Políticos conservadores da Bahia tentam proibir menores de idade em paradas LGBTQIA+
Políticos conservadores se mobilizam em todo o país para tentar impedir que menores de idade possam participar das paradas LGBTQIA+, que acontecem em várias capitais do país – em Salvador, o evento está programado para setembro. Em Brasília, o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante) apresentou um projeto de lei para garantir que a proibição seja nacional.
A proposta de Isidório, que se classifica como ex-gay e atualmente é evangélico, prevê a penalização para os pais que levarem seus filhos e para os organizadores das paradas, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ao contrário da maioria dos políticos que têm apresentado projetos com esse objetivo em todo o país, em assembleias legislativas e câmaras municipais, o baiano é apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O texto de Isidório proíbe a participação de menores de 16 anos ou sua imagem em “eventos ou manifestações afirmativas de gênero ou relacionadas à opção sexual e atividades eróticas ou sensuais promovendo a sexualização precoce”.
“A participação desses menores de 16 anos em eventos que focam erotização e a sexualidade desperta contra elas adultos com desvio de comportamentos que são monstruosos como por exemplo a pedofilia que é um mal crescente em nossa nação, lembrando o estímulo a gravidez precoce que termina por roubar a infância de nossas crianças”, justificou o deputado do Avante.
Isidório afirmou ainda que “é preciso respeitar o proteger as nossas crianças e os adolescentes dessa pregação de que há algo errado em se identificar com o sexo biológico de nascimento”. Vale frisar que, além do projeto do parlamentar baiano, há outro semelhante tramitando na Câmara Federal, de autoria de Gilvan da Federal (PL-ES), que prevê multas de até R$30 mil para pais ou organizadores de paradas que contarem com a participação de menores de idade.
Esse movimento conservador em todo o país foi despertado pelo vereador da cidade de São Paulo Fernando Holiday (Republicanos), que anunciou a apresentação de uma proposta para proibir a participação de crianças na Parada do Orgulho LGBTQ+ na capital, que aconteceu no último dia 11. O edil, que se diz bissexual, protestou principalmente contra a existência de um bloco de crianças trans que exaltava a mudança de gênero em menores.
Na Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado Diego Castro (PL), que é bolsonarista, apresentou um projeto semelhante. A exemplo de Isidório, ele “alegou que tais eventos estimulam a pedofilia e promovem atos de intolerância religiosa”.
“Levar uma criança que não tem capacidade cognitiva nenhuma de entender sobre decidir questões de sexualidade com um estímulo constante à sexualização não tem outra coisa a ser classificada a não ser um ensaio à pedofilia”, declarou.
“Nós não podemos ficar calados diante disso. De maneira nenhuma. São Paulo é a vitrine do Brasil e esse tipo de movimento tem ocorrido constantemente. Podem falar mal de evangélicos e de católicos, mas se você falar mal de pessoas como essas que estavam em São Paulo ontem se expondo é considerado criminoso, é homofobia”, complementou Diego Castro.
Organizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a edição de número 20 da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Salvador está programada para ocorrer no dia 10 de setembro. O tema deste ano será “Inclusão e Diversidade no Mundo Corporativo Pós-Pandemia”. Em 2022, o evento não aconteceu na capital baiana por falta de recursos.
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