Crise do lixo no Brasil mistura desperdícios e oportunidades

Produção só cresce, sistema é falho e soluções geram novos negócios e proteção ambiental

No Brasil, a gestão de resíduos é uma coleção de desperdícios e danos tanto quanto de oportunidades de geração de trabalho e novos negócios que melhoram a saúde da população e do meio ambiente.
O país produz quase 80 milhões de toneladas de lixo por ano. Resíduos orgânicos são quase metade disso. Poderiam ser recuperados e transformados em adubo e fertilizantes por métodos como a compostagem.

No país das commodities agrícolas, só 76 cidades declaram ter unidades municipais de compostagem e estima-se que menos de 1% dos resíduos tenha esse destino.

O restante, misturado a outros resíduos e seus contaminantes, pode ir parar num lixão. Sem custo e com grandes danos ambientais ao solo, à água e à atmosfera (porque liberam metano, um dos gases de efeito estufa responsáveis pela crise climática), eles ainda somam mais de 1.500 no país.

Em geral, resíduos são aterrados com proteções ambientais e custo por tonelada. Nesses aterros sanitários, o metano produzido pela decomposição pode ser recuperado para a produção de energia e biocombustível, mas aqueles equipados para isso ainda são minoria no país.

Somente 4% dos resíduos são reciclados, a maioria coletada por catadores que não recebem pelo serviço ambiental prestado, e sim por quilo de material, o que leva à escolha daquele de maior valor.

É valorizado o resíduo que tem tecnologia de transformação e indústria recicladora, ainda muito restrita a Sul e Sudeste do país. A circularidade ocorre quando o produto final da reciclagem retorna para a cadeia produtiva, evitando a extração de novos recursos da natureza.

Fernanda Mena, Folhapress

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