Agência estatal do Irã pede orações após incidente com helicóptero que levava o presidente
Uma autoridade iraniana ouvida pela agência Reuters disse que as informações que chegavam do local do incidente eram “muito preocupantes”, e que as vidas de Raisi e do ministro de Relações Exteriores Hossein Amirabdollahian, que também estava no helicóptero, correm perigo.
“Dada a complexidade da região, estamos com problemas de comunicação, e esperamos que as equipes de resgate cheguem até o helicóptero e nos deem mais informações”, disse o ministro do Interior, Ahmad Vahidi, à televisão estatal.
O acidente aconteceu próximo à cidade de Jolfa, a cerca de 600 quilômetros da capital, Teerã, enquanto Raisi viajava pela província do Azerbaijão Oriental, de acordo com a mídia local.
A agência de notícias estatal Fars pediu que os iranianos rezem pelo presidente, e depois publicou imagens de pessoas orando pela saúde de Raisi em Mashhad, cidade considerada sagrada para os muçulmanos xiitas, maioria no país persa.
Meios oficiais do governo disseram que uma operação em larga escala envolvendo 16 equipes de resgate foi lançada para tentar encontrar o helicóptero, mas que “condições climáticas adversas” e uma neblina pesada complicavam as operações de resgate.
A agência de notícias oficial IRNA afirmou que Raisi estava acompanhado de outros dois helicópteros que carregavam ministros e outras autoridades, e que essas aeronaves teriam chegado com segurança ao seu destino.
A lei iraniana estipula que, caso o presidente morra, o vice assume o poder e é obrigado a convocar novas eleições no prazo de seis meses. O vice é Mohammad Mokhber, um político conservador.
Ebrahim Raisi, considerado um membro linha-dura da República Islâmica, foi eleito presidente em 2021 com mais de 60% dos votos, derrotando o moderado Hassan Rouhani, que buscava a reeleição. Em 2017, havia se candidato a presidente pela primeira vez, perdendo para Rouhani.
Antes de chegar ao poder, Raisi era chefe do Judiciário iraniano e fez uma longa carreira como procurador e juiz. Próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, Raisi se candidatou a presidente pela primeira vez em 2017, perdendo para Rouhani. Ele é considerado um dos favoritos para suceder Khamenei, 85, como líder supremo.
Desde que assumiu o comando do regime iraniano, Raisi endureceu as chamadas leis de moralidade e comandou a resposta violenta das forças de segurança aos protestos feministas por mais liberdade no país.
Essas manifestações começaram depois que Mahsa Amini, 22, morreu em setembro de 2022 após ter sido presa pela polícia moral porque supostamente não estava usando o hijab, o véu islâmico. O governo negou que ela tenha sido agredida, mas ativista à época disseram que a abordagem policial nesses casos costuma ser violenta.
Manifestantes foram às ruas protestar contra a polícia moral com o lema “Mulher, Vida e Liberdade”. Os protestos duraram meses e atingiram mais de cem cidades em todo o país. Cerca de 500 pessoas foram mortas em confrontos com a polícia até setembro de 2023, de acordo com a ONG Iran Human Rights, e quase 20 mil iranianos foram presos.
Na época, o aiatolá Ali Khamenei disse que os protestos eram “arruaça” e que eram incentivados pelos Estados Unidos e por Israel para enfraquecer a República Islâmica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente esta matéria.