‘Nada indica ainda que foi execução política e é preciso cautela’, diz deputado do PSOL e candidato a prefeito do Rio

O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) afirma que é preciso tratar com cautela a possibilidade de o assassinato de três médicos no Rio de Janeiro ter sido uma execução conectada com a atuação de parlamentares do partido, que tem uma forte atuação contra as milícias do estado.

Uma das vítimas, o ortopedista Diego Ralf de Souza Bonfim, 35, era irmão da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que é casada com o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

Pré-candidato à prefeitura do Rio, Motta afirma que “nada indica isso [uma execução por razões políticas] até aqui. Estamos trabalhando com muita cautela. É preciso esperar o avanço da investigação policial”.

Ele diz ser “natural que esse tipo de hipótese circule. O irmão de uma parlamentar [Sâmia] do partido que teve uma vereadora, Marielle Franco, executada por milicianos foi assassinado. É preciso cogitar a hipótese de que o mesmo tipo de violência voltou a ocorrer”.

“A partir deste ponto, não entanto, não há elementos que apontem para a possibilidade de essa hipótese [de execução] ser mais provável do que outras. A motivação para esses assassinatos não está evidente”.

Ele afirma ainda que até agora nenhuma informação chegou ao partido que apontasse na direção de uma execução. “Não há, de nossa parte, qualquer indício que concretize essa hipótese”, diz.

Nesta quinta (5), o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a Polícia Federal (PF) vai acompanhar as investigações e classificou o assassinato como “execução”.

“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, escreveu Dino em suas redes sociais.

Motta, que foi vereador junto com Marielle Franco e era amigo da parlamentar assassinada, participaria nesta semana de um ato de lançamento de sua pré-candidatura a prefeito do Rio. Todas as atividades políticas, no entanto, foram adiadas pelo PSOL.

Os médicos Marcos de Andrade Corsato, 62, Diego Ralf de Souza Bomfim, 35, e Perseu Ribeiro Almeida, 33, morreram no local. Oque sobreviveu ao ataque, Daniel Sonnewend Proença, está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge, para onde foi levado após ser baleado.

O grupo estava na cidade para um congresso de ortopedia.

Mônica Bergamo, Folhapress

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