Lula critica salários de presidentes da Vale e da Eletrobras
“O presidente da Eletrobras ganhava R$ 60 mil por mês. Hoje, ganha R$ 360 mil por mês, fora bônus”, disse, em inauguração de obra da Petrobras em Itaboraí (RJ). “O CEO da Vale, R$ 55 milhões por ano. Não é R$ 55 mil, não. É R$ 55 milhões”.
Ele afirmou que, apesar dos elevados salários, as empresas não dão sua contribuição para o desenvolvimento do país. “Cadê a vontade dessa empresa privatizada? O que é que ela trouxe de verdade e lutou mais?”
As crises foram feitas enquanto o presidente elogiava a Petrobras por retomar investimentos paralisados após a descoberta do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, como o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
Nesta sexta, a empresa inaugurou a primeira obra do empreendimento, uma unidade de tratamento de gás natural. A empresa prevê ainda R$ 13 bilhões para concluir a refinaria do local, cujas obras estão suspensas desde 2015.
Lula e aliados têm criticado Vale e Eletrobras desde o primeiro ano de mandato. No caso da mineradora, reclamam de demora para fechar o acordo para indenização das vítimas da tragédia de Mariana (MG) e querem mais dinheiro para a renovação das concessões ferroviárias da empresa.
O governo tentou intervir na mudança de comando da Vale, que demitiu no início do ano o seu presidente, Eduardo Bartolomeo. Lula tentou emplacar o ex-ministro Guido Mantega, mas a empresa optou pelo seu diretor financeiro, Gustavo Pimenta.
No seu discurso, o presidente admitiu que pediu a Lázaro Brandão, dono do banco Bradesco, a demissão de Roger Agnelli, que presidiu a Vale até 2011 e morreu em 2016. “A gente estava fazendo um esforço imenso para abrir estaleiros no Brasil”, contou, “e a Vale comprou três navios na China”.
No caso da Eletrobras, o governo briga para ter maior participação na gestão da companhia, privatizada durante o governo Jair Bolsonaro. O caso está sendo mediado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Lula usou os salários dos executivos para criticar também o Banco Central e o mercado financeiro, por alertas contra impactos inflacionários de reajustes no salário mínimo. “O cara ganha R$ 360 mil por mês e não é inflacionário? O outro ganha R$ 55 milhões e não é inflacionário?”
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