Putin elogia Dilma Rousseff à frente do Banco dos Brics e Rússia flerta com a China
A ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em encontro em São Petesburgo
O gesto teve muito mais do que um valor simbólico: sob pressão das sanções europeias, os bancos chineses se tornaram muito mais cautelosos em suas negociações com a Rússia e, desde o inverno, as importações do gigante chinês foram severamente prejudicadas.
De acordo com a agência de notícias Bloomberg com base em dados da alfândega de Pequim, as exportações chinesas para a Rússia caíram 15,7% em março de 2024 em comparação com o mesmo mês de 2023.
Isso está longe de ser um mero detalhe: o Ministro das Relações Exteriores da Hungria pode até criticar as sanções europeias nos corredores da mídia estatal russa, mas a China é agora o principal parceiro comercial da Rússia.
Muitas das reuniões em São Petersburgo foram marcadas pelo cabo de guerra das sanções.
Na quinta-feira (6), por exemplo, foi realizada uma mesa redonda intitulada “Desenvolvimento da cooperação no setor de diamantes nos países do Brics”. Entre os participantes estavam representantes de Serra Leoa, África do Sul e Zimbábue.
O diário Izviestia cita Johannes Joubert, da filial do Brics na África do Sul: “Até o final de 2023, o volume do comércio exterior da Federação Russa com os países do Brics aumentou 28%, as exportações 21% e as importações 38%. Ao mesmo tempo, o comércio dentro da associação aumentou de US$ 90 bilhões para US$ 400 bilhões. O volume do comércio eletrônico também está crescendo: já ultrapassou US$ 1 trilhão”.
ECONOMIA DE GUERRA
Preocupada com seu comércio, a Rússia também está buscando cada vez mais claramente fortalecer sua economia de guerra, mesmo que isso signifique assumir uma forma de militarização da economia.
“Do ponto de vista do Estado, uma das tarefas mais importantes para os próximos seis anos é modernizar nossas forças armadas (…). Temos um novo Ministro da Defesa que recebeu essa responsabilidade. Há três elementos fundamentais para isso: tecnologia, pessoal e finanças. Garantir a soberania em cada uma dessas áreas é um objetivo fundamental”, explica Dimitri Oreschkin, vice-chefe da administração presidencial.
“Não pode haver soberania econômica sem a soberania do Estado. Isso está claro. Não pode haver economia próspera sem um exército próspero”, acrescenta. “A soberania do Estado não pode existir sem a soberania econômica”.
Em entrevista ao jornal Izviestia nesta sexta-feira (7), o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, foi particularmente mordaz em relação à cúpula sobre a paz na Ucrânia, que será realizada na Suíça dentro de uma semana: “uma reunião absurda, condenada a ser uma perda de tempo”.
DILMA ELOGIADA POR PUTIN
A presidente do banco dos Brics e ex-presidente do Brasil (2011-2016), Dilma Rousseff, se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, antes do início do SPIEF (Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, na sigla em inglês), na quinta-feira (6).
Putin elogiou durante o encontro os avanços do banco dos Brics na gestão de Dilma Rousseff, sublinhando os lucros obtidos.
“Estou feliz que temos uma oportunidade de continuar nosso diálogo. Este ano, o Banco dos Brics conseguiu fazer muita coisa sob sua liderança [Dilma Rousseff]. Pela primeira vez, ele mostrou um lucro líquido significativo e está essencialmente se recuperando”, declarou.
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