Cresce movimento na Assembleia para que Angelo Coronel Filho dispute vice-presidência da Casa contra o PT

Cresceu esta semana, sobretudo nesta quinta-feira (9), o movimento na Assembleia Legislativa para que o deputado Angelo Coronel Filho (PSD) dispute o cargo de 1° vice-presidente da Casa. Alegando o respeito à proporcionalidade das bancadas, o PT reivindica o posto, para o qual deve indicar o deputado Rosemberg Pinto, líder do governo.

O nome de Coronel é defendido por parlamentares de diversos partidos da base governo, com exceção do PT e do PCdoB, mais fieis a Rosemberg. Ao mesmo tempo, o deputado do PSD tem o apoio de parcela importante da oposição, que também já anunciou caminhar com Adolfo.

A avaliação dos incentivadores de Angelo Coronel Filho é que, se Rosemberg for eleito para a 1° vice, as chances de o petista assumir o comando da Assembleia são reais, por conta da insegurança jurídica da reeleição de Adolfo, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) já deliberou contra a recondução, numa mesma legislatura, de presidentes do Poder Legislativo.

E mais forte do que o movimento em favor do deputado do PSD é o temor de que o PT assuma a presidência da Assembleia e, com isso, dê as cartas tanto no Executivo quanto no Legislativo. Esse sentimento é compartilhado pela maioria dos governistas e pela oposição.

Pela praxe que existe na Casa e que já foi colocada em pratica em alguns momentos ao longo da história, em caso de o 1° vice assumir por conta do afastamento definitivo do titular, cabe a ele convocar, num prazo entre 30 e 60 dias, uma nova eleição para a presidência. Entretanto, esse procedimento não está escrito na Constituição baiana ou no Regimento Interno da Assembleia. Ou seja, há margem para a permanência.

Alguns deputados chegaram a sugerir a Adolfo que fosse apresentado um projeto de resolução para alterar o Regimento e tornar a praxe uma regra oficial, mas isso já teria sido descartado pelo próprio presidente, o que faz crescer ainda mais a pressão pela candidatura de Coronel ao posto de substituto imediato do chefe do Poder.

Se a praxe fosse uma regra oficial, o deputado do PSD já teria descartado concorrer à 1° vice, mantendo o plano original de ser uma alternativa caso Adolfo desista de disputar a reeleição – o que não deve ocorrer – ou seja impedido pelo STF. Hoje, a avaliação de parlamentares ouvidos pelo site é que Coronel teria apoios suficientes para isso e em condições mais vantajosas do que brigar com o PT pelo segundo posto da Mesa Diretora, uma vez que não teria contra si o discurso da proporcionalidade.

Questionado nesta noite pelo site se será candidato a 1° vice, Angelo Coronel Filho enviou uma nota curta. “Não serei candidato de mim mesmo e fico lisonjeado com as manifestações de apoio e carinho dos colegas”.

Vale lembrar que, além da boa relação pessoal e do prestígio com os colegas, o que conta muito numa eleição para a Mesa Diretora, o deputado também tem como trunfo político o próprio pai, o senador Angelo Coronel (PSD), que foi presidente da Assembleia e possui uma “bancada” formada por pelo menos dez parlamentares na Casa.

Coronel pai, por sinal, ganhou esta semana um novo estímulo para a queda de braço com os petistas pelo poder na Assembleia: as declarações do senador Jaques Wagner (PT) ao jornal A Tarde de que chapa governista nas eleições de 2026 pode ter o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), como candidato ao Senado, excluindo o parlamentar do PSD, que almeja concorrer à reeleição.

São ingredientes perfeitos para tornar eleição da nova Mesa Diretora do Legislativo baiano, marcada para o dia 3 de fevereiro, em uma espécie de balão de ensaio do que pode ocorrer em 2026. Quem levar a cadeira certamente vai chegar lá com alguma vantagem.

Política Livre

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