto.

Já parlamentares citam também o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que passou a ser alvo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Na visão dos ministros que criticam a iniciativa, o governo não entendeu que o marco legal não era considerado obra do governo de Jair Bolsonaro (PL), mas sim do próprio Congresso —que resistiria a qualquer tentativa de alteração.

Os decretos foram derrotados na Câmara por 295 a 136 votos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já afirmou que a “tendência” é de que os senadores também rejeitem a proposta, sacramentando a derrota de Lula.

Mônica Bergamo/Folhapress

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.