Lula faz reunião ministerial em meio a fissuras no Congresso e expectativa de trocas no governo
O presidente Lula (PT) realiza na tarde desta sexta-feira (20), no Palácio da Alvorada, a última reunião ministerial do ano. O encontro ocorre em meio a rumores de uma reforma no primeiro escalão do governo e a votação do pacote de corte de gastos que gerou fissuras no Congresso.
Diferentemente dos anteriores, o encontro terá um tom mais informal, como uma espécie de confraternização com seus 38 ministros. Os líderes do governo e presidentes de bancos públicos também devem participar.
A votação na quinta-feira (19) de grande parte do pacote de contenção de gastos proposto pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) terminou com o enfraquecimento das medidas. Como resultado, a economia para os cofres públicos deve diminuir.
Os parlamentares blindaram emendas obrigatórias contra bloqueios, afrouxaram o comando para combater supersalários, derrubaram boa parte das mudanças no BPC (Benefícios de Prestação Continuada) e excluíram a medida que permitiria à União reduzir os repasses futuros ao FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal).
Mesmo com as concessões, o governo precisou reforçar a articulação, destacar uma tropa de ministros para mobilizar as bancadas e acenar com a liberação de emendas extras para conseguir o apoio necessário para o pacote avançar nas duas Casas ainda neste ano.
Normalmente, a reunião ministerial ocorre no Palácio do Planalto, mas o presidente ainda não despachou do seu local de trabalho desde que voltou de São Paulo. Ele teve de viajar para fazer uma cirurgia de emergência por hemorragia na cabeça, e ficou fora de Brasília por mais de uma semana.
Após liberação dos médicos, na quinta, voltou para a capital e ficou descansando na residência oficial. A única restrição ao presidente, segundo a equipe médica, é de exercícios físicos.
Ainda assim, interlocutores do presidente dizem que a ideia é que o encontro seja mais curto que os anteriores —uma reunião anterior já chegou a durar nove horas. O encontro será de balanço de cada pasta, e os ministros vão apresentar suas principais medidas.
Nessas reuniões, que por vezes têm ao menos o discurso do presidente transmitido, Lula costuma cobrar entregas dos seus ministros.
Esta é a terceira reunião do ano. Na primeira, em março, ele cobrou redução do preço dos alimentos, ampliação do crédito para a parcela mais pobre da população fomentar a compra da casa própria pela classe média e impulsionar investimentos.
Em agosto, por sua vez, Lula liberou seus auxiliares a apoiarem candidatos nas eleições municipais deste ano, mas sugeriu que ataques a adversários sejam evitados.
Marianna Holanda, Folhapress
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