Lula diz não ter pressa para escolha de PGR e STF e que gênero e cor não são critérios
O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira (25) que não tem pressa para a escolha de novo PGR (Procurador-Geral da República) e de sucessor da ministra Rosa Weber no STF (Supremo Tribunal Federal).
O mandato de Augusto Aras termina nesta terça-feira (26). “Eu não tenho pressa. Não existe nenhuma vinculação com a minha cirurgia. A minha cirurgia é apenas para cuidar da saúde”, afirmou a jornalistas no Itamaraty.
O presidente vai realizar uma cirurgia no fêmur na próxima sexta (29). Por recomendação médica, o mandatário não viaja nesta semana para São Paulo e Minas Gerais, como era esperado, e utilizará uma máscara para evitar contrair infecções na véspera do procedimento.
Havia uma expectativa de que ele pudesse indicar antes da cirurgia o sucessor de Aras, hipótese agora refutada.
Para a vaga do Supremo, que ficará livre a partir de 2 de outubro com a aposentadoria de Rosa, que completará 75 anos, o chefe do Executivo disse ainda que gênero e cor não serão critérios para sua escolha. Ele tem sido pressionado pela sociedade civil e por aliados a escolher nesse sentido.
“O critério não será mais esse. Eu estou muito tranquilo por isso que eu tô dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil. Uma pessoa que possa servir o Brasil. Uma pessoa que tenha respeito com a sociedade brasileira. Uma pessoa que vote adequadamente sem ficar votando pela imprensa. Sabe?”, disse.
A crítica velada a quem possa ficar “votando pela imprensa” ocorre três semanas depois de o mandatário já ter sugerido que votos de ministros da Suprema Corte ficassem sob sigilo. À época, ele disse que seria para não criar “animosidade” com os magistrados e que a sociedade não tem que saber como eles votam.
Depois, Lula seguiu e disse que já ter várias pessoas “em mira”. Mas, questionado sobre o nome do ministro Flávio Dino (Justiça), se esquivou e disse que vai indicar a pessoa mais correta que ele conhecer.
Mais cedo, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) defendeu que Lula tenha calma e tranquilidade para escolher o novo procurador-geral da República. Se o chefe do Executivo não indicar um novo nome até esta terça, assumirá interinamente Elizeta Maria de Paiva Ramos, vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Para Padilha, isso não seria um problema. “Encerra atual mandato do procurador-geral da República nesta semana, [mas] o Brasil já teve outras situações de interinidade no cargo. O presidente tem que ter calma, tranquilidade. Defendi junto ao presidente que ele não tem que ter qualquer tipo de exigência em relação a esse calendário de definição de nome”, afirmou a jornalistas no Palácio do Planalto.
Marianna Holanda e Renato Machado, Folhapress
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