Países suspendem financiamento para agência da ONU após funcionários serem acusados de atacar Israel

EUA, Itália, Austrália, Canadá e Reino Unido estão preocupados com as alegações e acompanham as investigações das Nações Unidas; Israel comemorou a decisão, enquanto Hamas e a Autoridade Palestina criticaram

Um dia após a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que demitiu e está investigando funcionários acusados de envolvimento com o ataque do Hamas contra Israel, no dia 7 de outubro, a comunicado internacional começou a se movimentar e cortar o financiamento da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês). Os atos concretos pelos quais os funcionários são acusados não foram revelados. Mas o titular da diplomacia israelense afirmou neste sábado que a UNRWA não tem futuro na Faixa de Gaza, onde os combates não dão trégua. Na sexta-feira, 26, os Estados Unidos já haviam anunciado a suspensão temporária do financiamento adicional e informaram que estava analisando as alegações e as medidas que a ONU esta tomando para lidar com a situação. Os norte-americanos têm sido o maior doador da agência. Só em 2022 foram US$ 340 milhões.  Por meio do X (antigo Twitter), o ministro do Desenvolvimento Internacional do Canadá, Ahmed Hussen, disse estar profundamente preocupado com as alegações relacionadas a alguns funcionários da UNRWA e informou que instruiu “a Global Affairs Canada para pausar todo o financiamento adicional para a UNRWA enquanto aguarda o resultado da investigação.”.

Outras nações, como Reino Unido, Austrália, Itália e Finlândia se juntaram aos dois países e seguiram seus passos. “Iremos pausar temporariamente o desembolso do financiamento recentemente anunciado”, escreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, num comunicado publicado. Antonio Tajani, ministro das Relações Exteriores da Itália, confirmou a paralisação do apoio para a Agência de Refugiados Palestinos. “O governo italiano suspendeu o financiamento. Estamos empenhados na assistência humanitária à população palestiniana, protegendo a segurança de Israel.”, escreveu no X. Austrália, Grã-Bretanha, Canadá e Finlândia contribuíram com mais de US$ 66 milhões na mesma época, segundo a agência.

A decisão dos países foi saudada por Israel e criticada pela Autoridade Palestina e pelo Hamas, que disse que os funcionários da UNRWA não tem envolvimento com o ataque realizado em outubro do ano passado. “Felicito ao governo dos Estados Unidos pela sua decisão de parar de financiar a UNRWA depois de ter sido revelado que alguns dos seus funcionários estavam envolvidos no atroz massacre de 7 de outubro”, disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz através de um comunicado. “Aplaudo o Canadá por aderir a esta decisão e espero que outras nações sigam o seu exemplo. A UNRWA deve pagar um preço por suas ações”, acrescentou.

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