Opinião – Rui Costa, um ‘chato’ que se tornou essencial ao presidente Lula

Dizem que, quando indicaram Rui Costa para a chefia da Casa Civil do presidente Lula, esperavam que ele fosse detonado em questão de meses. Mal humorado, de difícil trato e pouco afeito ao convívio parlamentar, o ex-governador seria devorado na relação congressual em três tempos.

Ainda mais porque, depois da experiência como governador por dois mandatos, ou seja, oito anos, estava mais acostumado a mandar, dar ordens e fazer reprimendas do que ouvi-las de quem quer que fosse, mesmo de um presidente da República.

Um ano e cinco meses depois da posse no cargo, Rui mostra toda sua capacidade de adaptação ao dar uma verdadeira demonstração de força e prestígio junto a Lula.

Quem reconhece é o próprio senador Jaques Wagner, que ninguém do PT sabe exatamente de que lado senta na torcida: se a favor ou contra o sucesso do ministro da Casa Civil.

É verdade que o comentário de Wagner surge na esteira de uma pesquisa Genial/Quaest que apontou Rui como o ministro com pior avaliação entre os deputados, em contraposição à figura do simpático Fernando Haddad (Economia), o melhor avaliado pelo Congresso.

Até aí, nenhuma novidade. Dado seu perfil e trajetória, não se imaginava mesmo que Rui mudasse e se convertesse num caso de popularidade entre os parlamentares. Mas Wagner está certo. Quem aprova o trabalho de Rui e o mantém ao seu lado é o presidente.

Para isso, deve pesar muito bem o custo-benefício de sustentá-lo no Ministério, apesar da antipatia de deputados e senadores, dos quais depende para tocar minimamente sua agenda no Congresso. Como outros que já conviveram com Rui, Lula percebeu que ele pode ser chato, mas dá resultados.

Na verdade, o ministro é considerado um monstro para trabalhar. Detalhista, não se importa em ser o primeiro a chegar e o último a sair do gabinete, esmiuçando e contrapondo dados para falar – e decidir – com autoridade sobre a gestão e todos os assuntos que o presidente lhe delega.

Assim, tem se tornado um apoio essencial a Lula. Quem apostou que tamanha projeção servisse, na verdade, à sua derrota, enganou-se redondamente por desconsiderar que seu perfil seria de suma utilidade para Lula. Sua força já chegou ao ponto de ter lhe permitido derrubar um presidente da Petrobras.

E Rui não pára. Vem novidades por aí.

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