Prefeitura de Feira de Santana falha no combate a Dengue

O município de Feira de Santana, que enfrenta uma epidemia de dengue com mais de 7.500 casos registrados, não tem tomado medidas eficazes para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. O prefeito do município alega que solicitou ao governo do estado o fornecimento de inseticida para as bombas costais dos agentes comunitários, mas essa solicitação esbarra em diversas questões críticas.
É essencial destacar que o uso de inseticida, apesar de necessário em algumas situações, traz danos ao meio ambiente e é controlado e fornecido pelo Ministério da Saúde. Seu uso deve ser uma última instância no combate à dengue. Além disso, não há registros de pedidos pendentes do município de Feira de Santana; o último pedido registrado foi atendido prontamente no período de fevereiro a abril de 2024.
Especialistas em saúde pública apontam que a melhor estratégia para enfrentar a dengue é a prevenção, um trabalho intenso dos agentes de combate às endemias. “No entanto, temos relatos que esses profissionais em Feira de Santana sequer tem fardamento adequado para se apresentarem nas residências, o que compromete sua efetividade. Além disso, a limpeza urbana, essencial para eliminar criadouros do mosquito, não tem sido realizada de forma regular no município”, afirma o coordenador do Núcleo Regional de Saúde Centro-Leste, Edy Gomes.

Adicionalmente, o município deveria estar implementando ações eficazes na assistência aos pacientes, garantindo acesso a médicos nas unidades básicas de saúde (UBS) e unidades de pronto atendimento (UPA) para orientação médica e manejo clínico adequado. Esta é uma área onde também se observa uma falha significativa.

“É preocupante ainda que, quando o estado e o governo federal ofereceram assistência e orientação para ajudar na prevenção à dengue, a administração de Feira de Santana recusou o apoio dos técnicos, afirmando que não precisavam de ajuda”, ressalta a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana.

Em meio à crise no município, a Secretaria da Saúde do Estado Bahia (Sesab) e o Exército Brasileiro se mobilizaram desde março, oferecendo equipamentos, insumos e até medicamentos para que a prefeitura instalasse tendas de hidratação. Apesar disso, a administração municipal não respondeu às iniciativas, comprometendo a eficácia das estratégias de combate à dengue.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) recomendou que o município ampliasse o horário de funcionamento dos postos de saúde, inclusive aos finais de semana e feriados, para assegurar a assistência aos pacientes com suspeita de dengue. Também foi sugerida a instalação de unidades de referência para acolhimento, notificação, coleta de amostras e referenciamento para unidade hospitalar, quando necessário.

Cenário epidemiológico e ações estaduais

Em 2024, a Bahia registra 222.189 casos de Dengue, tendo 109 municípios em epidemia e 278 localidades em risco ou alerta. O Governo do Estado já investiu mais de R$ 21 milhões em ações relacionadas à assistência, aquisição de medicamentos e insumos, bem como equipamentos para agentes de endemias, capacitação de profissionais e uso do Ultra Baixo Volume (UBV) – também conhecido como “fumacê”, além de ações de conscientização da população.

A situação crítica em Feira de Santana exige que o município se engaje ativamente nas ações propostas, revisando suas estratégias de controle do vetor e melhorando a infraestrutura de saúde. O combate efetivo à dengue demanda uma abordagem integrada e proativa, contemplando desde a prevenção e educação até o cuidado direcionado aos pacientes afetados.

 SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO

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