Após queda de aeronave, Trump culpa diversidade por problemas na segurança aérea dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou a colisão de um
helicóptero com um avião em Washington para atacar mais uma vez as
políticas de diversidade, um de seus principais alvos em seu novo
mandato.Foto: Reprodução
Em um encontro com jornalistas nesta quinta-feira (30), Trump apontou uma série de culpados pelo incidente que, segundo as autoridades, provavelmente matou todas as 67 pessoas que estavam a bordo das duas aeronaves. Não foram divulgadas evidências que pendam para a responsabilização de um ou outro agente específico no incidente.
Um dos agentes que o presidente acusou na ocasião foi a classe de controladores de tráfego —ele já tinha esboçado algo nessa linha em sua rede social, Truth Social, ao questionar “por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer”.
Trump afirmou que o nível dos profissionais de torres de controle aéreo tinha baixado durante as administrações de Barack Obama (2009-2017) e Joe Biden (2020-2025). Isso, segundo a sua linha de raciocínio, tinha acontecido devido a políticas de diversidade promovidas pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês).
Afinal, costuma afirmar o presidente, práticas que buscam aumentar o número de funcionários de grupos marginalizados nas iniciativas pública e privada são discriminatórias e minam o sistema meritocrático. Elas são “woke” —termo é usado por conservadores de forma pejorativa para se referir à agenda que engloba pautas identitárias e representatividade.
O republicano ainda disse aos jornalistas que era preciso que os controladores tivessem uma “inteligência superior”. “Precisamos das pessoas mais inteligentes. De gênios. Não dá para ter pessoas normais trabalhando com isso”.
Questionado sobre como podia afirmar que contratações baseadas em esforços de diversidade estavam na origem da colisão desta quinta mesmo que ela ainda estivesse sendo investigada, respondeu: “Eu tenho bom senso”.
As críticas de Trump logo se voltaram para outros cantos. Outro dos culpados que ele apontou foram os soldados que estavam no helicóptero do Exército. Enquanto os pilotos do avião estavam “fazendo tudo certo”, disse, o veículo militar que o atingiu estava “indo em um ângulo que era inacreditavelmente ruim”.
“Havia uma situação em que o helicóptero tinha a possibilidade de parar”, ou desacelerar, ou subir, ou descer, afirmou o presidente. “Por algum motivo, ele simplesmente continuou avançando”.
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