Lançamento de Isidório e formação de bloco na Assembleia liderado pelo Avante teriam tido aval de Rui Costa

Foto: Divulgação/Arquivo

O lançamento, pelo Avante, da pré-candidatura a prefeito de Salvador do deputado federal Pastor Sargento Isidório, filiado à legenda, teve a aprovação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. O Política Livre apurou que o presidente do partido na Bahia, o ex-deputado federal Ronaldo Carletto, consultou o petista antes de fazer o anúncio à imprensa, esta semana.

O candidato de Rui Costa ao Palácio Thomé de Souza era o presidente da Conder, José Trindade (PSB), que desistiu de entrar na disputa alegando razões de saúde após passar por um procedimento cardíaco. Entretanto, nos bastidores Wagner atuou para que o PT vetasse o ingresso do dirigente no partido, como planejava o ministro.

E mais: Wagner também estimulou que o PT lançasse a pré-candidatura do deputado estadual petista Robinson Almeida. Isso, aliado à falta de simpatia da presidente do PSB da Bahia, deputada federal Lídice da Mata, e de outras siglas da base ao nome de Trindade, minou os planos de Rui Costa de ser um dos protagonistas na articulação da disputa na capital.

De acordo com fontes ouvidas pelo site, o objetivo de Rui Costa e de Ronaldo Carletto ao lançar Isidório é meramente o de colocar um nome na mesa do governador e do conselho político para negociações futuras, de curto, médio e longo prazos, mirando o fortalecimento do Avante para o pleito de 2026.

O ministro pretende concorrer a senador em 2026 e Wagner tem planos de disputar a reeleição, num cenário em que a chapa majoritária terá quatro vagas: a de Jerônimo, que tem a prerrogativa da reeleição; a do vice, da qual o MDB não quer abrir mão; e as duas do Senado, sendo que o PSD do senador Angelo Coronel pretende continuar com uma delas. Como é muita gente grande para pouco espaço, a presidência da Assembleia Legislativa deve ter uma relevância maior nessas negociações do que no passado.

Como já mostrou este Política Livre, a Rui interessa fortalecer o Avante porque pode ser um caminho mais fácil para ele disputar uma cadeira de senador, pois o PT não ficaria com duas vagas na chapa. Sob as bençãos do ministro, Carletto, que só ingressou no partido por meio de uma articulação dos três caciques petistas, tem trabalhado incansavelmente para que a sigla saia das urnas em 2024 maior do que o PP, que trilha o caminho para retomar de vez a aliança com os petistas, e ao menos em tamanho equivalente ao do PSD do senador Otto Alencar.

Além disso, Rui Costa também teria dado o aval para a formação do bloco informal com deputados estaduais de partidos que não apoiaram Jerônimo em 2022, fruto de uma articulação liderada por Carletto. Como noticiou com exclusividade o site, o grupo é formado por oito parlamentares do PL, do PP, do Solidariedade, do Podemos, do Patriota e do próprio Avante, que até o pleito de 2026 deve saltar de um para pelo menos cinco representantes na Assembleia.

Política Livre

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