Atletas autistas trilham carreiras promissoras e viajam o mundo em competições que desenvolvem capacidades
Estado garante apoio com passagens e programas esportivos através da Superintendência dos Desportos da Bahia
“Hoje, eu posso tudo. Competi nos campeonatos nacional e internacional, com o patrocínio do Governo da Bahia, e, nas disputas de jiu-jitsu, tem uns caras top mesmo. Tem que treinar muito, treinar firme, ter uma rotina”, elucidou Igor.O atleta foi o primeiro autista contemplado pelo Programa Faz Atleta, da Sudesb, e também foi beneficiado com o Bolsa Esporte e com o Programa de Apoio às Passagens do Governo do Estado. A última iniciativa viabilizou a ida não só de Igor para Abu Dhabi como, também, da sua mãe, Marleide Nogueira.
“A primeira competição dele foi em 2016, que o fez entrar para a história do esporte baiano como o primeiro atleta autista. Isso me orgulha muito e foi a partir da primeira competição nacional que a gente foi buscar o apoio dos programas esportivos. Meu filho é o atleta que é hoje graças aos programas esportivos da Sudesb. E, na verdade, foi o que proporcionou que a gente fosse a lugares que a gente nunca imaginou. O programa de passagens da Sudesb foi essencial”, compartilhou a mãe de Igor.
Nos próximos dias 20 e 21 de abril, Igor vai disputar o Campeonato Panamericano Oficial de Parajiu-Jitsu, em Manaus, no Amazonas. A preparação, com uma equipe de treinadores, para vigor físico e força, é intensa, conforme explicou o mestre, Marcelo Souza, mais conhecido como t-rex.
“O Igor já chegou pronto. Hoje, eu só faço um trabalho para lapidar o jiu-jitsu dele. A gente vem trabalhando duro. Trabalhando muito a parte técnica, junto com toda a equipe. E, aí, o final o resultado é o tricampeão mundial. Vamos buscar sempre o lugar mais alto do pódio”, reforçou. Até a disputa, o atleta treina jiu-jitsu de segunda a sexta e faz musculação três vezes na semana.
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado no dia 2 de abril, destaca a importância de compreender o autismo e combater o preconceito. Com uma em cada 100 crianças diagnosticadas globalmente com TEA, iniciativas como o Projeto Pedal assumem um papel inclusivo no apoio às pessoas com autismo. A data foi criada em 2007, pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de difundir informações sobre o neurodesenvolvimento humano e reduzir o preconceito que cerca as pessoas com Transtorno do Espectro Autista.
Nomes como Jaldo Caribé, Mardevacson Fonseca e Paôla Reis, todos com conquistas notáveis no bicicross baiano, são exemplos do desenvolvimento de talentos e da promoção da inclusão pelo projeto. Esses atletas inspiram crianças como Davi a superar desafios e alcançar os seus sonhos.
“O esporte é dessas ferramentas que garantem integração, congraçamento, formação de equipe, solidariedade, conceitos importantes na formação da cidadania. É um instrumento utilizado no mundo inteiro para você aprender a ganhar, aprender a perder, para você estabelecer parâmetros na convivência humana, no regramento que é feito entre uma equipe e outra. Então, é uma dimensão importante da construção humana que tem sido, ao longo dos anos, aperfeiçoada”, sinalizou o diretor-geral da Sudesb, Vicente Neto.
O gestor lembra que a criação do Núcleo do Paradesporto na superintendência foi inspirada em pessoas que mostram que é possível a prática esportiva superando qualquer tipo de conceitos ou preconceitos: “é o caso do Igor Nogueira, atleta do jiu-itsu, é o caso da nossa, hoje, dirigente nacional do Ministério do Esporte, atleta da paracanoagem, Nayara Falcão. Ela começou conosco, foi a primeira coordenadora do Núcleo do Paradesporto e, pelo trabalho realizado, foi levada para o Ministério do Esporte para coordenar essa ação em plano nacional. Eles demonstraram para o Brasil e para o mundo as possibilidades infinitas que o esporte garante para qualquer pessoa”.
Repórter Tácio Santos/GOVBA, com apoio da repórter Milena Fahel/GOVBA
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