CPI do MST convoca GDias e preserva novamente Rui Costa

Parlamentares da CPI do MST aprovaram em sessão nesta terça-feira (11) a convocação do ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) general Gonçalves Dias e retiraram de pauta a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, após ação da base do governo Lula (PT).

Essa é a segunda vez que governistas atuam para evitar a convocação do chefe da Casa Civil. Além de Costa ser alvo frequente de queixas de deputados, que o acusam de rigidez e falta de traquejo político, membros do governo avaliam que a participação dele no colegiado poderia trazer desgastes ao Planalto.

Até momentos antes de começar a sessão, membros de partidos da base do Executivo tentavam selar acordo com o relator e o presidente da CPI, Ricardo Salles (PL-SP) e Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), respectivamente, para retirar o requerimento da pauta. As conversas fizeram com que a sessão começasse uma hora após o horário previsto.

Ao final, Zucco anunciou aos presentes que iria retirar de pauta a convocação de Rui Costa e sinalizou que o requerimento deverá voltar a ser apreciado pela comissão na primeira semana de agosto. Deputados como Éder Mauro (PL-PA) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO) protestaram contra a decisão da mesa.

Segundo relatos feitos à reportagem, líderes de partidos como PSD, MDB e Republicanos na Câmara também atuaram nos bastidores e buscaram membros da mesa da CPI para tentar demovê-los da ideia de convocar Costa.

O líder do PSD, Antonio Brito, por exemplo, telefonou para Salles, para o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), autor de um dos requerimentos de convocação do ministro, e para o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP).

À reportagem Brito diz que fez um “apelo pessoal” aos parlamentares. “Como líder do PSD, partido da base do governo federal e da base do governo do estado da Bahia, sendo o ministro um baiano, eu solicitei que houvesse retirada de pauta para apreciação da matéria em agosto, visto que eu não estaria presente na sessão, porque tinha entendido que não haveria pauta nesta semana.”

Um primeiro requerimento direcionado ao ministro da Casa Civil havia sido retirado de pauta na sessão da CPI do último dia 20 após governistas terem firmado acordo com parlamentares da mesa da comissão. Ao final daquela sessão, no entanto, Salles afirmou que parlamentares do PSOL não cumpriram com o prometido, ao obstruir apreciação de outros requerimentos, e indicou que pautaria novamente a convocação de Rui Costa.

Nesta terça, por outro lado, os deputados da CPI aprovaram a convocação do general Gonçalves Dias, conhecido como GDias, para que ele relatasse “ações realizadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no monitoramento de invasões de terra ocorridas no Brasil” durante o período em que atuou como ministro.

“O que se sabe até o momento, a exemplo do que ocorreu em outros campos, também com relação à invasão de imóveis rurais e de outra natureza, a Abin neste interregno que esteve submetida ao comando do general GDias, também não atuou e se omitiu”, disse Salles na sessão.

GDias pediu demissão do cargo no dia 19 de abril, após a divulgação de imagens que colocam em xeque a atuação do órgão durante o ataque golpista de 8 de janeiro. Foi a primeira baixa do ministério de Lula no terceiro mandato.

Também nesta terça, foi retirada de pauta a convocação do presidente da Suzano, Walter Schalka. No fim de fevereiro, membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) invadiram três fazendas da empresa no extremo sul da Bahia, nos municípios de Mucuri, Teixeira de Freitas e Caravelas.

No lugar de Schalka, foi aprovado convite para que compareça à CPI o vice-presidente da empresa, Luis Bueno.

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