Moradores cobram poder público após mudança no ‘fluxo’ da Cracolândia

Dependentes químicos passaram a se concentrar nos arredores da Estação da Luz; associações cobram atitude das autoridades para garantir segurança na região
A situação segue preocupante na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. O fluxo de usuários de drogas migrou para a Estação da Luz, uma das principais do transporte público na capital paulista. Moradores pediram socorro com cartazes. “Nossas crianças estão sufocadas com cheiro de crack”, dizia um dos materiais em um ato contra a mudança do fluxo. Na última quarta-feira, 8, o fluxo da Cracolândia se intensificou no local da estação e houve confronto entre a Polícia Militar e os dependentes químicos, que teriam ateado fogo em sacos de lixo e invadido as estações de trem. Nesta semana, o deslocamento passou para a Rua Mauá, onde está localizada uma das saídas da estação. Com isso, o perigo para os moradores aumentou, assim como os prejuízos dos comerciantes locais.

Por meio de uma nota, a prefeitura de São Paulo afirmou que o fluxo da Cracolândia é dinâmico e se move por conta própria. Além disso, a administração municipal destacou que ocorre são orientações aos dependentes químicos para que eles não se instalem em locais onde geram transtornos para moradores ou comerciantes, assim como em locais em que há riscos para os usuários. Também por nota, o Conselho Comunitário de Segurança do Bom Retiro afirmou que o ponto é vital para trabalhadores, moradores e visitantes do bairro e que o comércio e atrações turísticas da região serão duramente afetados.

Para o presidente do Conselho, Saul Nahmias, há uma falta de posicionamento do Poder Público sobre o tema. “Estamos vendo uma atitude do poder público em relação a trabalhar essa questão com o tratamento e a prestação do combate ao tráfico. É inadmissível ao nosso entender que o Centro continue assim abandonado sem uma atitude efetiva. Precisa ter um restabelecimento da ordem pública”, diz Nahmias. O policiamento foi reforçado no local.

*Com informações da repórter Leticia Miyamoto

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.