Ciro concordou com movimento à direita de aliado, diz Cid Gomes

Irmão de Ciro Gomes (PDT), o senador Cid Gomes (PSB-CE) avalia que o ex-presidenciável sinalizou concordar com a movimentação à direita de um de seus pupilos, o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), que fez campanha para o bolsonarista André Fernandes (PL).

No segundo turno, Ciro Gomes descartou apoiar o candidato Evandro Leitão (PT), que venceu a disputa pela Prefeitura de Fortaleza em eleição acirrada —foram menos de 11 mil votos de diferença. No primeiro turno, Leitão havia recebido 34,33% dos votos, ante 40,2% de André Fernandes.

A decisão de Ciro ocorreu em meio a um racha no PDT na capital. Oficialmente, o partido declarou neutralidade. Na prática, além de Roberto Cláudio, outros pedetistas embarcaram na campanha de Fernandes, levando o presidente licenciado do partido Carlos Lupi a gravar um vídeo declarando apoio a Leitão.

“Eu acho que essa turma acaba saindo do PDT”, afirma Cid. “Eu acho que esse passo que o Roberto deu rumo à direita é um passo que não tem volta, né? Eu acho que ele vai buscar aí um desses partidos do centrão para se filiar e comandar.”

“E eu acho que o Ciro está numa vibe de cada vez mais ficar em bastidor. É o que eu imagino. Vai ficar orientando essas pessoas. Ele tem o Roberto Cláudio como um pupilo. E pelo visto está concordando com esse movimento à direita.”

O senador também exaltou a vitória de Leitão, depois de ter ido ao segundo turno em desvantagem e ter visto o adversário receber apoio de Roberto Cláudio e do candidato derrotado Capitão Wagner (União Brasil).

“O André tinha dois grandes problemas. Um era o apoio do [ex-presidente Jair] Bolsonaro, que ele escondeu. O segundo era a falta de experiência de gestão. Na hora que o Roberto Cláudio o apoiou, ele passou a dizer que o Roberto ia ajudar na gestão, então meio que atenuou essa fragilidade dele. Mas, enfim, graças a Deus não foi suficiente.”

Para Cid Gomes, a mobilização junto a prefeitos do interior e também de apoiadores no dia da eleição pesou a favor de Leitão.

“Nós tivemos no dia, nos dois, três últimos dias, 140, 150 prefeitos do interior ajudando em mobilização, ajudando no dia mesmo da eleição. E acho que isso foi definitivo. Uma eleição de menos de 1% de diferença, esse fator foi decisivo.”

 

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