Lula está plantando novo desastre com política industrial, diz Elena Landau
A economista Elena Landau |
O Nova Indústria Brasil, que tem previsão de cerca de R$ 300 bilhões em aportes até 2026, traz uma visão desenvolvimentista e revisita propostas petistas, como a ênfase no conteúdo nacional e no crédito direcionado.
“É assim: você bota o novo na frente para fazer o velho. De novo, você vai escolher os setores a dedo, de novo você vai dar crédito direcionado, de novo vai interferir no mercado. Só é com nome novo”, critica.
Landau, coordenadora do programa econômico da então candidata à Presidência e hoje ministra Simone Tebet (Planejamento), chama de atraso a política do conteúdo nacional.
“Criou um atraso na Petrobras enorme. A política tecnológica de fazer coisa no Brasil não vai funcionar”, complementa. “A filosofia é a de sempre, né? Economia protegida, subsídio, elegendo determinados setores. Então, assim, como desenho é ruim”.
A economista afirma que é preciso se atentar à qualidade dos projetos. “Senão vai dar R$ 300 bilhões de projeto ruim. Então é muito ruim. Não tem nada o que celebrar aí”.
Ela ressalta que o problema no Brasil não é financiamento aos projetos, e sim segurança jurídica. “É muito triste ver isso sem nenhuma avaliação de política pública, porque não é só uma ideologia desenvolvimentista contra não sei o quê, é você fazer política pública sem avaliação”.
Landau critica ainda o discurso do presidente de que dinheiro não é problema. “A filosofia, de novo, é que você vai gastar. O Lula plantou em 2010 o desastre dos governos Dilma. Ele está plantando de novo o desastre de quem vier em 2026 e 2027. É exatamente igual. Os malefícios dessa política não vão sair em um ano e meio. O desastre dessa política vai ficar para o sucessor dele”.
A economista diz também ter achado boa a ausência dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Tebet do anúncio —ambos cumpriam agenda em outros estados. “Achei muito bom que o Haddad e a Simone não estavam presentes no anúncio. Uma sinalização muito boa”.
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