Planalto precisará agir para conter crise de Renan Calheiros com Otto e Wagner
Interlocutores do governo Lula dizem que parece insuperável o mal-estar entre o senador Renan
Os senadores Otto Alencar e Jaques Wagner |
O desconforto preocupa a articulação política do Palácio do Planalto, uma vez que Renan é aliado de primeira ordem do presidente Lula e os outros dois são líderes. O alagoano garante aos mais próximos que não há risco de romper com o Planalto. Mas o diálogo dele com Otto, que comanda a bancada do PSD no Senado, e com Wagner, líder do governo na Casa, precisará ser azeitado.
Renan é o autor do pedido da CPI. É praxe o requerente ocupar a presidência ou relatoria do colegiado. O comando, porém, ficou com o senador Omar Aziz (PSD-AM), que rifou Renan e entregou a vaga de relator para o petista Rogério Carvalho (SE).
Durante a sessão do colegiado, Otto Alencar endossou a decisão de Aziz de dispensar Renan e dar a relatoria para Carvalho. Aliados do senador alagoano lembram que Alencar e Wagner são do Estado da Novonor, sócia majoritária da Braskem.
Aziz afirmou que não escolheria Renan por ele ser de Alagoas, para evitar eventuais suspeitas de contaminação política da relatoria por interesses locais. Na prática, o governo temia que Renan pudesse causar desgaste a seu rival político local, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
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