Brasileiro de 19 anos morre em combate na Guerra da Ucrânia
Tiago Nunes, brasileiro morto em combate na Ucrânia |
Um brasileiro de 19 anos que atuava como voluntário pela Ucrânia na
guerra contra a Rússia foi morto em combate. A informação foi confirmada
pela Prefeitura de Rurópolis (PA), sua cidade natal.
Tiago
Nunes, conhecido como Índio, morreu na quinta-feira (28) em
circunstâncias não esclarecidas. Familiares e amigos se reúnem na noite
desta sexta, em Rurópolis, para prestar homenagens.
Vitor
Scalabrin, amigo de Tiago, disse à reportagem que ele foi para a Ucrânia
porque sempre teve o sonho de servir ao Exército. “Ele era um ótimo
filho. E fazia qualquer pessoa rir, independentemente de onde ele
estava”.
Ainda segundo Scalabrin, não se sabe ao certo a
localização do corpo. Ele disse que Tiago não contou aos familiares que
pretendia viajar à Ucrânia. “A mãe só ficou sabendo quando ele já estava
lá”, disse.
“Neste momento de profunda tristeza e dor,
manifestamos aos familiares e amigos nossas mais sinceras condolências”,
escreveu a prefeitura nas redes sociais.
Tiago não foi o
primeiro brasileiro morto em combate na Ucrânia. Até a publicação deste
texto, o Itamaraty não havia confirmado sua morte. No ano passado, a
pasta confirmou o óbito de Antônio Hashitani, 25, estudante de medicina.
Ele era voluntário em um grupo paramilitar que atuava na região de
Bakhmut, palco de uma das mais sangrentas batalhas do conflito.
Antes,
em 2022, o ministério já havia divulgado a morte de pelo menos outros
dois brasileiros: do gaúcho André Hack Bahi, 43, que atuava como
socorrista pela Legião Internacional de Defesa da Ucrânia, e de Douglas
Búrigo, 40, que fora do Exército Brasileiro e morreu em Kharkiv, no
leste do país invadido.
A morte de Tiago ocorreu num momento em
que as forças russas registram avanços no leste ucraniano. Moscou também
tem intensificado o uso de mísseis e drones contra o país vizinho antes
da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos —o líder
republicano, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, chegou a dizer na
campanha que encerraria o conflito em 24 horas, embora sem explicar
como.
Na semana passada o presidente ucraniano, Volodimir
Zelenski, mencionou o risco de derrota se a gestão Trump cortar a ajuda
destinada a Kiev. O republicano é crítico dos gastos militares
americanos em outros países.
A Guerra da Ucrânia entrou em uma
nova fase no último dia 19, quando Kiev lançou, pela primeira vez desde o
início do conflito, em fevereiro de 2022, mísseis de longo alcance dos
EUA contra o território da Rússia.
O ataque ocorreu após
Washington, principal aliado da Ucrânia, permitir o uso desse tipo de
arma contra Moscou, cedendo a meses de insistência de Zelenski. O atual
presidente americano, Joe Biden, autorizou a escalada dois meses antes
de deixar o cargo, atraindo críticas da equipe de Trump, que alertou
para o risco de uma “Terceira Guerra Mundial”.
Renan Marra/Folhapress
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