Lucro do BB cresce 6,6%, para R$ 38 bilhões, em 2024, e banco anuncia que pagará dividendos

O Banco do Brasil teve um lucro líquido ajustado de R$ 37,9 bilhões em 2024, um crescimento de 6,6% em relação ao ano anterior, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (19).

Ao divulgar o resultado, o banco anunciou que irá pagar dividendos e JCP (juros sobre o capital próprio) relativos ao lucro do quarto trimestre. Serão R$ 0,48 por ação para quem tiver os papéis em 11 de março, totalizando R$ 2,7 bilhões distribuídos.

No quarto trimestre do ano passado, o lucro foi de R$ 9,580 bilhões, levemente acima dos R$ 9,414 bilhões esperados por analistas consultados pela Bloomberg. O resultado nos últimos meses de 2024 representa um crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Segundo a estatal, o desempenho anual foi impulsionado, principalmente, pelo crescimento da margem financeira bruta (11,2%) e das receitas de prestação de serviços (4,9%).

A rentabilidade do banco medida pelo ROE (retorno sobre patrimônio líquido anualizado) caiu de 21,6% para 21,4% na comparação anual. Considerando apenas o quarto trimestre, a queda foi de 22,5% para 20,8%.

Do fim de 2023 para o fim de 224 a inadimplência do banco aumentou de 2,9% para 3,3% da carteira, puxada pelos atrasos de clientes do agronegócio, carro-chefe do banco, com quebra na safra de soja. Neste recorte, os atrasos subiram de 0,96% para 2,45%.

Com a queda no preço da soja e a produção mais fraca devido a eventos climáticos no ano passado, alguns clientes do banco chegaram a entrar com pedido de recuperação judicial, o que forçou a instituição a provisionar mais recursos, dada a maior chance de calote. Assim, o montante provisionado subiu 16,9%, para R$ 35,7 bilhões.

Já a carteira de crédito como um todo cresceu 15,3% no ano e chegou a R$ 1,3 trilhão em dezembro. Os empréstimos e financiamentos para o agronegócio atingiram R$ 397,7 bilhões, uma alta anual de 11,9% no ano, perto da mínima de 11% projetada pelo banco.

No consignado, o crescimento foi de 9,8%, para R$ 138,7 bilhões, chegando a 41,3% da carteira de pessoas físicas.

Enquanto bancos privados deixaram de ofertar a modalidade, por conta do teto de juros da modalidade, os bancos públicos aceleraram a concessão.

“O crescimento de crédito do Banco do Brasil continuará sustentável e equilibrado, com soluções e serviços aderentes ao nosso papel na sociedade brasileira e beneficiado pelas oportunidades da nossa atuação em cada canto do Brasil. Vamos continuar a ser protagonistas no crédito consignado, em todas as suas verticais”, afirmou Tarciana Medeiros, presidente da instituição, em comunicado.

O governo federal estuda criar uma modalidade de consignado privado, nos mesmos moldes do vinculado ao INSS, o que promete ampliar a concessão de crédito em 2025.

Já as receitas de prestação de serviços do BB cresceram 4,9% no acumulado 2024, com destaque para consórcios (17,4%), mercado de capitais (16,7%), administração de fundos (11,6%) e seguros, previdência e capitalização (10,4%).

Júlia Moura/Folhapress

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