‘Diretores da Petrobras estão com medo de tomar decisões e isso prejudica o país’, diz Deyvid Bacelar

O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Deyvid Bacelar disse, nesta segunda-feira (20), que a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, terá de enfrentar o “monstro da cultura do medo” que foi criado dentro da empresa desde o impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Para Bacelar, a Petrobras não conseguirá acelerar os projetos de desenvolvimento do país se os gestores continuarem “tendo medo de tomar decisões”. “É preciso enfrentar parte da corporação e o mercado. O medo de fazer gestão e de fazer com que as coisas aconteçam está levando a empresa a uma situação de letargia. Essa cultura foi criada na Petrobras e em outras empresas públicas a partir de uma série de investigações atabalhoadas, que levaram funcionários a serem incriminados sem provas, sem direito à defesa. E hoje o que se vê é a cultura do medo tomando conta da empresa”, avaliou o líder sindical.

“Com o discurso do compliance, a diretoria de governança e conformidade (criada durante a Operação Lava Jato) não deveria dificultar os processos decisórios da companhia. Os argumentos que foram usados dentro da empresa para não reabrir a Fafen Paraná são absurdos”, destacou Bacelar, acrescentando que “alguns diretores são orientados a dizer não para algumas obras com a ameaça de que poderão ser responsabilizados”.

“Essa cultura do medo precisa acabar”, frisou Bacelar, indicando que esse é o tema central a ser encarado com coragem pela nova presidente. “Se isso não for resolvido, nós vamos ter dificuldades para reestatizar as refinarias, para contratar navios e sondas no país, para construir plataformas, para acelerar o cronograma das obras grandes, para ampliar as refinarias na busca da autossuficiência no refino”, destacou.

“A gente vai passar quatro, oito anos e as coisas não vão acontecer. A Petrobras não pode ser letárgica e ficar amordaçada por essas regras malucas porque ela é a mola indutora da economia nacional. Sempre foi e continuará sendo”, concluiu.

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