Eleição tem 103 mil candidatos a menos que em 2020, uma queda de 18%
O prazo final para o registro de candidaturas terminou às 19h desta quinta-feira (15). A análise da Folha considera dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) atualizados até 8h30 desta sexta-feira (16).
A queda do total de candidaturas é resultado de um cenário de um conjunto de fatores que inclui a redução no número de partidos, a formação de federações partidárias e novas regras da Justiça Eleitoral que reduziram o limite máximo de candidatos a vereador por partido.
A quantidade dos candidatos a prefeito caiu 20,5%, saindo de 19,3 mil em 2020 para os atuais 15,4 mil. Também houve queda nas capitais, que terão 191 candidatos este ano contra 323 na eleição passada.
O total de candidatos a vereador, por sua vez, saiu de 518,4 mil em 2020 para 423,7 mil em 2024, uma queda de 18,3%.
No caso dos candidatos a vereador, a redução já era esperada. Nesta eleição, os partidos ou federações puderam lançar um total de candidatos de até 100% das vagas a serem preenchidas na Câmara Municipal, mais um. Até 2021, a lei estabelecia um teto de 150% do número das vagas.
Assim, em um município com 40 cadeiras em disputa, cada partido ou federação só pode lançar 41 candidatos em vez de 60.
Mesmo com essa restrição, 10 legendas terão mais candidatos a vereador na eleição deste ano, resultado da sua pulverização por mais municípios. Esse movimento é capitaneado por partidos conservadores como PL, Novo e Republicanos. Outros 17 partidos, por outro lado, terão menos candidatos a vereador.
Ao todo, o Brasil terá 29 partidos concorrendo nesta eleição, quatro a menos do que na eleição de 2020. A redução é resultado dos efeitos da cláusula de desempenho, que impôs restrições aos partidos que não atingissem um patamar de 2% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em 2022.
Neste intervalo entre 2020 e 2024, o PSL e o DEM se fundiram e criaram o União Brasil, enquanto PTB e o Patriota se juntaram no PRD. O Pros foi incorporado pelo Solidariedade, mesmo movimento feito pelo PSC, que foi absorvido pelo Podemos.
Ao todo, a disputa de 2024 terá 454 mil candidatos, sendo 15,4 mil na busca pelo cargo de prefeito; 15,4 mil de vice e 423,7 de vereador. As quantidades podem ser alteradas ao longo da campanha eleitoral com as decisões da Justiça Eleitoral sobre o deferimento das candidaturas.
A redução no número total de candidatos ocorreu após um recorde no número de candidatos em 2020, disputa que ocorreu durante a pandemia de covid-19. Na época, foram 557.678 inscritos, a maior quantidade desde 2000.
A última eleição que houve uma queda na quantidade de candidatos em uma eleição municipal foi em 2008, quando houve a inscrição de 381,3 mil pessoas.
Os números consideram os pedidos de registro apresentados à Justiça Eleitoral, ainda sem decisão sobre deferimento. Para os candidatos de 2020, foram consideradas as inscrições gerais, antes do julgamento das candidaturas.
A nova norma do TSE que limita quantidade de candidaturas nas disputas proporcionais fez com que número de candidatos a vereadores se reduzisse em 66% nos municípios brasileiros.
Nas capitais, a maior variação foi em Macapá, que passou de 529 candidatos a vereador em 2020 para 263 em 2024, uma queda de 50,2%.
Na sequência, aparece São Paulo, que registrou uma redução de 50% no número de candidatos a vereador – em quantidades absolutas, o total caiu de 2.002 para 1.001 neste pleito. Boa Vista, em Roraima, aparece em seguida com a terceira maior redução do número de candidatos.
A nova norma também impactará a concorrência pelas cadeiras no legislativo municipal, segundo dados do TSE. Em 2020, havia 9 candidatos por vaga;em 2024, esse número será reduzido para 7.
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