Prates chora ao se despedir de diretores da Petrobras e demonstra tristeza com Lula

  

O ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates, demitido por Lula nesta semana, chorou ao se despedir de diretores da empresa nesta quarta (15). De acordo com informações de mais de um deles, o ex-dirigente estava muito emocionado.

Agradeceu a colaboração de cada um deles e demonstrou, segundo relatos, estar “muito triste” pela forma como foi dispensado pelo presidente da República.

Prates é do PT e já exerceu inclusive o cargo de senador pelo partido.

Depois da conversa com diretores, ele saiu pela porta da frente do edifício-sede, no Rio, e está visitando outras instalações com petroleiros, inclusive o prédio em que iniciou sua carreira, em 1989.

De acordo com o relato dele a interlocutores, Lula o chamou para uma conversa em Brasília.

Quando entrou no gabinete do mandatário, Prates deu de cara também com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Minas e Energia, Alexandre Silveira, seus desafetos.

Em um primeiro momento, eles teriam direcionado a conversa para que Prates pedisse demissão. Isso não aconteceu, e Lula então comunicou que precisava do cargo.

Prates sofreu forte processo de fritura nos últimos meses, após críticas de Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, à sua abstenção em votação de proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2024, medida que havia sido negociada com o presidente Lula.

Defendida por Silveira e Rui Costa, a retenção foi aprovada no início de março e derrubou o valor de mercado da estatal. O governo acabou recuando semanas depois e aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários em assembleia no fim de abril.

Na assembleia, o governo não só recuou como determinou estudos para que a Petrobras distribua os 50% restantes até o fim do ano, em movimento que tranquilizou o mercado e recuperou o valor das ações da empresa.

Prates ganhou sobrevida no cargo, mas a avaliação no Planalto era de que sua manutenção não duraria muito tempo.

Logo após a demissão, Prates mandou uma mensagem a assessores próximos. “Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa. Não creio que haja chance de reconsideração. Vão anunciar daqui a pouco”, escreveu.

As ações da Petrobras derreteram depois do anúncio da demissão.

Às 12h39, o Ibovespa recuava 0,42%, a 127.976 pontos.

Os investidores digerem a demissão de Prates e a indicação de Magda Chambriard para o seu lugar. Ela presidiu a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) no governo Dilma Rousseff (PT).

Os papéis preferenciais (PETR4) da companhia desabavam 5,74%, a R$ 38,52, enquanto os ordinários (PETR3) derretiam 6,73%, a R$ 40,04.

Já o dólar tinha estabilidade e operava em baixa marginal de 0,08%, cotado a R$ 5,125 na venda, com a inflação ao consumidor dos Estados Unidos como pano de fundo.

Mônica Bergamo, Folhapress

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