Presidente da Febraban pede ‘trégua’ entre governo, mercado e BC em jantar com empresários

O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, fez um apelo ao Banco Central e ao governo Lula para que se estabeleça uma trégua entre “os dois lados” que afaste o risco de deterioração da situação econômica do país. Segundo ele, o país tem que mostrar “maturidade institucional”.

Sidney fez a declaração ao discursar em um jantar que reuniu empresários para uma homenagem ao ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). O encontro foi organizado pelo grupo Esfera Brasil.

O presidente da federação de bancos afirmou que o entendimento é necessário para que os ruídos na comunicação não atrapalhem os bons indicadores da economia —como crescimento do PIB e bons níveis de emprego e consumo.

“Uma coisa não está dialogando com a outra”, afirmou ele no dia em que o dólar chegou a R$ 5,70. “É importante que tenhamos uma espécie de trégua neste momento em relação à comunicação, para que possamos saber aproveitar e não deixar que esses dados correntes da economia possam se esvair”.

“O apelo que faço, talvez uma recomendação, é para que nós consigamos passar por essa transição. E isso reclama dos dois lados, do Banco Central e do governo, serenidade e trégua, porque é importante que a gente faça essa transição para mostrar que o país tem maturidade institucional.”

Já o ministro Renan Filho procurou tranquilizar a plateia ao afirmar que Lula fará uma escolha “técnica” para suceder Roberto Campos Neto no comando do BC. “Ele já fez isso quando convidou Henrique Meirelles para presidir a instituição [em seu primeiro mandato, em 2003]”, afirmou.

O ministro, no entanto, criticou Roberto Campos Neto por seu envolvimento com a política. “Ele tem grande aceitação do setor produtivo, mas ele tem de entender que o êxito do modelo de autonomia do BC depende da não participação política do presidente do BC”, disse Renan Filho.

Na quarta (3), Lula deu declarações em Brasília que tranquilizaram o mercado —e o dólar baixou para R$ 5,56.

Mônica Bergamo/Folhapress

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.