Com críticas ao Ferry-boat, Jerônimo mira a Agerba e acerta em Angelo Coronel; entenda

As críticas do governador Jerônimo Rodrigues (PT), nesta quarta-feira (12), à operação do Ferry-boat, com uma queixa especial sobre a atuação da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), foram percebidas por integrantes da base governista como um recado indireto ao senador Angelo Coronel (PSD).

Apesar da baixa efetividade de fiscalização da Agerba ser notavelmente conhecida, a declaração pública do governador coloca a responsabilização da operação deficitária do ferry-boat sobre a autarquia comandada pelo irmão do senador, o diretor executivo Carlos Henrique de Azevedo Martins.

“Chamei a Agerba, não tá correto, eu não concordo com isso. A Agerba é responsável por isso, assim como o transporte regional, metropolitano, é de responsabilidade da Agerba, e eu naturalmente não fico contente com as coisas quando estão equivocadas ou erradas, eu não concordo com isso. A Agerba não está fazendo um serviço correto”, disse o governador, ao anunciar que pode rever o contrato de concessão do ferry, hoje sob domínio da Internacional Marítima.

Segundo interlocutores do governo, esse é mais um episódio do acirramento entre a cúpula petista e o senador do PSD, desde que Coronel foi, antecipadamente, rifado da chapa majoritária de 2026 a partir de declarações do senador Jaques Wagner (PT) e do próprio governador em defesa de uma composição “puro sangue”, tida como a chapa dos sonhos, com Jerônimo concorrendo à reeleição e os ex-governador Wagner e Rui Costa na disputa pelo Senado.

Sob o domínio familiar de Coronel, a Agerba atua em regime especial e é vinculada à Secretaria da Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra – pasta que também está com o PSD), a quem Jerônimo disse ter cobrado uma intervenção para desenhar uma nova licitação do serviço.

“A paciência esgota e eu retomei isso para o meu gabinete, pedi para refazer a licitação, espero que junto com a Seinfra ou Sedur, que tem a ver com mobilidade urbana, tem a ver com o Ferry-Boat, e Casa Civil, porque diz respeito ao financeiro”, afirmou o governador.

Política Livre

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