Governador do Acre vai à Justiça para poder voltar a falar com o pai; os dois são investigados
O governador do Acre, Gladson Cameli, recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para poder voltar a ter contato com o pai, Eládio. Ambos são investigados pela Operação Ptlomeu, da Polícia Federal, por supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a cúpula do Executivo do Estado. Eles estão proibidos pela Justiça de ter contato um com o outro desde março.
Esta não é a primeira vez que o governador recorre da restrição. Ele já teve outros pedidos negados pelo mesmo STJ. Agora, no entanto, alega que o pai tem idade avançada (70 anos) e está com a saúde debilitada.
A PF, no entanto, alega que, se as cautelares não forem renovadas, há risco de ‘dano irreparável’ ao inquérito. “Os investigados estarão aptos a praticar uma série de atos que colocam em potencial risco a apuração policial”, argumenta a corporação.
O delegado Pedro Henrique do Monte Miranda argumenta que os investigados poderão coagir testemunhas, combinar versões entre si e acessar órgãos públicos. Segundo a PF, o pai do governador integraria um grupo responsável por ‘viabilizar o desvio de recursos públicos em interesse próprio’.
Relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que, entre janeiro e agosto de 2019, período que coincide com os primeiros meses de mandato de Gladson, o patriarca movimentou R$ 420,4 milhões em uma conta na Caixa Econômica.
Roseann Kennedy/Julia Lindner/Estadão
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