PSOL pede prisão preventiva de Mourão ao Supremo por defesa de ação das Forças Armadas
Após a deflagração da operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares do seu entorno nesta quinta (8), Mourão conclamou os comandantes das Forças Armadas a não se omitirem contra o que chamou de “condução arbitrária de processos ilegais” que atingem os integrantes da instituição
“No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar. Existem oficiais da ativa sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais generais. Não há o que justifique a omissão da Justiça Militar”, declarou o ex-vice-presidente em discurso na tribuna do Senado.
Procurado pela reportagem, Mourão disse que não irá se manifestar.
Os parlamentares do PSOL pedem que o senador seja investigado por supostamente atentar contra a democracia e o Estado de Direito. Eles querem também que seja feita busca e apreensão de “provas e documentos para evitar qualquer tipo de destruição ou ocultamento de indícios criminosos”.
“É evidente que o senador Hamilton Mourão —e seu golpismo, mais do que provado nesta petição– causa concreto risco à ordem pública, posto que seu ato visa insuflar a base bolsonarista, cada vez mais radicalizada”, diz o documento enviado ao ministro do STF Alexandre de Moraes, que autorizou a operação desta quinta.
Horas após o discurso na tribuna, Mourão afirmou à imprensa que defende que a investigação contra militares “que eventualmente podem ter cometido crimes” tramite na Justiça Militar.
“Uma devassa persecutória é o que estamos testemunhando, hoje, no Brasil. Não podemos nos omitir, nem as Forças Armadas, nem a Justiça Militar, sobre esse fenômeno de desmando desenfreado que persegue adversários e que pode acarretar instabilidade no país”, ainda escreveu o senador na rede social X (antigo Twitter).
Parlamentares de oposição convocaram uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta em que voltaram a criticar a condução de processos por parte do ministro Alexandre de Moraes e cobraram uma resposta do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O grupo também minimizou as provas reunidas pela Polícia Federal, como a chamada “minuta do golpe”, um documento supostamente elaborado pelo ex-assessor presidencial Filipe Martins, preso nesta quinta-feira.
A operação da PF investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. As medidas foram autorizadas pelo ministro do Alexandre de Moraes (STF) no âmbito do inquérito das milícias digitais.
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