Lula diz que Campos Neto é adversário político-ideológico e que troca no BC devolverá ‘normalidade’
Em entrevista à Rádio Mirante News, do Maranhão, Lula voltou a fazer críticas à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de interromper as quedas na taxa de juros e manter a Selic no patamar de 10,50% ao ano, apesar do governo insistir que é necessário que a instituição baixe o porcentual.
“O presidente do Banco Central é um adversário político, ideológico e adversário do modelo de governança que nós fazemos. Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de dar demonstração de que não está preocupado com a nossa governança”, declarou.
Lula relembrou que o mandato de Campos Neto se encerra em 2024 e que o governo poderá indicar um novo nome para o posto.
“Nós estamos chegando no momento de trocar o presidente do Banco Central”, destacou. “Eu acho que as coisas vão voltar à normalidade, porque o Brasil é um País de muita confiabilidade”.
O presidente também voltou a dizer que “os bancos não querem emprestar dinheiro” e que “querem especular e ganhar com a taxa de juros”. “O nervosismo especulativo que está acontecendo não vai mexer com a economia brasileira”, acrescentou.
Lula já havia criticado a decisão do Banco Central em suas passagens por Piauí e Ceará, quando disse que a manutenção da Selic em 10,50% “foi uma pena” e que, com isso, “quem perde é o povo brasileiro”.
Depois de sete quedas seguidas, o Copom do Banco Central interrompeu, em decisão unânime, o ciclo de cortes da taxa básica de juros, iniciado em agosto do ano passado, e manteve a Selic em 10,50% ao ano. O resultado, divulgado na quarta-feira, 19, era amplamente esperado pelo mercado, em meio ao impasse do governo na condução da política fiscal e ao aumento das expectativas de inflação.
Mais do que o resultado, a grande expectativa dos agentes econômicos era sobre o placar da decisão, sobretudo após Lula ter retomado a ofensiva contra o Banco Central e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. A votação unânime agrada o mercado, depois da forte divisão da reunião de maio.
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