Chega a 14 número de mortos em desabamento de prédio na Grande Recife
Catorze mortes já foram confirmadas em decorrência do desabamento que ocorreu nesta sexta (7) em Paulista, cidade na região metropolitana de Recife, em Pernambuco. Não há mais registros de pessoas desaparecidas na tragédia.
Agora, a equipe trabalha para retirar os animais que estavam localizados na parte que não desabou do prédio.
A identidade das vítimas não foi divulgada, mas um boletim atualizado informa que oito das vítimas são do sexo masculino. Outras cinco são do sexo feminino, além de uma mulher trans. A vítima mais jovem foi uma criança de cinco anos, enquanto a mais velha tinha 45.
Somente três pessoas foram resgatadas com vidas. Outras quatro foram localizadas vivas fora do prédio.
Segundo a Defesa Civil, o edifício onde oito apartamentos colapsaram, no Conjunto Beira-Mar, na rua Dr. Luiz Inácio de Andrade Lima, no Janga, estava interditado e vinha sendo ocupado irregularmente por três famílias.
Os bombeiros foram acionados por volta das 6h30. Cerca de 50 profissionais participavam das buscas, com ajuda de voluntários.
Um deles, Vinicius Silva, 24, é sobrinho da vítima de 43 anos, que ele identificou como Maria Tereza. Segundo ele, a tia morava no terceiro andar do edifício com dois filhos.
“Ela estava toda encoberta, a gente cavou e tirou o escombro. Tive que me segurar porque a gente tem que encontrar mais corpos”, disse Vinicius.
Ele contou também que a tia estava dormindo quando houve o desabamento.
O aposentado Marcos Antônio mora há 20 anos no condomínio. Ele reside em outro bloco, que não desabou, e disse que ouviu um estrondo por volta das 6h30.
“Ouvi um barulho forte, mas não pensei que fosse um desabamento”, relata. Ele afirma que soube primeiro pelos telejornais do acontecimento. “Vi primeiro na TV e depois que saí para ver que tinha sido com um prédio aqui do residencial.”
Daiane Souza tem quatro parentes desaparecidos nos escombros e acompanhava as buscas aflita com uma amiga no local.
“Uma tia e três primos meus estão nos escombros. Outra prima conseguiu sair cedo, antes de desabar”, disse.
Segundo o Corpo de Bombeiros, há esperança de encontrar pessoas com vida. “Os bolsões de ar [em meio aos escombros] fazem com que a gente encontre vítimas que estejam nos escombros”, afirmou o coronel Robson Roberto, que coordena as ações da corporação.
O edifício que desabou parcialmente é do tipo “caixão”, com térreo e três andares. Em cada pavimento, são quatro apartamentos. Construídos em larga escala nos anos de 1970 na região metropolitana do Recife, esses prédios têm como principal característica a ausência de colunas e pilares de concreto armado, aço ou outros materiais que funcionam como uma espécie de esqueleto estruturante. São as paredes de alvenaria, blocos ou tijolos ligados por argamassa, as responsáveis por suportar o edifício.
A Prefeitura de Paulista disse, em nota, que “o imóvel estava interditado desde o ano de 2010 e foi reocupado por grupos de sem-teto”. A gestão municipal, no entanto, não respondeu há quanto tempo as famílias ocupavam o imóvel irregularmente nem o motivo da interdição.
“O panorama não é diferente de outras cidades da RMR (Região Metropolitana do Recife). A situação na RMR é crônica, com imóveis interditados e outros que ruíram”, afirmou a prefeitura em nota.
A prefeitura também declarou que já solicitou ao governo federal “uma solução definitiva por parte da Caixa Econômica Federal e das seguradoras responsáveis pelos prédios”. A Caixa afirma que não tem relação com o imóvel.
Folhapress
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