Tinoco rebate fala de Lula sobre queda de igreja: “Presidente é quem define recursos para preservação”

O vereador Claudio Tinoco (União Brasil) criticou, nesta quinta-feira (6), as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o tombamento de patrimônios históricos no Brasil, apontando que a responsabilidade pela conservação é do Governo Federal. “É o Presidente quem define os recursos orçamentários para os órgãos federais. Ou Lula assume a responsabilidade, pelo menos, de informar qual é o orçamento do Ministério da Cultura e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para restauro do patrimônio material e arquitetônico nacional ou, então, propõe o ‘destombamento’. Só não dá para transferir a responsabilidade para quem propôs o tombamento há 87 anos”, afirmou Tinoco.

A fala do vereador foi uma resposta às declarações de Lula, que, em entrevista à Rádio Metrópole, criticou o processo de tombamento no país e, ainda mais, repreendeu a falta de orçamento para manter patrimônios históricos. Segundo o presidente Lula, muitos bens tombados acabam abandonados por falta de investimentos públicos. “Tomba e a coisa vai apodrecendo, vai caindo. Então, para que tombar se não há responsabilidade?”, questionou o presidente.

O incidente que gerou a discussão foi o desabamento do teto da Igreja de São Francisco, no Pelourinho, em Salvador, ocorrido na quarta-feira (5), que resultou na morte de uma turista.

Tinoco também defendeu a necessidade de maior compromisso com a conservação do patrimônio histórico, especialmente na Bahia. “O Brasil, em especial a Bahia, precisa cuidar melhor do seu patrimônio histórico, artístico e cultural. Neste caso, é preciso celeridade na apuração das causas, da responsabilidade e nas providências para indenizar a família da vítima e restaurar por completo a Igreja de São Francisco”, destacou o vereador.

Outro ponto que chama atenção no caso foi a solicitação de vistoria feita pelo frei responsável pela Igreja de São Francisco ao Iphan, dois dias antes do desabamento. A situação levanta questionamentos sobre a agilidade do Iphan em atender demandas de conservação de patrimônios históricos e sobre a necessidade de recursos adequados para manutenção preventiva desses imóveis.

Diante da tragédia, Tinoco reforçou a necessidade de responsabilização e de um planejamento mais eficaz para a preservação do patrimônio histórico. “O problema não está no tombamento em si, mas na falta de um plano efetivo e de recursos para a manutenção dessas estruturas”, pontuou, rebatendo a fala de Lula.

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