Ray Dalio teme um conflito China-EUA e prevê o fim da 'ordem mundial' americana

Ray Dalio teme um conflito China-EUA e prevê o fim da 'ordem mundial' americana© Fornecido por br.investing.com
Investing.com - O bilionário Ray Dalio, fundador do fundo de hedge Bridgewater Associates, abordou mais uma vez o declínio da ordem mundial liderada pelos EUA na segunda-feira, na Forbes Iconoclast Summit, em Nova York.

Dalio conversou com Steve Forbes, presidente da Forbes e editor-chefe, sobre seu ensaio publicado no LinkedIn em abril, no qual ele argumenta que os Estados Unidos e a China estão "à beira da guerra e não têm mais a capacidade de conversar entre si".

Rumo (BVMF:RAIL3) a uma guerra econômica ou até mesmo a um conflito físico entre China e EUA sobre Taiwan

Ele falou sobre a possibilidade de uma guerra econômica, mas também de um conflito físico, dizendo que a questão da independência de Taiwan poderia ser o gatilho mais provável.

"A posição relativa dos Estados Unidos se deteriorou e a posição relativa da China melhorou. Não estou dizendo que os chineses vencerão os americanos, mas eles serão potências comparáveis em um conflito, e esses conflitos são multidimensionais", disse Dalio.

"Falar é quase contraproducente, porque há muita culpa a ser atribuída e temos de desvendar como chegamos até aqui", acrescentou.

Deve-se observar que a ascensão da China como potência global é apenas um dos três principais fatores que Dalio vê como ameaças ao domínio dos EUA, juntamente com a "enorme" e crescente dívida e o conflito interno sobre a desigualdade de riqueza que, segundo ele, estimula o aumento do populismo.

O domínio global dos Estados Unidos não durará, de acordo com Dalio

Ressaltando que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos têm sido o ator dominante no mundo e que são a sede da maioria dos órgãos coletivos influentes do mundo (as Nações Unidas e o Fundo Monetário Internacional, em particular), Dalio previu que essa situação não durará para sempre.

"Em 1945, estabelecemos uma nova ordem mundial", explicou Dalio, ressaltando que "sempre há uma espécie de conflito no início, e o sistema muda".

"Novas pessoas tomam as rédeas e estabelecem as regras", concluiu.

O apelo dos BRICS por um reequilíbrio da ordem mundial

Por fim, vale ressaltar que as observações de Dalio ecoaram as feitas ontem pelos ministros das relações exteriores do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que se reuniram na Cidade do Cabo para uma conferência de dois dias na África do Sul.

"Nossa reunião deve enviar uma mensagem forte: o mundo é multipolar, está se reequilibrando e os métodos antigos não podem responder às novas situações", disse o ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, segundo a AFP.

"Somos um símbolo de mudança e devemos agir de acordo", acrescentou.

"Nossa visão para o BRICS é que nossa parceria proporcionará liderança global em um mundo fraturado pela competição, tensões geopolíticas, desigualdade e deterioração da segurança global", disse a ministra sul-africana das Relações Exteriores, Naledi Pandor, acrescentando que "as discussões de hoje, portanto, se concentrarão nas possibilidades de fortalecimento e transformação dos sistemas de governança global".

O impacto da inteligência artificial no radar

Dalio também revela tanto o poder da IA ​​quanto seu risco parao futuro das gerações, dentro e fora do mercado.

"Eu acho isso incrível", explica Dalio em declarações à CNBC, e adverte que essa tecnologia será "fabulosa e perigosa ao mesmo tempo. Ela criará poderes enormes".

Abordando os riscos comumente discutidos da IA, Dalio disse que o único perigo está nas pessoas que a usam.

"O único problema são as pessoas; como a tecnologia é usada é o risco", explica o investidor.

"Portanto, estamos neste ambiente onde pode produzir uma quantidade enorme de produtividade e elevar nosso padrão de vida e realmente tornar as coisas muito melhores, ou pode ser usado nesta guerra, de várias maneiras para prejudicar uns aos outros."
Por: www.msn.com

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