Venezuela acusa o Brasil de agressão após veto à entrada da ditadura de Maduro no Brics
“A representação da chancelaria brasileira decidiu manter o veto em uma ação que constitui uma agressão à Venezuela e um gesto hostil”, disse a diplomacia do regime em comunicado.
A lista de países incluídos como parceiros do Brics, que não têm os direitos e deveres dos membros plenos, foi divulgada na quarta (23) e inclui Cuba, Bolívia, Argélia, Nigéria, Uganda, Malásia, Indonésia, Vietnã, Tailândia, Cazaquistão, Uzbequistão, Turquia e Belarus.
Nesta quinta, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que diverge do Brasil em relação à entrada da Venezuela, mas que o país latino-americano só poderá ingressar no Brics se houver consenso entre seus membros.
“Nós sabemos a posição do Brasil. Nós não concordamos, a Venezuela está lutando por sua sobrevivência”, disse o russo em uma entrevista coletiva na quinta. Ele disse que discutiu o tema com Lula quando ambos se falaram ao telefone nesta semana, depois que o petista não pôde viajar por ter batido a cabeça numa queda doméstica.
Brasília e Caracas atravessam um dos pontos mais baixos da sua relação bilateral depois que o órgão eleitoral da Venezuela declarou Maduro vencedor das eleições presidenciais apesar de fortes indícios de fraude. O governo Lula nunca reconheceu a suposta vitória do ditador e chegou a sugerir a realização de novas eleições, ideia rejeitada tanto pelo regime quanto pela oposição, que afirma ter sido vitoriosa.
Maduro apareceu de surpresa na cúpula em Kazan a fim de pressionar pela inclusão de seu país e discursou como se tivesse sido aceito no bloco, buscando ignorar o Brasil. “A Venezuela faz parte da família do Brics.” O ditador estava lá como um dos convidados do bloco que participaram da sessão ampliada da cúpula —ele havia enviado sua vice, Delcy Rodriguez.
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