Dona do Facebook reclama com governo de fala de Sílvio Almeida em evento do G20
Funcionários da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, reclamaram da fala do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, durante mesa do evento do G20 sobre integridade da informação, na quarta-feira (1º).Os representantes da empresa afirmaram que o discurso de Almeida foi agressivo e fora do tom e deixou desconfortável Nell McCarthy, vice-presidente de Confiança e Segurança da Meta, que dividiu a mesa com o ministro. A queixa foi levada à Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).
Em sua fala, McCarthy havia dito que “o ódio e a violência não são novos” e que “não existem em um vácuo online, são uma faceta das comunidades”. “Não se pode dizer que [ódio e violência] existem só online ou por causa dos nossos serviços”. A executiva também afirmou que “até regulação bem-intencionada por censurar opiniões ou suprimir oportunidades para pessoas sem poder”.
Almeida começou sua fala referindo-se à executiva da Meta: “Nell McCarthy disse que o ódio e a violência não são coisas novas, e de fato não são. Mas é preciso por os debates na história”.
O ministro afirmou que as “redes sociais e o ambiente infenso a regulação alimentam a violência do mundo real” e que são “colonizadas por extremistas e pelo crime organizado”.
Almeida disse que as empresas rejeitam qualquer tipo de regulação ou responsabilidade, e que o mundo está sendo entregue ao fascismo. “É preciso haver responsabilização para quem abriga nos ambientes que cria o ódio e a violência.” Ele não citou diretamente a Meta em nenhum momento.
Após o final da mesa, funcionários da big tech foram reclamar com membros da Secom. Procurada, a empresa não quis se pronunciar.
A Folha apurou que existe a percepção de que o ministro estava jogando para a plateia –foi aplaudido diversas vezes– e que não foi respeitoso. Funcionários também manifestaram insatisfação com o fato de o ministério não reconhecer ações positivas da Meta, como o Disque 100 e o Disque 180 no WhatsApp.
Procurado, o ministro não quis se manifestar. Mas assessores ficaram surpreendidos com a reação da Meta, pois consideram que a fala do ministro foi enfática, mas nunca agressiva.
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