Apesar de fundo eleitoral gordo distribuído entre apostas bolsonaristas, PL míngua na Bahia
Em 2020, o PL saiu das urnas com 20 prefeitos eleitos na Bahia, se posicionando como o sexto maior partido do Estado. Em 2024, mesmo tendo acesso ao fundo eleitoral mais gordo entre todas as siglas, só conseguiu emplacar um gestor municipal entre os 27 postulantes: o de Porto Seguro, Jânio Natal, reeleito neste domingo (07). O desempenho em Salvado na disputa por cadeiras na Câmara Municipal também foi visto como abaixo do esperado diante do investimento.
Antes da eleição deste ano, o PL já havia perdido todos os prefeitos eleitos em 2020, que migraram para a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Apenas Jânio Natal ficou. Em Porto Seguro, a doação de R$720 mil para a campanha do filiado foi compensada com a vitória.
O mesmo, no entanto, não ocorreu em Itabuna, onde a direção nacional do PL investiu R$850 mil na campanha do bolsonarista Chico França, que ficou apenas na quarta colocação, com 6,17%. O valor foi superior ao que o PSD destinou ao prefeito reeleito, Augusto Castro, contemplado com R$760 mi. O desempenho de Chico França foi inferior ao do candidato do PDT, Isaac Nery, que recebeu apenas R$200 mil da legenda e ficou no terceiro lugar.
Em Ilhéus, o PL enviou R$671,7 mil para a campanha de Coronel Resende, outro bolsonarista, forçado a desistir da disputa pelo próprio partido para apoiar a candidatura vitoriosa do empresário Valderico Júnior (União). Já em Teixeira de Freitas, Coronel França (PL), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, recebeu R$603 mil da sigla, mas terminou apenas na quarta colocação no pleito.
O PL também doou para candidatos a prefeito que não são bolsonaristas e apoiam o o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em Dias D’Ávila, a legenda enviou R$750 mil para a campanha à Prefeitura do deputado estadual Raimundinho da JR, vice-líder do Executivo na Assembleia Legislativa. O parlamentar recebeu apenas 26,83% dos votos válidos.
Eleição em Salvador
Em Salvador, onde o partido apoiou a reeleição do prefeito Bruno Reis (União), o PL manteve o número de duas cadeiras na Câmara Municipal, com a reeleição do vereador Alexandre Aleluia e o retorno do ex-vereador Cézar Leite. Ambos são bolsonaristas, embora o primeiro tenha um trabalho de bairro mais forte e não dependa do chamado voto ideológico.
Entretanto, a principal aposta da sigla na disputa proporcional na capital foi William Farias, que recebeu generosos R$580 mil do partido para a campanha, mas só teve 3.096 votos – Cézar Leite foi contemplado com menos da metade, R$250 mil. William é ligado ao deputado estadual Leandro de Jesus e ao presidente do PL na Bahia, João Roma.
Assessor do deputado estadual Diego Castro, outra liderança bolsonarista do partido, o candidato Alexandre Moreira foi contemplado com uma doação do PL de R$500 mil, alcançando 4.888 votos. Ele também teve o apoio da médica Raissa Soares, que disputou o Senado em 2022 pelo PL. André Porciuncula, ex-secretário especial de Cultura no governo Jair Bolsonaro, recebeu R$300 mil da agremiação, obtendo apenas 2.758 votos.
Vale lembrar que a liderança bolsonarista mais bem votada para a Câmara Municipal de Salvador foi o jovem Sandro Filho, com 12.565 votos, só que pelo PP.
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