Oito pessoas são presas e 12 mandados cumpridos na Operação Orion Scorpii

Ação apreende armas, dinheiro e munições em ações simultâneas em sete cidades baianas e em Montes Claros, Itaipé e Goiânia.

A Polícia Civil da Bahia prendeu oito pessoas e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na continuidade da Operação Orion Scorpii, deflagrada nesta quarta-feira (10) pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A operação visa desarticular um esquema de comércio ilegal de armas e munições e combater a atuação de uma organização criminosa responsável pela distribuição clandestina de armamentos no estado.

Coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), a ação integra a Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que reúne iniciativas conjuntas de caráter nacional para o enfrentamento ao crime organizado.
As equipes cumprem mandados simultaneamente nos municípios de Vitória da Conquista, Guanambi, Palmas de Monte Alto, Brumado, Itapetinga, Jequié e Teixeira de Freitas. Fora da Bahia, a operação também ocorre em Montes Claros e Itaipé, em Minas Gerais, e em Goiânia, no estado de Goiás.
Durante as diligências são apreendidas armas de diversos calibres, incluindo fuzil, pistola, revólver, rifles, além de carros, dinheiro e grande quantidade de munições, todo o material vinculado ao comércio ilegal desarticulado pela investigação.

A Orion Scorpii mobiliza 120 policiais, divididos em equipes especializadas do Draco, e conta com o apoio da Coordenação de Fiscalização de Produtos Controlados (CFPC), de equipes da Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Sudoeste) e de equipes das Polícias Civis de Goiás e Minas Gerais.
Fonte
Marcela Correia/Ascom PCBA

Ação integrada mira membros do crime organizado no interior da Bahia

Até o momento, três pessoas foram presas e foram apreendidos fuzis, submetralhadoras, granada e munições
A Polícia Civil da Bahia, por meio da 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Santo Antônio de Jesus), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (10), a Operação Recôncavo, de forma integrada com a Polícia Militar, em municípios daquela região. Durante as ações integradas, são cumpridos mais de 30 mandados judiciais contra lideranças, membros e pessoas associadas ao crime organizado.

As investigações da 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Santo Antônio de Jesus) culminaram na identificação de envolvidos com homicídios, sequestros, torturas e o tráfico de drogas em diversas regiões do Recôncavo baiano. Três homens foram presos, e três resistiram à abordagem policial; eles foram atingidos e encaminhados ao atendimento médico, porém não resistiram aos ferimentos.
As forças integradas apreenderam: 3 submetralhadoras; 3 fuzis M4; carregadores de fuzil e pistolas 9 mm; drogas; 1 granada; 2 espadas e 1 machado, instrumentos que podem ter sido utilizados na decapitação de duas vítimas e no esquartejamento de outra, crimes ocorridos em julho deste ano.

A Operação Recôncavo conta com mais de 200 policiais da 4ª Coorpin/Santo Antônio de Jesus, com o apoio do Departamento de Polícia do Interior (Depin), da Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Leste), de equipes do Grupo de Apoio Técnico e Tático à Investigação (Gatti/Leste) e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core).

Também estão presentes unidades especializadas e operacionais da Polícia Militar da região, CIPE Litoral Norte e Recôncavo, 27ª e 85ª Companhias Independentes da Polícia Militar, Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), o Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) e o Batalhão de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo). Equipes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizam perícias com uma base móvel no local das ações.

A ação integrada permanece em andamento, com novas diligências sendo realizadas para a completa identificação e desarticulação da organização criminosa atuante no distrito de Nagé, em Maragogipe e entorno.
Fonte
Tony Silva / Ascom-PCBA

Otto Alencar promete enterrar no Senado projeto que reduz pena de Bolsonaro

O presidente da CCJ do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou que pretende “enterrar” o PL da Dosimetria — proposta aprovada na Câmara que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro, incluindo Jair Bolsonaro. Ao comentar a tramitação, Otto classificou o texto como “casuístico, feito para atender um grupo, não a população” e chegou a chamá-lo de “sem vergonha”, embora tenha assegurado que seguirá o rito regimental na Comissão. A reportagem é da Veja.

A fala contrasta com a posição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que reiterou o compromisso de levar o projeto rapidamente ao plenário. “Se a Câmara deliberasse, o Senado deliberaria. Vamos votar ainda este ano”, afirmou.

O texto, em tese, deve passar primeiro pela CCJ, mas a oposição articula assinaturas para tentar levar a proposta diretamente ao plenário. Otto, porém, insistiu que a discussão na Comissão é indispensável: "Me permita discordar, porque não é possível que não passe pela Comissão de Constituição e Justiça. Passou meses lá [na Câmara] para chegar aqui e votar imediatamente. É algo que não posso concordar. Não é porque eu tenho posição contrária, até porque, se for para a CCJ, vai designar relator, discutir e deliberar".

Por Redação
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Pregação de ‘Moreno em Cristo’ em praça de Itabuna é proibida por fiscal da prefeitura e repercute nas redes sociais

Um episódio envolvendo o cantor e pregador Uedson Xavier de Souza, mais conhecido como ‘Moreno em Cristo e um servidor da Prefeitura de Itabuna ganhou grande repercussão nas redes sociais na tarde desta terça-feira (9), na praça Camacã. Durante uma transmissão ao vivo feita pelo próprio pregador, ele foi abordado por um funcionário público enquanto realizava uma pregação em uma praça da cidade.

No início da live, o servidor solicita que Moreno em Cristo reduza o volume do som e informa que não é permitido realizar esse tipo de atividade sem autorização prévia do órgão fiscalizador vinculado à prefeitura. A abordagem foi registrada em tempo real e rapidamente passou a circular nas redes sociais, gerando críticas, debates e manifestações em defesa da liberdade religiosa.

Diante da repercussão, o prefeito Augusto Castro determinou a imediata apuração dos fatos e o afastamento preventivo do agente fiscal envolvido na ocorrência. Em nota oficial, a administração municipal informou que não compactua com qualquer ato de intolerância religiosa e ressaltou que o respeito à liberdade de crença, garantida pela Constituição Federal, deve ser rigorosamente observado por todos os servidores públicos.

Moreno em Cristo é bastante conhecido na região sul da Bahia, onde fez muito sucesso à frente do Grupo Companhia do Kaprixxo. Após sua conversão, já há alguns anos realiza pregações em praças públicas de cidades na Bahia, além de igrejas evangélicas. *Por Giro Ipiaú

Defesa diz que Bolsonaro tem piora na saúde e pede para Moraes autorização para fazer nova cirurgia

Relatórios médicos apresentados pela defesa indicam internação imediata com duração de 5 a 7 dias

Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) pediram nesta terça-feira (9) autorização para que ele deixe a Superintendência da Polícia Federal, onde está preso, para passar por novos procedimentos de saúde. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

No documento, a equipe de defesa voltou a afirmar que o ex-presidente tem um quadro de saúde delicado e passa por um estado de confusão mental que resultou na tentativa de violação da tornozeleira eletrônica detectada pela Polícia Federal.

No mesmo pedido, a defesa voltou a pedir a concessão de prisão domiciliar humanitária.
Bolsonaro foi preso preventivamente em 22 de novembro após uso de "ferro quente", um ferro de solda, para tentar abrir sua tornozeleira eletrônica.

"Conforme informado pelo médico responsável pelo tratamento do Peticionário, o ex-Presidente precisa passar por cirurgia tanto para tratamento do quadro de soluços, sequela das cirurgias já registrada nos presente autos, como em razão da piora do diagnóstico de hernia inguinal unilateral, que também indica a necessidade de intervenção cirúrgica", dizem os advogados.

De acordo com relatórios médicos acrescentados ao pedido pela defesa, essas intervenções cirúrgicas demandariam a internação imediata com duração de 5 a 7 dias.

"De fato, todos os novos documentos médicos que recentemente aportaram aos autos revelam significativa piora do quadro de saúde do Peticionário, que antes já demandava atenção".
Por Ana Pompeu/Folhapress

Câmara aprova projeto de redução de penas que beneficia Bolsonaro com aval do PL e protesto do governo

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (10), o projeto que substituiu a anistia ampla e prevê apenas a redução de penas para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os demais presos por participação nos ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro de 2023.

O projeto, relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), ainda tem que passar pelo Senado. O presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), disse que a matéria deve ser votada ainda neste ano.

Foram 291 votos a favor ante 148 contrários. Os destaques que poderiam alterar o texto foram rejeitados, em sessão que terminou às 3h56.

Quando a urgência do projeto foi aprovada, em setembro, houve 311 votos favoráveis e 163 contrários (com 7 abstenções).

O PL de Bolsonaro votou a favor e aceitou a redução de penas, embora tenham insistido por meses no perdão completo. Já o governo Lula (PT) votou contra, seguindo orientação da ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). Deputados governistas apresentaram uma série de questões de ordem para atrasar a votação.

A votação ocorreu na madrugada, após um dia de confusão na Câmara com a expulsão à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) do plenário —ele ocupou a Mesa em protesto contra seu processo de cassação. Houve agressões e cerceamento à imprensa por parte da polícia legislativa.

Como mostrou a Folha, o projeto terá impacto também sobre outros criminosos, com uma progressão mais rápida de regime para pessoas consideradas culpadas por coação no curso do processo, incêndio doloso e resistência contra agentes públicos, entre outros crimes, de acordo com estudo técnico de três partidos.

Deputados de esquerda usaram o argumento de que o texto beneficiaria o crime organizado para tentar derrotá-lo. No plenário, Paulinho negou: "O projeto trata apenas do 8 de Janeiro, não tem nenhuma possibilidade de esse texto beneficiar crime comum".

A aprovação ocorre dias após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pressionar pela anistia ao dizer que poderia desistir de ser candidato à Presidência em troca do perdão ao seu pai. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no entanto, disse que pautou o tema por vontade própria e não para atender a pedido de ninguém.

O texto pode diminuir o tempo de prisão de Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão na ação da trama golpista, para 2 anos e 4 meses em regime fechado, segundo o relator e parlamentares de oposição.

A depender da interpretação, porém, o projeto pode levar a uma redução menor, para algo entre 3 anos e 4 meses e 4 anos e 2 meses em regime fechado. O patamar esperado pela oposição dependerá da remição da pena, ou seja, de Bolsonaro reduzir seu tempo preso por meio de trabalho ou estudo.

Com a condenação atual, o tempo em regime fechado é estimado entre 6 anos e 10 meses a pouco mais de 8 anos. Em dezembro, a Vara de Execução Penal estimou que o ex-presidente deve passar para o regime semiaberto em 23 de abril de 2033 —após quase 8 anos.

Reivindicação do bolsonarismo desde o ano passado, o projeto de uma anistia ampla foi transformado em redução de penas por Paulinho após um acordo que envolveu a cúpula da Câmara, controlada pelo centrão, e o STF (Supremo Tribunal Federal). Por um lado, o centrão se opunha ao perdão total, e o relator, que é próximo de Alexandre de Moraes, não queria afrontar o Supremo.

Em seu relatório, Paulinho cita Aristóteles para afirmar que a virtude consiste no meio-termo e que o equilíbrio é a marca de seu texto. Na tribuna, ele fez um discurso pacificador.

A decisão de Motta de pautar o projeto de redução de penas nesta terça (9) pegou o relator e os líderes partidários de surpresa. A medida estava parada na Câmara em meio a um impasse —o PL insistia na anistia ampla e o Senado não dava sinais de que poderia votar o projeto em seguida, questões que foram superadas.

Houve um acordo para que os parlamentares bolsonaristas não tentassem, durante a votação do plenário, transformar a redução de penas em anistia por meio da apresentação de emendas ou destaques.

Antes da votação, Motta afirmou que a "questão da anistia está superada" e que só caberá a redução de penas. O presidente da Casa disse que queria virar o ano com o assunto definido.

Segundo aliados, Bolsonaro deu aval à redução de penas nesta terça. O ex-presidente afirmou que o projeto não resolveria o problema dele, mas resolveria o de apoiadores.

O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o partido seguirá insistindo no perdão completo, mas só no ano que vem.

Sóstenes afirmou que os bolsonaristas não estão satisfeitos, mas resolveram ceder porque o calendário de votações até o fim do ano está apertado e, com a medida, presos pelo 8 de Janeiro poderiam passar o Natal fora da prisão.

"Jamais vamos desistir da anistia, mas o calendário legislativo nos pressiona. É o degrau possível nesse momento para que as famílias possam dignamente passar o Natal em suas casas", disse.

Para o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), Motta foi influenciado por Flávio. O senador, que se lançou à Presidência na semana passada, disse que desistiria se houvesse anistia e a reversão da inelegbilidade para seu pai. Em entrevista à Folha, Flávio voltou atrás e disse que sua candidatura é irreversível.

Força majoritária na Câmara dos Deputados, o centrão reagiu mal à candidatura de Flávio, por preferir Tarcísio de Freitas (Republicanos), e defende a redução de penas em vez da anistia. Por isso, a fala do senador foi vista como chantagem por políticos desse grupo.

Já Sóstenes, na mesma linha de Motta, também negou que a votação tivesse relação com a declaração do senador. "Foi uma decisão pessoal dele [Motta], sem nenhuma outra circunstância. Não tem relação [com Flávio] porque nós não vamos votar a anistia. A condição do senador Flávio foi muito clara: votar a anistia e ter seu pai na urna. O que estamos votando aqui é um remendo."
Por Carolina Linhares e Raphael Di Cunto/Folhapress

CCJ do Senado votará nesta quarta (10) novas regras para impeachment de ministros do Supremo

O senador Otto Alencar (PSD) pautou para a quarta (10) a votação do projeto que atualiza as regras para o impeachment. "Será o primeiro item da pauta", disse o parlamentar à coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-PA), decidiu acelerar a tramitação da matéria depois que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes endureceu as regras de impedimento de ministros da Corte por meio de uma liminar.

O senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator do projeto, afirma que ele já foi finalizado e será apresentado ainda hoje aos principais líderes do Senado.

Ele antecipou à coluna as mudanças que vai propor nas regras, que valeriam não apenas para os magistrados da Suprema Corte, mas também para autoridades de outros poderes.

Em primeiro lugar, diz ele, haverá uma "reorganização da legitimidade de quem pode apresentar o pedido de impeachment".

Hoje, qualquer cidadão pode bater às portas do Senado e pedir o impedimento de um ministro do STF, por exemplo.

Com as novas regras, isso muda. Apenas entidades e órgãos como a OAB, a PGR (Procuradoria-Geral da República) e partidos políticos com representação no Congresso poderão apresentar o pedido.

Os cidadãos também poderiam fazê-lo, desde que por meio de um abaixo-assinado endossado por 1% do eleitorado.

"Isso qualifica o ato, não deixa que seja feito de forma solta, injuriosa ou dolosa, apenas para manifestar divergência com a autoridade", diz ele. "Não se pode usar instrumento de exceção como meio de atuação política, para manifestar descontentamento ou divergência com a autoridade", afirma ainda o parlamentar.

Uma segunda mudança: o presidente do Senado, a quem cabe arquivar ou dar seguimento ao pedido de impeachment, teria um prazo de 15 dias úteis para analisá-lo e tomar uma decisão. Hoje, esse prazo é indefinido, e o comandante da Casa pode simplesmente deixá-lo na gaveta, sem qualquer decisão.

Pela nova proposta, caso ele arquive o pedido, o plenário teria o poder de desarquivá-lo, também no prazo de 15 dias.

O quórum para isso, no entanto, seria de 2/3 dos parlamentares. Nas regras anteriores, era necessário o apoio da maioria simples de 41 senadores presentes no plenário — ou seja, de 21 deles — para que o processo de impeachment fosse aberto.

Pela nova regra proposta pelo senador Weverton seriam necessários ainda os votos de 2/3 dos 81 senadores para que, ao fim do julgamento, um ministro fosse enfim expelido da Suprema Corte.

Após a votação na CCJ, que deve ocorrer na quarta (10) se nenhum senador pedir vista para melhor análise da proposta, ela segue para o plenário do Senado. Aprovada, será enviada à Câmara para análise dos deputados.

Por Mônica Bergamo/Folhapress

Alcolumbre diz que Senado deve votar PL da Dosimetria ainda neste ano

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), disse nesta terça-feira (9) que a Casa deve votar ainda neste ano o projeto que reduz as penas dos condenados nos processos da trama golpista e dos ataques às sedes dos três Poderes em 8 de Janeiro de 2023.

Na mesma data, tinha sido anunciado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, que a proposta seria votada pelo plenário da Câmara ainda nesta terça-feira.

O anúncio de Alcolumbre, feito no plenário do Senado, foi seguido de protestos do presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Otto Alencar (PSD).

A reportagem conversou com diversos senadores ao longo da tarde desta terça, que relataram, antes da fala do presidente da Casa, haver pouca mobilização em torno da proposta que afrouxa as penas. Meses atrás, os senadores estavam mais engajados no tema. O entendimento, na época, era que não haveria espaço para uma anistia total, mas que os senadores aceitariam discutir uma proposta que levasse à redução nas punições.

O presidente do Senado disse que sempre defendeu uma opção moderada à proposta de anistia completa dos condenados —o que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Eu fiz um compromisso de que se a Câmara deliberasse esse assunto, o Senado deliberaria", declarou. "Nós vamos deliberar assim que a Câmara deliberar. Esse ano ainda", disse Alcolumbre.

Em seguida, Otto Alencar se manifestou. A declaração dele é importante por se tratar do presidente da CCJ, principal comissão a fazer análises prévias de projetos no Senado. Além disso, o senador baiano é um dos aliados mais próximos de Alcolumbre.

"Presidente, liberar neste ano? Sai de lá, vem para cá e vota? Me permita discordar, porque não é possível que não passe na Comissão de Constituição e Justiça. Passou um tempão, meses, lá [na Câmara]. Vai chegar aqui e votar imediatamente?", disse Otto Alencar no plenário.

Alencar é aliado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e teve sua manifestação apoiada por outros governistas. "De afogadilho isso é impossível, é um desrespeito aos senadores", declarou ele.

"Se puder encaminhar para lá [para a CCJ], chegar amanhã, amanhã mesmo vou designar um relator para discutir o tema. Mas não para chegar e votar imediatamente", disse o presidente da comissão.

Alcolumbre disse que enviaria a proposta para o colegiado, mas que seria necessário um calendário para garantir a votação rápida.

"Se a matéria for votada hoje eu encaminho ainda hoje para lá e vossa excelência pode deliberar amanhã e nós deixarmos para votar na próxima semana. Eu acho que tem que estabelecer um calendário", declarou o presidente do Senado.

Otto Alencar protestou novamente, mencionando o acordo para que as votações na próxima semana sejam remotas. Ou seja, sem a necessidade de os senadores estarem presentes na Casa.

"Essa matéria importa muito aos senadores seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro e eu tenho o dever de colocar para votar. Agora, no sistema remoto eu não concordo", declarou o presidente da CCJ. Ele mencionou, ainda, que Lula ficou preso e que não houve anistia no caso.

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), apoiou a ideia de Alcolumbre, de enviar a proposta imediatamente à CCJ para acelerar a tramitação ainda neste ano.

"O que está acontecendo é uma questão de calendário. Temos pessoas que estão presas, e esse projeto poderá proporcionar a soltura de pessoas. É uma situação um pouco atípica a projetos tradicionais", declarou Marinho. Em seguida, ele foi apoiado por outros senadores bolsonaristas.
Por Caio Spechoto/Folhapress

Glauber Braga é retirado à força do plenário após tentar ocupar cadeira de Hugo Motta

Polícia legislativa interrompeu sessão e determinou saída de jornalistas do plenário para evitar gravação

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou nesta terça-feira (9) a cadeira do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), contra a decisão dele de pautar o processo que pede a cassação de seu mandato por chutar um militante de direita que o perseguia na Casa.

A votação, prevista para esta semana, ocorrerá paralelamente à votação para decidir sobre a perda do mandato dos deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foram condenados pela Justiça e estão foragidos.

"Há uma ofensiva em que o único mandato de fato atingido é o mandato que me foi conferido pelo povo do Rio de Janeiro", afirmou Braga, enquanto presidia a sessão. Ramagem e Zambelli não estão participando das sessões por estarem fora do país —ela, presa na Itália, e ele, morando nos Estados Unidos.

O deputado presidia a sessão, decidiu ocupar a cadeira de Motta em protesto e se recusou a sair. Após Glauber anunciar seu protesto, a sessão foi suspensa e deixou de ser transmitida pela internet.

A polícia legislativa determinou a retirada dos jornalistas do plenário, enquanto tratava da saída de Braga da mesa diretora, para evitar imagens. Apenas deputados tiveram acesso à cena e divulgaram vídeos da polícia retirando Glauber à força.

A confusão se seguiu pelo salão verde, com jornalistas, policiais e deputados em um tumulto com empurra-empurra e agressões. Em seguida, o deputado deu entrevista à imprensa —a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), mulher do deputado, e outras deputadas choravam durante a fala do deputado.

Glauber passou ainda por um exame de corpo de delito.

Glauber teve a recomendação da cassação do mandato aprovada pelo Conselho de Ética da Casa em abril por agressão a um militante do MBL (Movimento Brasil Livre). No mesmo dia, ele iniciou uma greve de fome só encerrada após compromisso de Motta de não pautar a votação do caso em plenário no primeiro semestre. Cabe ao plenário a última palavra a respeito da decisão do conselho.

O deputado disse que, no caso da agressão, se exaltou após o militante do MBL ofender a sua mãe, que estava em estágio avançado de Alzheimer e viria a morrer dias depois. Afirmou ainda ser vítima de perseguição política patrocinada nos bastidores pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que nega. Já o conselho de ética entendeu que ele quebrou o decoro parlamentar e recomendou a cassação.

O ato de Glauber está sendo comparado ao motim bolsonarista, que tomou conta da Mesa Diretora no início de agosto.

Antes da expulsão, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que iria buscar uma saída política e criticou a restrição de acesso da imprensa.

Lindbergh, que se opôs ao motim bolsonarista na época, disse a respeito de Glauber que "esse não é o melhor método", mas atribuiu a nova tomada da Mesa à falta de punição de Motta em relação ao motim bolsonarista.

"Tem uma responsabilidade muito grande do presidente da Casa por não terem sido punidos aqueles golpistas que sequestraram a Mesa da Câmara dos Deputados. Então, nós estamos querendo achar uma saída, porque esse não é o melhor método. Não é a melhor forma de se resolver um problema como esse", disse o petista, acrescentando ser solidário a Glauber.

Por Raphael Di Cunto/Carolina Linhares/Folhapress

INSS suspende repasses de descontos em empréstimos consignados vinculados ao Master

Decisão assinada pelo presidente do órgão, no último dia 26, já gerou o bloqueio de R$ 27 milhões

.Foto: Divulgação

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) decidiu suspender, por medida cautelar, o repasse dos valores descontados de empréstimos consignados e de cartões de crédito nos benefícios vinculados ao Banco Master.

A medida, assinada pelo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, no último dia 26, já gerou o bloqueio de R$ 27 milhões em repasses até esta terça-feira (9).

O órgão afirmou, na decisão obtida pela reportagem, que a suspensão é necessária para cessar possíveis irregularidades e resguardar o interesse público.

A decisão deverá durar até a conclusão do processo aberto no INSS para apurar irregularidades no ACT (Acordo de Cooperação Técnica) celebrado com o Banco Master.

A manifestação foi feita pela Diretoria de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão (Dirben) e pela Procuradoria Federal Especializada do órgão.

O crédito consignado é um empréstimo no qual a parcela é descontada diretamente da aposentadoria ou pensão. Como o risco de calote é praticamente zero, os juros são os menores do mercado. As regras são controladas pelo CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social).

Em outubro, o INSS também havia decidido não renovar o ACT que autorizava o Banco Master a oferecer crédito consignado a aposentados e pensionistas.

Com isso, a instituição deixou de estar credenciada para iniciar novas operações da modalidade nos sistemas do INSS.

A medida também valerá até a conclusão das apurações em andamento ou até que a instituição financeira comprove, de forma objetiva, o atendimento integral à legislação e aos regulamentos que regulam o crédito consignado.

O INSS também solicitou ao Dataprev a retirada dos acessos do banco aos ambientes operacionais do consignado.

Um dos elementos considerados para a proibição foi o volume expressivo de reclamações em bases oficiais e públicas, com relatos de dificuldades para cancelamento, cobranças indevidas e operações não reconhecidas.

A autarquia também disse que há indícios de descompasso entre práticas adotadas e parâmetros normativos, que incluem exigências de autorização expressa, autenticação biométrica, guarda adequada de documentos e responsabilidade da instituição pela atuação de correspondentes bancários.

Na última semana, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga desvios em aposentadorias do INSS aprovou a convocação do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, para prestar depoimento.

Os requerimentos apontaram como principal motivo para a convocação de Vorcaro as reclamações de consumidores sobre operações de crédito consignado concedidas pelo Master.

Vorcaro chegou a ser preso no dia 18 de novembro sob o argumento de haver risco de fuga e, agora, está solto e monitorado por tornozeleira eletrônica. A prisão foi feita no aeroporto de Guarulhos.

O banqueiro é investigado pela Polícia Federal em um caso de emissão de títulos de crédito falsos. O BRB, banco estatal do Distrito Federal, teria pago R$ 12,2 bilhões ao Master em operações desse tipo.

A reportagem procurou o Banco Master, que não respondeu até a publicação deste texto.

Por Constança Rezende/Folhapress

PL da Dosimetria pode reduzir regime fechado de Bolsonaro para 2 a 4 anos

O novo parecer do projeto de lei de redução de penas para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, protocolado nesta terça-feira (9) pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), pode diminuir o tempo de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em regime fechado para 2 anos e 4 meses, segundo o relator e parlamentares de oposição.

A depender da interpretação, porém, o texto pode levar a uma redução menor, para algo entre 3 anos e 4 meses e 4 anos e 2 meses em regime fechado. Eventual redução para o patamar esperado pela oposição dependerá da remição da pena, ou seja, de Bolsonaro reduzir seu tempo preso por meio de trabalho ou estudo.

Com a condenação atual, o tempo em regime fechado é estimado entre 6 anos e 10 meses a pouco mais de 8 anos.

A proposta será votada nesta terça no plenário da Câmara dos Deputados, segundo o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB). O parecer foi protocolado em seguida, após meses de negociação. A oposição desistiu de propor uma emenda ao projeto para anistiar de forma ampla e irrestrita todos os condenados pelos atos golpistas, em troca do apoio do centrão à redução de penas.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo STF por cinco crimes, como líder da trama golpista. Outros sete réus foram condenados a penas que vão de 2 a 26 anos de reclusão. Além deles, centenas de pessoas foram punidas pelos atos do 8 de Janeiro.

O parecer protocolado por Paulinho unifica os crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de golpe de Estado, aplicando apenas a pena daquele que é maior. Com isso, no caso de Bolsonaro, seria descartado o crime de abolição violenta do Estado democrático de Direito (6 anos e 6 meses de prisão). Restariam ainda 20 anos e 9 meses de prisão.

A legislação prevê a possibilidade de progressão de regime, para que o condenado com bom comportamento possa migrar para o semiaberto ou aberto após um tempo. O projeto fixa que, nesses casos, o regime de progressão será após o cumprimento de um sexto da pena, não mais um quarto.

Com as mudanças feitas pelo projeto, a progressão ocorreria após 3 anos e cerca de 4 meses.

O relator, no entanto, diz que a redução será maior. "Dá mais de 3 anos, mas depois tem a remição de penas, e cai para 2 [anos e] 4 [meses", disse Paulinho à Folha, sem detalhar como ocorrerá. O projeto determina que a remição poderá ocorrer mesmo em regime domiciliar.

Advogados, no entanto, apontam que a redução pode ser menor, já que o texto pode ser interpretado de forma a ampliar a pena por golpe de Estado entre 1/6 e 2/3, a depender da interpretação do juiz –neste caso, o STF (Supremo Tribunal Federal).

Com isso, o tempo de prisão iria para algo entre 21 anos e 10 meses e 25 anos e 1 mês. Com a progressão, poderia chegar a 4 anos e 2 meses antes de migrar para o semiaberto.

O projeto pode ter efeito maior sobre outros condenados pela trama golpista. Além de impedir a somatória das penas e o tempo para progressão de regime, o texto permite a redução das penas entre 1/3 e 2/3 quando os crimes forem praticados "em contexto de multidão", como foi o caso das centenas de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que depredaram as sedes dos três Poderes.

Para esta redução de penas, no entanto, o condenado ou réu não pode ter praticado ato de financiamento ou exercido papel de liderança para a tentativa de golpe de Estado.

Com a aprovação do projeto, o centrão afirma que ficará mais fácil de convencer Bolsonaro a apoiar a candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na sexta (5), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se colocou como candidato, mas depois sinalizou que seu "preço" seria a aprovação da anistia. Em entrevista à Folha, ele recuou e disse que sua candidatura é "irreversível".

O projeto, caso aprovado pela Câmara, ainda precisa passar pelo Senado Federal e depois ter o aval do presidente Lula (PT), que pode vetá-lo. Deputados de esquerda se insurgiram contra a proposta e defenderão que o petista vete o texto.

Por Raphael Di Cunto e Carolina Linhares, Folhapress

Defesa de Filipe Martins diz que Cid é culpado e controlou narrativa da PGR na trama golpista

As defesas do núcleo da trama golpista COMPOSTO POR aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que tinham cargos estratégicos negaram, nesta terça-feira (9), a participação em irregularidades durante o segundo turno nas eleições de 2022 e após a derrota para Lula (PT) na eleição.

Eles se manifestam à Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) após a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que reiterou o pedido de condenação dos réus do núcleo.

Os principais réus do procesos são o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, o general Mário Fernandes e o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Martins. Além deles, outros três réus são julgados no processo.

Filipe Martins foi presencialmente à sessão de julgamento desta terça. Ao se manifestar para os magistrados, seu advogado, Jeffrey Chiquini, atribuiu ao tenente-coronel Mauro Cid a responsabilidade pela tentativa de golpe de Estado. Também disse que ele controlou a narrativa das acusações.

Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro e fez uma delação premiada que ajudou a fundamentar a denúncia contra os réus dos processos.

"Filipe Martins foi preso por uma viagem que não fez —por culpa de Mauro Cid—, foi denunciado por uma minuta que não existe —por culpa de Mauro Cid— e é será julgado por reuniões que não participou —por culpa de Mauro Cid", disse o advogado.

Martins, que foi assessor internacional de Bolsonaro, foi preso no início de 2024 após a PF identificar que o nome dele constava na lista de passageiros que embarcariam com destino aos EUA na comitiva presidencial. O documento foi encontrado em mídia de Mauro Cid.

No dia 14 de julho de 2025, entretanto, Cid afirmou ao Supremo que Martins não constava na lista final de passageiros do voo que levou Jair Bolsonaro aos Estados Unidos depois que o ex-presidente perdeu as eleições.

Segundo Gonet, Martins "contribuiu para a elaboração do decreto que romperia com as estruturas democráticas do país", a chamada "minuta do golpe".

"Participou, também, da apresentação do documento a representantes das Forças Armadas, com o objetivo de angariar apoio militar para a pretendida derrubada institucional."

Chiquini disse que "condenar Filipe Martins é condenar na palavra de Mauro Cid, que não tem credibilidade". "Mauro Cid criou a minuta golpista, a minuta é dele, ele escreveu a minuta do golpe e ele apresentou a minuta do golpe aos comandantes", afirmou o advogado.

O núcleo julgado pelo Supremo também trata do tema das blitze da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições de 2022. Inicialmente, as investigações sobre esse tema eram feitas separadamente pela Polícia Federal, mas a PGR decidiu que deveria entrar na ação principal sobre a tentativa de golpe.

A defesa de Fernando de Sousa Oliveira (ex-integrante do Ministério da Justiça) também negou as acusações contra seu cliente. Oliveira ocupou um cargo no ministério quando o órgão era comandado por Anderson Torres, que foi condenado no núcleo principal da trama golpista.

Seu advogado, Guilherme de Mattos Fontes, afirmou que Oliveira não tinha uma posição hierárquica para interferir nas ações da Polícia Rodoviária Federal durante o segundo turno das eleições e que não há prova de vínculo entre ele e o ex-diretor Silvinei Vasques.

Ainda se manifestarão as defesas de Fernandes, de Marcelo Costa Câmara (ex-assessor da Presidência) e de Marília Ferreira (ex-integrante do Ministério da Justiça).

Do grupo, o general da reserva Mário Fernandes tem uma das situações mais complicadas no Supremo.

A Polícia Federal encontrou com o militar documentos com planejamento do assassinato de Lula e do vice Geraldo Alckmin (PSB), com uso de armas militares ou envenenamento em evento público, além de Moraes.

No interrogatório no STF, o general afirmou que o arquivo "Punhal Verde e Amarelo", encontrado no seu computador, se tratava de "pensamentos digitalizados" e que nunca foi compartilhado com ninguém.

Fernandes foi questionado se confirmava a existência do documento e respondeu de forma positiva, mas argumentou que era uma análise do momento do país.

Os réus, disse Gonet em sua manifestação, "foram responsáveis por gerenciar as principais iniciativas da organização criminosa".

"É evidente a contribuição decisiva que proporcionaram para a caracterização dos crimes denunciados, valendo-se de suas posições profissionais relevantes e conhecimentos estratégicos", afirmou.

Por José Marques e Ana Pompeu, Folhapres

Itagibá registra 78,8% de aprovação da gestão do prefeito Marquinhos, aponta pesquisa

Uma pesquisa realizada pelo Instituto INFOP revelou que a gestão do prefeito Marquinhos Barreto alcançou 78,8% de aprovação popular em Itagibá. O resultado reforça a percepção positiva da população sobre as ações desenvolvidas nos últimos anos em diversas áreas do município.

De acordo com a pesquisa, moradores destacaram melhorias em setores como infraestrutura, educação, saúde, assistência social, agricultura, esportes e transportes, que receberam investimentos e projetos considerados importantes para o avanço da cidade. Obras, programas sociais e a ampliação de serviços públicos também foram apontados como fatores que contribuíram para o índice de aprovação.

Para o prefeito Marquinhos, o resultado representa um incentivo para continuar avançando.

“Recebo esse reconhecimento com muita alegria e responsabilidade. A aprovação de 78,8% mostra que estamos no caminho certo e reforça nosso compromisso com o desenvolvimento de Itagibá. Agradeço a confiança da nossa população e seguimos trabalhando com transparência e dedicação para entregar melhorias reais para todas as famílias”, afirmou.

A pesquisa reflete o atual momento da administração municipal, que segue implementando ações estratégicas voltadas à qualidade de vida da população e ao fortalecimento de áreas essenciais para o crescimento de Itagibá.

Governo Lula regulamenta mudança na CNH que acaba com obrigação de aulas em autoescola

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) regulamenta, nesta terça-feira (9), as novas regras para a emissão de CNH (Carteira Nacional de Habilitação) definidas por resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) na semana passada. Entre as principais mudanças está a retirada da obrigação de frequentar aulas na autoescola para obter a carteira de motorista.

O fim da obrigatoriedade das aulas foi aprovada por unanimidade pelo Contran e deve entrar em vigor logo após a assinatura e publicação no Diário Oficial da União, prevista ainda para esta terça. As provas prática e teórica seguem mantidas.

Outra alteração é a renovação automática e gratuita da carteira de motorista para um grupo definido pelo ministro Renan Filho (Transportes) como "bons condutores" —aqueles que não tiverem nenhum ponto de infração na carteira registrado no ano anterior à renovação do documento.

Renan justificou a medida ao afirmar que, "se você está dirigindo bem, é sinal de que não precisa de exame novo".

Pelas mudanças, a obrigação da carga-horária de 20 horas-aula deixa de existir e passa a ser de 2 horas. Também foi flexibilizada a escolha dos instrutores —o aluno poderá optar por professores autônomos autorizados pelos Detrans (Departamentos de Trânsito).

Nesses casos, os instrutores serão pessoas previamente autorizadas e fiscalizados pelos órgãos estaduais, com critérios padronizados nacionalmente. Essa identificação e controle serão integrados à Carteira Digital de Trânsito.

De acordo com o governo, as alterações devem reduzir em até 80% o custo total da carteira de motorista.

Ainda será necessário fazer aulas práticas e teóricas para obtenção da CNH, mas o curso teórico passa a ser gratuito e digital, disponibilizado pelo Ministério dos Transportes. Quem optar pelo curso presencial, poderá seguir no modelo tradicional, com autoescolas ou instituições credenciadas.

As modificações são uma aposta do governo para desburocratizar o processo, em mais uma ação que mira classes mais baixas e a classe média, às vésperas do ano eleitoral. O anúncio vem na sequência da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.

Já anunciadas por Renan Filho, as mudanças causaram reações negativas em empresas de CFC (Centro de Formação de Condutores), as autoescolas, uma vez que a medida tende a tirar condutores dessas empresas.

Dados da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) indicam que 20 milhões de brasileiros conduzem sem habilitação e outros 30 milhões têm idade para obter o documento, mas não o fazem por causa dos elevados custos do processo atual. No total, há 161 milhões de brasileiros em idade legal para dirigir.

Veja o que muda
  • Curso teórico gratuito e 100% digital, flexibilização de aulas práticas e abertura para instrutores credenciados pelos Detrans
  • Renovação automática e gratuita para quem não teve infrações no ano anterior
  • Adequação a padrão internacional, adotado por países como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, onde o foco é a avaliação, não a quantidade de aulas.
  • Aulas práticas com carga horária mínima de 2 horas. A exigência de 20 horas-aula será eliminada.
  • Candidato poderá escolher entre autoescolas tradicionais, instrutores autônomos credenciados pelos Detrans ou se preparar de forma personalizada, conforme necessidades pessoais.
  • Presença passa a ser essencial somente nas etapas obrigatórias, como coleta biométrica e exame médico. O restante poderá ser feito digitalmente

Operação Narke 5 impõe prejuízo de R$ 242 milhões ao crime organizado em ação integrada nacional

A Bahia apreendeu mais de 1,3 tonelada de drogas, cumpriu 118 mandados e contabilizou prejuízo superior a R$ 31 milhões às organizações criminosas

A Operação Narke 5, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) em cooperação com as Polícias Civis dos 26 estados e do Distrito Federal, entre os dias 3 e 28 de novembro, resultou na prisão de 934 pessoas, no cumprimento de 682 mandados de busca e apreensão e na apreensão de 10,6 toneladas de drogas e 29.440 unidades de entorpecentes sintéticos. As ações geraram prejuízo estimado de R$ 242 milhões às organizações criminosas que atuam no tráfico de drogas em território nacional.

Foram incineradas 42 toneladas de entorpecentes e apreendidas 161 armas de fogo, entre elas 18 fuzis, além de grande quantidade de munições. As atividades da operação também incluíram ações preventivas e educativas desenvolvidas em parceria com instituições federais, estaduais e municipais, direcionadas a áreas urbanas mais vulneráveis.

Na Bahia, as ações foram conduzidas pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), resultando na apreensão de 1,3 tonelada de drogas, além da incineração de 1,7 tonelada durante o período da operação. As equipes apreenderam ainda oito armas de fogo, 155 munições, cumpriram 118 mandados de busca e apreensão e efetuaram 102 prisões relacionadas ao tráfico e crimes correlatos. O Denarc também apreendeu 70 bens, incluindo 20 veículos, joias, valores em espécie e valores bloqueados judicialmente.

“O impacto financeiro gerado pelo trabalho integrado da Operação Narke 5 demonstra que o enfrentamento qualificado ao narcotráfico precisa atingir não apenas a cadeia operacional, mas, sobretudo, os núcleos de financiamento das organizações criminosas. Ao bloquear bens, apreender veículos e retirar mais de R$ 31 milhões dos grupos criminosos que atuam na Bahia, mostramos que a investigação patrimonial é decisiva para enfraquecer essas estruturas. Nosso compromisso é avançar cada vez mais na asfixia financeira do crime organizado, reduzindo sua capacidade de articulação e de expansão”, afirmou o diretor do Denarc, delegado Ernandes Júnior.

A Narke 5 integra o esforço estratégico da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP) e está alinhada às diretrizes da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento ao Narcotráfico (Renarc), que atua na padronização de procedimentos, compartilhamento de inteligência e fortalecimento da repressão qualificada ao tráfico.
Fonte
Pedro Moraes / Ascom PCBA – Com informações da Ascom MJSP

Estacionar na frente da própria garagem pode gerar multa?

         

Veja o que diz o Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
O ato de estacionar em frente à própria garagem, uma prática comum em áreas residenciais do país, constitui uma infração de trânsito, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Contrariando a crença popular de que a vaga em frente ao imóvel é uma extensão da propriedade privada e, portanto, "do morador", a lei não faz distinção entre o veículo do proprietário e o de terceiros, pois a rua é considerada um bem público de uso comum.

A legislação proíbe parar ou estacionar em locais que bloqueiem o acesso de veículos a garagens ou entradas de edificações. O objetivo é garantir o fluxo, a segurança viária e a mobilidade urbana, justificando a aplicação de multa e a possível remoção do veículo pelo agente de trânsito. O fato de o proprietário se "permitir" usar aquele espaço não altera o caráter público da via. Em situações de emergência ou necessidade de manobra rápida, um carro parado diante do portão pode criar obstáculos e atrasos.

O CTB trata o espaço em frente ao portão da garagem como área de circulação, e não como área particular. A multa é aplicada quando o estacionamento gera algum prejuízo à circulação ou à segurança.

As circunstâncias mais comuns em que o condutor pode ser autuado incluem:

  • Impedimento total ou parcial da entrada e saída de veículos.
  • Redução da largura útil da via, prejudicando a circulação.
  • Presença de sinalização específica (faixa amarela, placa) que proíba estacionar naquele ponto.
  • Avanço do veículo sobre a calçada ou rampa de acesso de pedestres.
Em vias estreitas, onde o carro dificulta manobras, ultrapassagens ou a passagem de serviços de emergência.

Além disso, algumas cidades possuem normas complementares em áreas residenciais de grande fluxo, intensificando a fiscalização para evitar conflitos entre moradores, bloqueios de garagem e problemas de mobilidade urbana.

Tolerância não é autorização legal

Embora a regra geral seja restritiva, na prática pode haver maior tolerância em ruas largas, com baixo tráfego e sem sinalização expressa. Contudo, é fundamental ressaltar que essa prática não representa uma autorização formal, visto que o CTB não prevê exceção explícita para o morador naquele espaço. O agente de trânsito prioriza a autuação em casos que causem transtornos evidentes, mas a infração legal permanece.

O recurso de solicitar a pintura de faixa amarela ou a instalação de placa de proibição tem o intuito de evitar que terceiros bloqueiem a garagem. No entanto, esse recurso não transforma o local em uma vaga exclusiva, nem autoriza o próprio morador a estacionar ali, pois a área continua sendo pública e sujeita às normas gerais. A garagem termina no limite do portão, e dali em diante a responsabilidade é compartilhada entre todos os usuários da via.

Como evitar infração e multas

Para reduzir o risco de autuação por estacionamento em frente à garagem, a recomendação é priorizar o uso da área interna do imóvel. Manter o veículo totalmente dentro da garagem diminui conflitos com vizinhos e praticamente elimina a chance de bloqueio da via ou da calçada.

Os condutores devem adotar as seguintes medidas:

  • Garantir que o carro esteja completamente fora da calçada e da área de circulação.
  • Observar a sinalização de trânsito, como placas e faixas pintadas no chão, próximas ao portão.
  • Evitar deixar o veículo estacionado por longos períodos em frente ao imóvel.
  • Consultar a legislação municipal ou o órgão de trânsito local para verificar regras específicas.
  • Acompanhar mudanças nas regras de trânsito da região, como novas áreas de proibição de estacionamento ou alterações de mão de direção.
  • O direito de propriedade sobre o imóvel não se estende à via pública. A função da norma é proteger a circulação, a segurança e a acessibilidade, e não garantir vagas particulares na via.
https://atarde.com.br/

Demissões de 300 servidores geram polêmica no sul da Bahia

Decisão do prefeito Girlei Lima (PDT) surpreendeu categoria às vésperas das festas de fim de ano

A prefeitura de Santa Cruz Cabrália, sul da Bahia, demitiu 300 servidores da gestão, após medida ordenada pelo prefeito Girlei Lima Nazareth (PDT). A decisão, de acordo com denúncias da categoria, vem no período que antecede as festas de fim de ano.

A medida repentina pegou os colaboradores de surpresa, os quais dizem não ter havido diálogo ou quaisquer plano de transição.
Impacto

O corte em massa na folha de pagamento gerou repercussões no município, onde o clima de apreensão entre a classe é geral.

A medida foi classificada por opositores e pelos próprios ex-servidores como uma "crueldade administrativa" e um gesto de insensibilidade diante da realidade das famílias.

Além do impacto nas famílias, a manutenção dos serviços públicos, que dependiam dessa força de trabalho, também se tornou uma preocupação para a população.

A reportagem procurou a Prefeitura de Santa Cruz Cabrália e ainda aguarda resposta aos questionamentos.

https://atarde.com.br/Por Rodrigo Tardio

Ivana Bastos intensifica articulação para votar indicação de Otto Filho ao TCE antes do recesso

A presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Ivana Bastos (PSD), segue determinada a votar ainda este ano a indicação do deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). A nomeação, articulada diretamente pelo senador Otto Alencar (PSD), tem o apoio tanto da base do governo quanto da oposição.

Na semana passada, Ivana havia informado ao Política Livre que pretendia pautar a matéria antes das festas de fim de ano (clique aqui para ler). Agora, a movimentação avança para uma fase decisiva: uma reunião com os líderes partidários está agendada para esta terça-feira (09), no final da manhã ou início da tarde, para ajustar o calendário de votação.

A expectativa é que a indicação seja apreciada até o dia 17 de dezembro, junto com a votação do Orçamento do Estado para 2026, última pauta de grande porte antes do recesso parlamentar. O objetivo é concluir o processo ainda dentro do ano legislativo, evitando arrastar a indicação para o início de 2026.

Caso a votação não ocorra dentro desse prazo, o cenário se complica. A matéria só poderia ser avaliada a partir de fevereiro, com a reabertura dos trabalhos da Assembleia, ou em uma convocação extraordinária, hipótese considerada mais complexa porque os deputados devem priorizar as visitas ao interior no início do ano eleitoral.

Na Assembleia, a indicação de Otto Filho é tratada como praticamente consensual. Com apoio alinhado do governo Jerônimo Rodrigues (PT) e sinal verde da oposição, a tendência é que Ivana Bastos consiga costurar o acordo final para assegurar a votação dentro do prazo desejado.

Vale lembrar que, após a nomeação de Otto Filho ao TCE pelo governador, quem assume a cadeira na Câmara Federal é o suplente Charles Fernandes (PSD). O site já mostrou que a costura em favor do filho do senador também buscou contemplar os interesses do futuro titular da cadeira (*clique aqui para ler*).

Por Política Livre

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