Cúpula entre Trump e Putin acaba sem trégua na Ucrânia

A esperada cúpula entre Donald Trump e Vladimir Putin nesta sexta-feira (15) gerou o que ambos os presidentes chamaram de concordâncias acerca da Guerra da Ucrânia, mas a palavra cessar-fogo não surgiu nos comunicados feitos por ambos após 2 horas e 40 de conversas.

“Não há um acordo até haver um acordo. Grande progresso hoje, mas não chegamos lá ainda”, disse Trump ante repórteres a quem a palavra não foi passada, após terem interpelado Putin de forma incisiva na hora da foto de abertura do evento.

“Eu vou fazer algumas ligações. Vou ligar para os aliados da Otan, para [o presidente ucraniano Volodimir] Zelenski, para ver se ele concorda”, completou, cobrindo Putin de elogios por sua relação “fantástica” ao longo de anos difíceis. “Nós concordamos em vários pontos, faltam alguns. Talvez o mais importante”, disse, com o palco com as palavras “Buscando a Paz” ao fundo.

No avião a caminho de Anchorage, no Alasca, onde o primeiro encontro desde 2021 entre presidentes das duas maiores potências nucleares ocorreu, Trump havia dito que “ficaria triste” se o cessar-fogo que buscava arrancar de Putin não saísse do encontro.

Ao que parece, as horas com o russo arrefeceram seu ímpeto. Nenhuma palavra na entrevista sobre as “severas consequências” que ele novamente prometeu impor aos russos, na forma de sanções econômicas que atinjam parceiros de Moscou como China e Brasil.

Isso não quer dizer que elas não estejam prontas para serem aplicadas, é claro, mas nada transpareceu ainda. Ainda assim, Putin reforçou seus pontos usuais, falando que a guerra é uma “tragédia” entre povos “com a mesma raiz”, mas que é preciso trabalhar nas razões do conflito —sob sua perspectiva.

Putin manteve o semblante fechado em sua fala, e buscou inserir a Ucrânia em um contexto maior, equivalendo a posição da Rússia à dos Estados Unidos como grande potência. Nisso, a cúpula entregou um grande presente de imagem para o russo. É provável que acordos comerciais e negociações com armas nucleares já estejam no cardápio.

Dizendo que a relação entre EUA e Rússia estava “no pior nível desde a Guerra Fria” na gestão do antecessor de Trump, Joe Biden, afirmou que “precisamos ir do confronto ao diálogo”. “Eu e o presidente Trump temos um contato direto muito bom, nos falamos de forma franca”, disse.

Ao falar de Ucrânia, apenas disse que Trump e ele “chegaram a um acordo para pavimentar o caminho para a paz na Ucrânia”. “O presidente tem uma visão clara do que nós queremos atingir. Espero que os acordos de hoje sejam o início da solução”, disse, afirmando esperar que “Kiev e a Europa não torpedeiem os esforços”.

O fato de que nem Zelenski, nem europeus estavam presentes não foi citado, assim como a principal demanda de Putin, já colocada por escrito: a tomada de cerca de 20% da Ucrânia e a neutralidade militar do vizinho, que quer entrar na Otan, a aliança militar liderada pelos EUA.

Antes do encontro, Trump havia dito concordar que seria necessário haver “troca territorial” entre os rivais, embora isso só implique a Putin devolver algo que não é seu, tomado desde o início gda guerra que mudou o desenho da segurança global, em fevereiro de 2022.

Trump também havia condenado as ofensivas recentes de Putin, dizendo que elas não lhe trariam vantagem à mesa de negociação. Nada disso transpareceu nas anódinas declaração de ambos. Trump sugeriu que mais está por vir e que deverá se encontrar novamente com Putin, mas não citou a vontade de juntar Zelenski ao grupo que expressara antes.

“Nos vemos em Moscou”, brincou Putin.

A maratona de conversas começou às 11h32 (16h32 em Brasília). Trump pediu para ampliar o primeiro encontro com o russo, que seria a sós com intérpretes, incluindo o secretário Marco Rubio (Estado) e o negociador Steve Witkoff. Putin então levou o chanceler Serguei Lavrov e o assessor Iuri Uchakov.

Duas horas e 40 minutos depois, o fórum seria ampliado com os ministros russos Andrei Belousov (Defesa), Anton Siluanov (Finanças) e o czar de investimentos Kirill Dmitriev do lado russo. Já Trump trouxe também Pete Hegseth (Defesa), Scott Bessent (Tesouro) e Howard Lutnick (Comécio), além do diretor da CIA, John Ratcliff.

Mas o Kremlin então anunciou que haveria a entrevista coletiva dos presidentes.

A reunião foi a primeira entre os líderes entre os líderes desde 2019, quando Trump ainda estava em seu primeiro mandato e ambos se encontraram às margens da cúpula do G20 em Osaka. Ao todo, eles tiveram seis encontros antes de o republicano deixar a Casa Branca.

A visita em si foi uma vitória de Putin, que desde a invasão há três anos e meio é visto como um pária em boa parte do Ocidente. Em 123 países que reconhecem o Tribunal Penal Internacional, o russo não pode pisar sob risco de ser preso devido a uma ordem da corte, que o acusa de crime de guerra. EUA, Rússia e Ucrânia não estão na lista.

Trump, que alternou aproximações e ameaças a Putin desde que voltou ao poder em janeiro, não vendeu o ingresso do show de forma barata.

Putin teve de obedecer a um peculiar ritual para descer de seu avião ao mesmo tempo que o americano, atravessou uma alameda de caças avançados do rival e viu um bombardeiro desenhado para atacar a Rússia com armas nucleares sobrevoar a pista em Anchorage.

Com a memória da cúpula de 2018 com Putin, quando Trump humilhou-se publicamente ao curvar-se ao relato do russo acerca da suposta interferência no pleito americano de 2016, o republicano buscou blindar-se.

Ao cumprimentar Putin na pista, após aplaudi-lo, puxou-o com força para si, uma linguagem corporal de controle. Abandonou também o encontro a sós, com intérpretes, que o exporia a rumores de ser influenciado por Trump, adicionando mais duas testemunhas de cada lado.

Mas deu uma carona a Putin em sua limusine, algo inédito para ambos e a única oportunidade em que ficaram sozinhos em ambiente fechado ao longo do dia.

Os russos, de todo modo, aparentavam satisfação antes do encontro. Lavrov fez uma provocação pública a Kiev, vestindo uma malha com as iniciais em cirílico da União Soviética, país que englobava a Ucrânia até 1991 sob o comando de Moscou.

Igor Gielow/Folhapress

Prefeita Laryssa Dias participa da homenagem a Euclides Neto na 32ª Expo Ipiaú

Foto: Divulgação
Durante a 32ª Expo Ipiaú, realizada no Parque de Exposições José Thiara, a prefeita Laryssa Dias participou da homenagem ao ex-prefeito Euclides Neto, um dos idealizadores do parque e da exposição.

Em seu discurso, Laryssa lembrou com carinho o legado deixado por Euclides Neto, destacando sua importância para o desenvolvimento do município.

Na oportunidade, a prefeita disse que, na condição de filha de agricultor, sabe da importância de apoiar as iniciativas que fortalecem a agricultura e fomentam a economia da cidade.

A homenagem foi conduzida por Sergio Gondim, presidente do sindicato rural de Ipiaú, que promoveu o evento.
Foto: Divulgação
Antes da homenagem, alunos da rede municipal de ensino visitaram o memorial que conta a história dos 60 anos do parque de exposições.

Trump recebe Putin com tapete vermelho e show militar no Alasca

Foto: Reprodução/Instagram
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma deferência rara a Vladimir Putin nesta sexta-feira (15), recebendo o colega russo na pista da base aérea de Anchorage, no Alasca. Mas o fez a seu estilo, ostentando poderio militar americano.

Foi estendido um tapete vermelho a Putin, mas com um toque nada sutil de assertividade: quatro supercaças furtivos ao radar F-22 flanqueando o caminho do russo até um pequeno palco com a inscrição Alasca 2025. Um bombardeiro “invisível” B-2, modelo usado contra o aliado russo Irã em junho, fez um sobrevoo quando os presidentes se encontraram.

Os líderes participam da primeira cúpula do gênero desde 2021 com o foco na tentativa do republicano de obter uma trégua na Guerra da Ucrânia. Putin não visitava os EUA desde 2015, e nenhum líder de seu país esteve no Alasca, território vendido pela Rússia imperial aos americanos em 1867.

Para Putin, visivelmente satisfeito, mas reparando a demonstração militar, foi um momento único: desde que invadiu o vizinho em 2022, o presidente tornou-se um pária na maior parte do Ocidente. Trump, ainda que os EUA não reconheçam a corte internacional que pede a pisão do russo, simbolicamente o reabilitou como um igual.

Não que as mesuras tornarão o encontro, previsto para durar algo entre cinco e sete horas, fácil. Disse antes da reunião que caberá à Ucrânia decidir que território irá negociar para chegar a uma paz com a Rússia.

Além disso, sugeriu que irá voltar para casa “bem rápido” se não lograr obter um cessar-fogo do russo. “Não ficarei feliz se não for hoje”, disse a bordo do Air Force One, o avião presidencial que o levou de Washington a Anchorage. Putin, por sua vez, voou de uma escala em Magadan, no Extremo Oriente russo.

Trump pousou às 10h21 (15h21 em Brasília), enquanto Putin, que havia despachado um avião o precedendo para disfarçar, chegou às 10h52. O americano preparou o evento para se destacar: o Air Force One ficou enquadrado ao fundo do palco, enquanto o Iliúchin-96 do russo estacionou na perpendicular, obrigando o deslocamento do seu dono rumo ao republicano.

Ambos desceram ao mesmo tempo e, às 11h10, se cumprimentaram e trocaram palavras com sorrisos. Trump aplaudiu Putin. Andando rumo às respectivas limusines, que foram enviadas previamente a Anchorage, o russo se surpreendeu com o B-2 voando baixo, escoltado por quatro caças de quinta geração F-35.

Houve outra diatribe militar de Trump. A base também recebera na véspera dois bombardeiros furtivos B-2, mesmo modelo que participou do ataque ao aliado de Putin Irã em junho. Não é possível saber se ele estavam visíveis na pista quando o russo chegou.

Com a fala antes do encontro, o americano novamente tentar afastar de si a acusação de que irá definir o destino da Ucrânia a sós com Putin, sem a presença do presidente Volodimir Zelenski ou seus interessados aliados europeus, que temem que o apetite territorial do russo não se restrinja ao vizinho.

Assim, ele temperou sua retórica de que trocas territoriais serão necessárias para acabar com a guerra, algo visto como inevitável mas que não afeta em tese Putin, que deverá oferecer apenas áreas ocupadas no país vizinho que não estão na sua lista de demandas.

“Elas [as trocas] serão discutidas, mas eu tenho deixar a Ucrânia tomar a decisão. Mas eu não estou aqui para negociar pela Ucrânia, estou aqui para colocá-los [Putin e Zelenski] à mesa”, afirmou o americano, que quer uma reunião subsequente entre ele e os líderes rivais.

Zelenski também moderou suas críticas nesta sexta. Exasperado por ser excluído da cúpula, passou a semana advertindo Trump de que ele poderia ser enganado por Putin. Nesta sexta, disse que a cúpula pode abrir “o caminho para uma paz justa” e as conversas tripartites.

“É hora de acabar a guerra, e os passos necessários têm de ser tomados pela Rússia. Estamos contando com os EUA”, escreveu no Telegram. O americano, por sua vez, voltou a ameaçar “consequências severas” se Putin não quiser a paz, presumivelmente sanções que afetem seus parceiros externos, como China, Índia e Brasil.

Em um sinal contraditório, o americano conversou pela primeira vez no mandato, antes de voar, com o ditador da Belarus, Aleksandr Lukachenko. Em postagem, disse que o político, pária na Europa e vassalo de Putin, é um “respeitado presidente” com quem quer se encontrar.

Trump também afirmou que a posição militar favorável de Putin no campo de batalha, onde trabalha uma nova ofensiva que pegou os ucranianos de surpresa em Donetsk (leste), faz o russo achar incorretamente que está com a vantagem para negociar.

“Eu acho que eles estão tentando negociar [com a ofensiva]. Ele está tentando montar o palco. Na sua mente, isso o ajuda a fazer um acordo melhor. Na verdade isso o prejudica, mas em sua cabeça ele conseguirá um acordo melhor se continuar a matança”, afirmou.

Ao mesmo tempo, voltou a elogiar o russo. “Ele é um cara esperto, que vem fazendo isso há muito tempo. Então nós nos damos, há um bom nível de respeito de ambos os lados, sabe, algo virá disso”, afirmou.

Desde que Trump anunciou a cúpula no Alasca, há uma semana, houve uma retração relativa nos ataques aéreos contra cidades ucranianas, apesar dos avanços em solo de Putin.

Nesta sexta, houve atividade maior por parte de Kiev, que atingiu diversas regiões russas, matando 4 pessoas e ferindo 52 com ataques de drones. Ao menos uma refinaria pegou fogo, no sul do país.

Já na Ucrânia, além da ofensiva em Donetsk, ataques com drones e artilharia mataram ao menos sete pessoas em diversas regiões. Não houve, contudo, as temidas grandes salvas de mísseis balísticos, motivo de diversos alarmes aéreos em Kiev e outras cidades grandes ao longo do dia.

A cúpula está marcada para começar às 11h30 locais (16h30 de Brasília) em uma base militar em Anchorage, cidade que teve sua rotina mudada pelo encontro de última hora.

Houve uma mudança de última hora, que sugere temor de Trump de ser engambelado por Putin: o americano anunciou que irá fazer o primeio encontro com o russo, que seria só com intérpretes, ao lado do secretário Marco Rubio (Estado) e do negociador Steve Witkoff.

Depois haverá uma reunião expandida com suas delegações, um café da manhã e uma entrevista coletiva —que pode ou não ser conjunta, segundo a Casa Branca.

Em 2018, na única cúpula dos seis encontros que ambos tiveram no primeiro mandato de Trump, a entrevista conjunta foi considerada desastrosa para o americano, que disse que Putin era mais confiável que seus serviços de inteligência porque havia negado interferência na eleição de 2016.

Do lado russo, estarão presentes os ministros Serguei Lavrov (Relações Exteriores), Andrei Belousov (Defesa) e Anton Siluanov (Finanças), além do czar de investimentos Kirill Dmitriev e do assessor internacional Iuri Uchakov.

Trump terá consigo os secretários Rubio, Pete Hegseth (Defesa), Scott Bessent (Tesouro) e Howard Lutnick (Comécio), além de Witkoff e do diretor da CIA, John Ratcliff. Ainda haverá outros assessores e parlamentares.

A presença de nomes da área econômica de ambos os lados enfatiza o desejo de Putin de negociar não só Ucrânia, mas também a retomada das relações com os EUA. Trump elogiou isso. Já Dmitriev brincou com o tamanho da comitiva americana: “Emboscada. Estamos em menor número”, escreveu no X, adicionando um emoji sorridente.

Igor Gielow/Folhapress

Juízes pedem que CNJ autorize identificação de quem consulta seus salários

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil/Arquivo

A AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) pediu ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão fiscal do Judiciário, que altere as regras de transparência e autorize os tribunais a exigirem a identificação de qualquer cidadão que queira consultar, pela internet, dados nominais sobre a remuneração de juízes.

A solicitação, feita em processo administrativo, defende que a medida aumentaria a segurança da categoria e equipararia o Judiciário ao Ministério Público, onde já existe regra semelhante.

No documento, a AMB argumenta que a exigência garantiria um “nível mínimo de segurança” para magistrados e familiares, além de vedar o anonimato. A entidade cita norma do Conselho Nacional do Ministério Público (Resolução 281/2023) que condiciona a consulta aos salários de promotores e procuradores à prévia identificação do interessado.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) ingressou no procedimento como terceira interessada, apoiando a proposta.

Procurada, a AMB afirmou que o pedido não reduz a transparência do Judiciário e que as informações salariais de juízes e desembargadores seguirão públicas.

A medida, disse em nota, busca “conciliar o direito à informação com a garantia da segurança aos magistrados brasileiros”, citando levantamento segundo o qual a metade dos juízes já sofreu ameaças à vida ou à integridade física.

A associação afirma que o cenário agrava problemas de saúde e leva ao abandono da carreira. Diz também que a proposta se baseia na Resolução 281/2023 do CNMP, retomando dispositivo da antiga Resolução 215/2015 do CNJ.

Para a entidade, não há incompatibilidade entre transparência e identificação prévia de quem acessa os dados. Diz ainda que decisão do STF reconhece a divulgação de salários como legítima, mas passível de controle para evitar uso indevido e garantir responsabilização.

REMUNERAÇÃO

Segundo pesquisa divulgada pelo Movimento Pessoas à Frente, os salários de magistrados no serviço público aumentaram 49,3% no ano de 2024 –muito acima da inflação de 4,83% do período—, e as remunerações atingiram uma média de mais de R$ 65 mil.

O próprio CNJ (Conselho Nacional de Justiça) inflou seu quadro de juízes auxiliares nos últimos anos e pagou R$ 3,4 milhões em penduricalhos só nos cinco primeiros meses de 2025.

Bruno Morassutti, cofundador da Fiquem Sabendo, ONG especializada no acesso a informações públicas, critica a iniciativa da AMB. “Embora aleguem genericamente que ela é necessária para ‘proteção da segurança’, na prática é uma medida para coibir e constranger cidadãos de exercerem seu direito de fiscalizar o Judiciário”.

“O requerimento viola a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) e a LAI (Lei de Acesso à Informação) e já foi denunciado por nós quando as associações de promotores fizeram o mesmo perante o Conselho Nacional do Ministério Público”, afirma.

Em maio, uma articulação de 12 entidades —entre elas a Fiquem Sabendo, a Transparência Brasil e a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) — conseguiu que a Presidência da República vetasse dispositivos de um projeto de lei (PL 4.015/2023) que poderiam restringir o acesso a informações sobre remuneração de integrantes do Judiciário e do Ministério Público.

O veto, publicado em 7 de agosto no Diário Oficial, foi justificado pelo governo com o argumento de que a mudança poderia limitar a transparência e a fiscalização de gastos públicos.

O pedido da AMB será analisado pela Comissão Permanente de Tecnologia da Informação e Inovação do CNJ, que deve emitir parecer antes da deliberação do plenário

Mônica Bergamo/Folhapress

Prefeita Laryssa participa de reunião da rede de proteção às vítimas de violência contra a mulher

Na manhã desta sexta-feira (15), foi realizada, na sede do Fórum Jorge Calmon, uma reunião ampliada da rede de proteção às vítimas de violência contra a mulher. O encontro faz parte das ações do Agosto Lilás, mês de combate à violência contra a mulher e contou com a participação da Prefeita Laryssa Dias.

O evento foi promovido pela Prefeitura, em parceria com a Polícia Militar (Ronda Maria da Penha), Delegacia de Polícia, Delegacia da Mulher, Ministério Público, Defensoria Pública, CRAS, CREAS e Hospital Geral de Ipiaú (HGI).

Na abertura do encontro, a Prefeita destacou que diversas ações estão sendo realizadas durante todo este mês de agosto, nas unidades de saúde, escolas, CRAS, CREAS, na zona rural e também no distrito, para juntos combatermos a violência contra a mulher.

Estiveram presentes também as autoridades: Dra. Débora e Dr. Marcelo, da Defensoria Pública; a PM Rita Barreto; a Juíza Leandra Leal; representando o Poder Legislativo, as vereadoras Andreia e Mônica e o vereador Tony.

O encontro também contou com a participação de estudantes da Rede Municipal de Ensino, e também estudantes do CETEP, que apresentaram uma peça de teatro simbolizando a violência contra a mulher, transmitindo a mensagem de dizer não à violência doméstica.

Fernando Canuth / Decom PMI

Motta envia pedidos de cassação de Eduardo Bolsonaro para Conselho de Ética

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou para o Conselho de Ética da casa legislativa, nesta sexta-feira, 15, pedidos de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os quatro pedidos foram feitos por partidos governistas. Entre os autores das representações estão deputados do PT e do PSOL.

Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, é acusado de quebrar o decoro parlamentar ao agir naquele país na defesa de punições a autoridades brasileiras para beneficiar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em processo por tentativa de golpe de Estado.

Em entrevista à BBC News Brasil concedida em Washington (EUA) nesta quarta-feira, 13, Eduardo Bolsonaro afirmou estar disposto a “ir às últimas consequências” para retirar do poder o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo referiu-se ao ministro como “psicopata”, “mafioso” e “bandido”.

O filho “03” do ex-presidente classificou o Brasil como uma “ditadura” e alegou perseguição política a si, ao pai e a apoiadores. Ele acusou Moraes de usar o cargo para influenciar decisões do Congresso Nacional e disse que a mulher do ministro deveria ser alvo de sanções por suposto enriquecimento ilícito.

Levy Teles, Estadão Conteúdo

Hugo Motta emprega caseiro de fazenda em seu gabinete na Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), emprega em seu gabinete o caseiro de sua fazenda em Serraria (PB), cidade de 6.000 habitantes a 131 km de João Pessoa e a 225 km de Patos (PB), sua base eleitoral.

Ary Gustavo Soares é contratado como assessor do gabinete do parlamentar desde 2019. Atualmente, recebe R$ 7.200 em salários e auxílios pagos pela Câmara.

Ele ocupa o cargo de secretário parlamentar, que prevê 40 horas semanais e dedicação exclusiva, o que significa que o funcionário precisa trabalhar oito horas diárias e não pode ter nenhum outro trabalho público ou vínculo privado incompatível com a atividade parlamentar, segundo lei e normas da Câmara.

Procurado por meio de sua assessoria de imprensa desde quarta (13), Motta não se manifestou.

A Folha viajou até Serraria e conversou com funcionários atuais e antigos da fazenda, vizinhos e técnicos agrícolas que trabalham na região. Todos confirmaram que Ary trabalha como caseiro na propriedade.

Ele também figura em processo trabalhista movido contra a fazenda de Motta, respondendo como preposto da propriedade.

De acordo com o ex-funcionário Antonio da Costa, que foi tratorista no local até junho de 2023, o caseiro costuma chegar ao local no início da semana e fica até sexta-feira, dormindo na casa principal da propriedade.

Ele contou que o funcionário de Motta volta nos fins de semana para Patos, onde vive com sua família. Costa relatou que, como tratorista, recebia todas suas ordens diretamente de Ary.

O ex-tratorista processou a fazenda no segundo semestre de 2023, após ser demitido, por não ter carteira assinada. Ary foi o representante do empregador no processo. Costa venceu a ação e recebeu R$ 18 mil.

A reportagem foi na tarde da última terça-feira (12) até a entrada da fazenda, uma porteira azul às margens da rodovia PB-085. O caseiro tinha chegado poucas horas antes, por volta das 13h, vindo de Patos.

A Folha conversou com Ary pelo telefone de uma funcionária que fica na porteira da propriedade. O caseiro se recusou a sair do local, não quis responder às perguntas da reportagem e disse que qualquer assunto relativo à fazenda deveria ser tratado com Motta.

Essa funcionária, que se identificou apenas como Maria, confirmou que Ary trabalha na fazenda. “Ele passou aí já mais cedo hoje”, respondeu ao ser questionada se ele estava na propriedade.

O mesmo foi relatado por Juliana de Lima, funcionária da agência de extensão rural da Paraíba, que presta assistência para as fazendas locais.

Para entrar na fazenda, explicou, é necessário falar com Maria, que liga para Ary, que é quem autoriza a entrada na fazenda. “O pessoal lá é isolado”, acrescentou.

Além disso, um dos vizinhos da propriedade, que preferiu não se identificar, disse que quando tem questões a resolver com a fazenda de Motta, lida com Ary.

Cada deputado tem direito a uma verba de gabinete de R$ 133 mil por mês para contratar de 5 a 25 secretários parlamentares. Eles ganham entre R$ 1.584,10 e R$ 18.719,88, além de auxílio-alimentação e outras gratificações.

O trabalho desses funcionários é regido por uma lei, atos e regulamentos que estabelecem o tipo de trabalho vinculado à atividade parlamentar, o regime de dedicação, a carga horária e a limitação ao exercício de outras funções.

O ato da Mesa da Câmara dos Deputados 72, de 1997, diz, no artigo primeiro, que o cargo de secretário parlamentar tem por finalidade a prestação de serviço “direto e exclusivo” nos gabinetes para atendimento de atividades parlamentares.

O site da Câmara dos Deputados lista como impeditivo para exercer o cargo “possuir vínculo empregatício com empresa privada e/ou desempenhar quaisquer atividades em local e horário incompatíveis com o exercício do cargo em comissão”.

Já a lei 8.112, de 1990, que disciplina o regime jurídico dos servidores públicos, proíbe que funcionários exerçam outras atividades, o que inclui a atuação privada, “que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho”. Ary, segundo os relatos de testemunhas, passa quase toda a semana na fazenda.

Por sua vez, o ato da Mesa 24, de 2015, determina que funcionários da Câmara estão sujeitos à jornada ordinária de trabalho de 8 horas diárias e 40 horas semanais. Secretários parlamentares lotados nos estados de representação dos deputados podem cumprir jornadas de trabalhos estabelecidas por seus chefes.Pelas regras desse tipo de cargo, o secretário parlamentar não tem a obrigação de bater ponto presencialmente na Câmara.

Segundo políticos locais ouvidos pela Folha em Patos, Ary trabalha como motorista do presidente da Câmara na cidade, berço político do parlamentar, nos fins de semana. Durante a semana, quando Motta está em Brasília, cuida da fazenda.

O anexo do ato da Mesa 58, de 2010, estabelece que, na condição de assistente ou auxiliar, os secretários parlamentares podem conduzir veículos e prestar outros tipos de apoio. Qualquer função, no entanto, permanece submetida à exigência de “atendimento das atividades parlamentares”, sem permissão de atender a questões particulares do deputado.

Motta comprou a fazenda em março de 2023 por R$ 2,7 milhões, como revelou o portal UOL. Antes, ela pertencia ao ex-senador Raimundo Lira (Republicanos-PB).

A fazenda está registrada no nome de uma empresa que pertence à mulher do presidente da Câmara, Luana Motta, e a seus dois filhos, a Medeiros & Medeiros Ltda.

O local é a sede da Agropecuária Tapuio, nome fantasia de uma empresa do parlamentar, a Hugo M Wanderley da Nobrega Ltda. Foi essa empresa que Antonio da Costa processou para ter seus direitos trabalhistas reconhecidos.

A família do presidente da Câmara também emprega em cargos públicos dois parentes do caseiro.

A mulher dele, Isabella Perônico, tem um cargo no gabinete da avó de Hugo Motta, Francisca Motta. Seu salário é de R$ 14,3 mil mensais.

O irmão de Ary, André Guedes, é superintendente da PatosPrev, entidade que administra a previdência dos funcionários dessa área da cidade. Ele recebe R$ 13 mil por mês. O prefeito de Patos, responsável pela nomeação de André, é Nabor Wanderley, pai de Hugo Motta.

Em julho, a Folha revelou que Motta mantinha em seu gabinete na Câmara dos Deputados três funcionárias fantasma: a fisioterapeuta Gabriela Pagidis, a assistente social Monique Magno e a estudante de medicina Louise Lacerda.

Depois que a reportagem procurou Motta para ouvi-lo sobre o caso, Pagidis e Magno foram demitidas. Lacerda continua trabalhando no gabinete de Motta. Ela é filha e sobrinha de dois aliados do presidente da Câmara no seu estado natal.

Na ocasião, Motta afirmou que “preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações dos funcionários de seu gabinete, incluindo os que atuam de forma remota e são dispensados do ponto dentro das regras estabelecidas pela Câmara”.

Lucas Marchesini, Folhapress

PF e BPFRON realizam apreensão de agrotóxicos paraguaios


Guaíra/PR. Nesta quarta-feira (13/8), durante ação integrada, policiais federais e policiais militares do BPFRON/PMPR realizavam patrulhamento nas margens do Lago de Itaipu quando se depararam com uma motocicleta transportando um volume suspeito.

Quando da aproximação policial o criminoso/condutor abandonou o volume ao solo e evadiu por uma trilha em meio à mata ciliar, não sendo alcançado. Após verificação constatou-se que o volume se tratava de agrotóxico de origem paraguaia. Após buscas na região outros seis volumes de agrotóxico foram localizados, totalizando cerca de 210 kg.

Todo material apreendido foi encaminhado para a Delegacia da Polícia Federal em Guaíra para providências cabíveis.

Comunicação Social da Polícia Federal em Guaíra

PF em Curitiba apreende 1,8 tonelada de maconha em ônibus

Curitiba/PR. A Polícia Federal, na tarde desta quinta-feira (13/8), apreendeu 1.853 kg de maconha durante ação contra o tráfico de entorpecentes em Campo Largo/PR.

A droga foi localizada em um compartimento oculto de um ônibus que transportava 21 passageiros paraguaios. O veículo havia partido de Foz do Iguaçu/PR com destino a Blumenau/SC, segundo os ocupantes, para a realização de compras.
Para acessar o esconderijo dos entorpecentes, foi necessário o apoio do Corpo de Bombeiros, que realizou o corte da lataria do veículo, permitindo a retirada da carga ilícita.

Dois motoristas foram presos em flagrante e conduzidos à Superintendência da PF em Curitiba, onde permanecem à disposição da Justiça. A abordagem ocorreu por volta das 15h30, pela própria PF, e contou com a participação de policiais federais especializados no combate ao tráfico de drogas.

A ação foi resultado de um trabalho conjunto entre a Polícia Federal e a Secretaría Nacional Antidrogas (SENAD) do Paraguai, reforçando a cooperação internacional no combate ao tráfico de drogas na região de fronteira.
Comunicação Social da Polícia Federal no Paraná

Influenciador Hytalo Santos é preso em SP


O influenciador Hytalo Santos foi preso, na manhã desta sexta-feira (15), em Cotia, na Grande São Paulo. A informação foi confirmada pela promotora Ana Maria França, do Ministério Público da Paraíba.

O marido de Hytalo, Israel Natan Vicente, também foi preso, segundo a promotoria.
A defesa do influenciador e de seu marido não havia sido localizada até a publicação deste texto. O pedido de prisão foi feito pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) do MP da Paraíba.

Ele ganhou destaque na última semana após o youtuber Felca o acusar de lucrar com exposição sexualizada de adolescentes, é investigado pelo Ministério Público da Paraíba desde dezembro de 2024 por suspeita de exploração de crianças e adolescentes e por trabalho infantil.

Em posicionamento anterior, Santos havia repudiado as acusações de exploração. “Minha trajetória pessoal e profissional sempre foi guiada pelo compromisso inabalável com a proteção de crianças e adolescentes.”

O influenciador afirmou ainda que nunca ocultou ou obstruiu investigações. “Estou em viagem a São Paulo há mais de um mês e permaneço, desde o início, à disposição das autoridades para todo e qualquer esclarecimento, confiando que a verdade prevalecerá sobre qualquer tentativa de distorção.”

“Não aceitarei que minha imagem e meu trabalho sejam manchados por narrativas infundadas, e seguirei defendendo, com firmeza, a verdade e os valores que sempre nortearam minha vida”, acrescentou.

Hytalo é investigado pelo Ministério Público desde o fim do ano passado. Em outras ocasiões, ele já foi criticado pelos vídeos que publicava nas redes sociais, em que adolescentes e crianças aparecem em ambientes adultos, com poucas roupas e, em alguns casos, sendo sexualizados.

Ele promove vídeos com adolescentes que envolvem dinâmicas em que os jovens se beijam, frequentam festas com consumo de bebidas alcoólicas e aparecem em danças sensuais. No vídeo, Felca afirmou que o influenciador lucra com a sexualização juvenil.

A Folha apurou que Hytalo alega às autoridades que os pais autorizam que ele tenha tutela dessas crianças e adolescentes. Ele afirma ainda que os matricula em escolas particulares e arca com os gastos educacionais e, em troca, produz os conteúdos para redes sociais. Hoje, apenas duas adolescentes viveriam com ele.

Isabella Menon e Josué Seixas/Folhapress

Michelle desmente Zucco e nega churrasco na casa de Bolsonaro, que está em prisão domiciliar

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro desmentiu o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS) após ele afirmar, em vídeo, que faria um churrasco durante visita ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), em prisão domiciliar. Ela negou a informação e disse que o encontro teve caráter restrito e breve

Em nota publicada nos stories do seu perfil no Instagram, Michelle disse que “tal evento (churrasco) não ocorreu” e que a visita de Zucco foi “breve e voltada exclusivamente a fins humanitários – e não conforme divulgado pelo parlamentar em vídeo, no qual, ao deixar sua residência, afirmou que realizaria um churrasco em minha casa”.

“Solicito a colaboração dos próximos visitantes autorizados para que compreendam e respeitem a sensibilidade do momento, abstendo-se de atitudes que possam deturpar a finalidade da visita ou prejudicar a imagem do presidente Jair Bolsonaro”, acrescentou a ex-primeira-dama.

O vídeo em questão, já apagado, mostrava o líder da oposição na Câmara segurando duas peças de carne e dizendo que prepararia uma refeição para Bolsonaro. “Agora eu vou lá fazer uma carne para ele, já que a picanha que esse aí prometeu não cumpriu. Vou lá fazer uma carne para o meu amigo, meu líder, nosso líder, Jair Bolsonaro”, disse Zucco, no vídeo, exibindo duas peças de carne.

O deputado faz uma menção, sem citar nome, à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda candidato em 2022, ao Jornal Nacional, da TV Globo. “O povo tem que voltar a comer um churrasquinho, a comer uma picanha e tomar uma cervejinha”, afirmou o petista na ocasião.

Sem mencionar nomes, o ex-ministro Fábio Wajngarten também criticou a “instrumentalização política” das visitas a Bolsonaro Em publicação no X (antigo Twitter), pediu “respeito ao momento” vivido pelo ex-presidente e sua família. “Tem oportunistas indo ou pretendendo visitar o presidente apenas para sair lacrando. Boas ações se fazem de maneira silenciosa, discreta e anônima”, completou.

Poucas horas após a publicação de Michelle, o deputado Zucco se retratou em suas redes sociais. “Nunca afirmei que o churrasco de fato aconteceu, era apenas uma intenção. Peço desculpas a ele e à primeira-dama se a minha atitude causou desconforto a sua família”, escreveu no X.

Segundo Michelle, alguns parlamentares têm pedido autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para visitar Bolsonaro, e as permissões são concedidas “de forma pontual”.

A ida de Zucco foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso em que Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado e, por isso, responsável por analisar os pedidos incluídos no processo.

Outros aliados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), também tiveram autorização para encontros presenciais.

Jair Bolsonaro aguarda julgamento sobre a acusação de tentar um golpe de Estado após perder a reeleição para Lula.

Em registro compartilhado por Zucco no Instagram, o deputado descreveu a visita realizada ao ex-presidente. “Fui lá como um amigo, para conversar e falar que estamos juntos, falar do trabalho na Câmara e no Senado e como a sociedade está enxergando essa perseguição”, afirmou.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 53% dos brasileiros consideram que Moraes está seguindo o que determinam as leis e a Constituição do País no julgamento contra Bolsonaro. Enquanto isso, 39% acreditam que ele está sendo injustiçado pelo ministro por conta “motivos políticos”.

Raisa Toledo/Estadão Conteúdo

Rui Costa chama Eduardo Bolsonaro de “traidor” e critica sanções dos EUA ao Brasil e ao Mais Médicos

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, classificou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como “traidor” por articular, junto a autoridades dos Estados Unidos, sanções contra o Brasil e contra autoridades nacionais. Em entrevista à Rádio Metrópole, Rui comparou o parlamentar a um “Judas” e afirmou que ele atua contra a economia, empresários e indústria do país. As críticas ocorreram após Eduardo declarar esperar que os EUA ampliem sanções e tarifas econômicas em razão do julgamento de Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. A informação é do jornal “O Globo”.

O Brasil foi incluído pelo ex-presidente Donald Trump na lista de países que sofrerão sobretaxa de 50% sobre produtos, tornando-se o primeiro alvo fora do grupo inicial divulgado em abril. Eduardo defendeu a medida, afirmando que o país “merece” a tarifa por, segundo ele, viver “sob uma ditadura” e pelas ações do presidente Lula e de Moraes. O deputado também disse que os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, “estão no radar” de autoridades americanas.

Rui Costa também criticou a decisão dos EUA de revogar vistos de brasileiros que atuaram no programa Mais Médicos, chamando-a de “ataque infundado”. Segundo o ministro, o argumento americano é falso, já que a última seleção do programa contou com mais de 90% de profissionais com CRM no Brasil. Entre os atingidos pelas sanções estão Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman, ex-integrantes do Ministério da Saúde que participaram do planejamento e execução do Mais Médicos.

Mercadinho Deus te avisa que estará aberto todos os domingos das 08 aaté as 13h


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Mercadinho Deus Te Ama, Praça Salvador da Matta, 194, Antiga Praça da Feira, Ipiaú; Paulo Bento e sua equipe agradece aa preferência. 

STF analisa validar descontos de R$ 5,7 bilhões de empresas da Lava Jato

O STF (Supremo Tribunal Federal) iniciará nesta sexta-feira (15) a análise da validade de descontos concedidos pela União a empreiteiras que assinaram acordos de leniência no âmbito da Operação Lava Jato, que devem reduzir ao menos R$ 5,7 bilhões do que seria pago originalmente.

A tendência é a de que o relator da ação, o ministro André Mendonça, vote pela homologação (validação) das renegociações.

No entanto, o julgamento também deverá definir outras questões, como em quais ocasiões empresas podem fazer leniências e se as renegociações poderão ser estendidas a outras companhias que fecharam esse tipo de acordo.

O julgamento estava previsto para ser iniciado no plenário virtual do Supremo (sistema no qual os ministros apresentam os seus votos) no dia 8 de agosto, mas foi retirado de pauta por Mendonça e remarcado para esta sexta.

A justificativa é de que houve erros de revisão e foi necessário fazer ajustes no voto, o que adiou a votação em uma semana.

A previsão é de que a sessão, que começa às 11h desta sexta, seja encerrada no dia 22. No entanto, o ministro Flávio Dino já sinalizou que pode pedir vista (mais tempo para análise) e paralisar o julgamento.

Internamente, a avaliação é de que o ministro considerou alguns trechos tecnicamente mal amarrados e iria propor uma solução jurídica diferente.

A renegociação que será levada para validação no Supremo foi concluída no ano passado pela União com as empreiteiras UTC, Braskem, OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Nova Participações e Odebrecht.

O valor de R$ 5,7 bilhões de desconto às empresas aparece em nota técnica do TCU (Tribunal de Contas da União) juntada ao processo.

Um acordo de leniência é uma espécie de delação premiada de uma empresa, na qual ela aponta irregularidades que foram cometidas e aceita pagar uma multa em troca de benefícios na Justiça.

De acordo com a CGU (Controladoria-Geral da União), para fechar a renegociação foram consideradas a possibilidade de continuação das atividades econômicas das empresas, com preservação de emprego na construção civil.

Além disso, disse a CGU, a renegociação provocaria “o fortalecimento do mecanismo da consensualidade para superação dos conflitos no Judiciário”.

Apesar dos descontos, não houve mudanças de versão nas irregularidades admitidas pelas empresas.

Entre outros benefícios, a renegociação substitui a Selic pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) como indexador de saldos devedores de empresas. Ela também muda o cronograma de pagamentos e possibilita a utilização de créditos de prejuízo fiscal para pagar até 50% do saldo devedor.

A origem dos descontos mais importantes dessa renegociação veio de um dispositivo sobre créditos tributários incluído em uma lei que tratava de financiamento estudantil, de 2022, sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

O relator da medida provisória que foi convertida à época em lei era Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados.

Como a Folha mostrou, a discussão no STF pode apontar se os descontos concedidos às empreiteiras da Lava Jato também vão valer para outras empresas sob investigação.

Uma possível beneficiária, caso esse entendimento prevaleça, é a J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. A empresa fechou com o Ministério Público Federal um acordo que previa um pagamento de uma multa no valor de R$ 10 bilhões.

A ação que trata de leniências no Supremo é uma ADPF (Ação por Descumprimento de Preceito Fundamental, processo que tem o objetivo de proteger a Constituição) apresentada em 2023 pelos partidos PSOL, PC do B e Solidariedade.

Nela, os partidos pediam que houvesse a suspensão do pagamento de multas “em todos os acordos de leniência celebrados entre o Estado e empresas investigadas durante a Operação Lava Jato” até agosto de 2020.

Na ocasião, foi firmada uma cooperação técnica entre setores de combate à corrupção do governo e o Ministério Público, definindo diretrizes para essas tratativas.

Ainda de acordo com os partidos, as punições aplicadas nos acordos de leniência foram prejudiciais às empresas. A ação pedia que eles fossem revistos e que houvesse uma interpretação do Supremo que afastasse “de uma vez por todas, a hermenêutica punitivista e inconstitucional do lavajatismo” nos acordos.

A mesa de negociação entre as empresas e a União foi instalada por Mendonça em fevereiro de 2024, em reação às decisões do ministro Dias Toffoli de suspender o pagamento de multas das leniências da J&F e da Odebrecht.

Ao anunciar a abertura da mesa de negociação, o ministro defendeu os acordos de leniência como instrumento de combate à corrupção e afirmou que a conciliação não serviria para que seja feito “revisionismo histórico” do ocorrido na Lava Jato.

José Marques/Folhapress

PF investiga Silas Malafaia no mesmo inquérito que Bolsonaro e Eduardo

A PF (Polícia Federal) incluiu o pastor Silas Malafaia no inquérito que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo, segundo a GloboNews.

O caso, aberto em maio e sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no STF (Supremo Tribunal Federal), apura supostas ações contra autoridades, contra o tribunal e agentes públicos, além de articulação para obtenção de sanções internacionais contra o Brasil.

Malafaia organizou o ato de apoio a Bolsonaro em 3 de agosto, no qual o ex-presidente participou por vídeo transmitido em redes sociais de terceiros. A aparição resultou, no dia seguinte, na decretação de prisão domiciliar do ex-presidente.

Moraes decidiu abrir o inquérito após ministros do tribunal se queixarem do que consideraram falta de ações do Itamaraty na escalada de investidas do governo americano contra a corte a partir da atuação de Eduardo. Na avaliação de parte dos magistrados do Supremo, as ameaças mereciam um posicionamento mais enfático da chancelaria.

As condutas investigadas incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Procurado, Malafaia disse à reportagem que a investigação em curso “é mais uma prova de que o Estado democrático de Direito está em perigo no Brasil”.

Ele afirmou que aprendeu a “respeitar e considerar a Polícia Federal”, que chamou de “instituição que é um orgulho para nós”. Mas disse também haver uma PF “de Lula e Alexandre de Moraes que promove perseguição política”.

Malafaia rechaçou a acusação que o pôs na mira da polícia. “Que obstrução de Justiça eu fiz? Eu nem falo inglês, não tenho contato com autoridades. Que abolição violenta do Estado democrático eu participo? Ou organização criminosa? Isso é uma afronta para tentar me calar, porque há quatro anos eu denuncio em mais de 50 vídeos os crimes de Alexandre de Moraes.”

Ele afirmou que não vai parar e que pretende “aumentar minha voz” contra o que considera desmandos do ministro do STF que “instituiu o crime de opinião”.

O pedido de abertura de investigação contra Eduardo partiu oficialmente do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O procurador-geral afirmou ainda que a ofensiva de Eduardo, por suas declarações públicas, aumentou à medida que o Supremo avança com o processo sobre a trama golpista —o pai, militares e aliados são réus na ação penal.

Um dos crimes citados na representação é o de coação no curso do processo, previsto no artigo 344 do Código Penal. O crime trata do uso de violência ou grave ameaça contra autoridade ou envolvidos no processo judicial, policial ou administrativo a fim de favorecer interesse próprio ou alheio.

Esse seria o caso de Eduardo, que abertamente promove sanções contra autoridades ligadas à ação penal no STF que julga Jair Bolsonaro. A especificidade do caso, entretanto, pode dificultar o enquadramento, na opinião de alguns especialistas.

O texto também fala sobre promover, constituir, financiar ou integrar organização criminosa e cita penas para quem impede ou embarace a investigação.

No ato da avenida Paulista no início de agosto em defesa da anistia a Bolsonaro, Malafaia criticou os presidenciáveis da direita que não compareceram à manifestação bolsonarista e afirmou que eles não estiveram presentes por “medo” do STF. O pastor transmitiu a manifestação em seu canal oficial do YouTube.

Em suas redes sociais, atacou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), chamando-o de “traidor”, por não assinar o pedido de impeachment de Moraes.

Laura Intrieri/Anna Virginia Balloussier/Folhapress

Caixa libera abono salarial para nascidos em novembro e dezembro

Cerca de 3,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada nascidos em novembro e dezembro e que ganham até dois salários mínimos podem sacar, a partir desta sexta-feira (15), o valor do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) em 2025 (ano-base 2023). A quantia está disponível no Portal Gov.br.

A Caixa Econômica Federal liberará pouco mais de R$ 4,24 bilhões neste mês. Aprovado no fim do ano passado, o calendário de liberações segue o mês de nascimento do trabalhador. Os pagamentos começaram em 17 de fevereiro e terminam nesta sexta-feira.

O trabalhador pode conferir a situação do benefício no aplicativo Carteira de Trabalho Digital.

Neste ano, R$ 30,7 bilhões poderão ser sacados.

Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial deste ano será pago a 25,8 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, cerca de 22 milhões que trabalham na iniciativa privada receberão o PIS e 3,8 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito ao Pasep. O PIS é pago pela Caixa Econômica Federal e o Pasep, pelo Banco do Brasil.

Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos foram divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento. O saque tem início nas datas de liberação dos lotes e acaba em 29 de dezembro. Após esse prazo, será necessário aguardar a convocação especial do Ministério do Trabalho.

Agência Brasil

Mudança no foro privilegiado esfria e partido fala em acionar STF

A articulação para proteger deputados iniciada após o motim que colocou em xeque a autoridade de Hugo Motta (Republicanos-PB) esfriou nos últimos dias na Câmara, em meio ao aumento da resistência de partidos de esquerda e centro e a discussões com maior apelo popular, como a de adultização.

O recuo passou a se manifestar em discursos públicos diante das críticas à pauta corporativista. Presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP) afirma que o projeto seria “totalmente inconstitucional”. “Acho que é um absurdo tirar poderes do Supremo Tribunal Federal. Então eu vou entrar no Supremo justamente por isso. O foro privilegiado é uma conquista que a gente não pode retroceder.”

Ao longo da semana, houve a sinalização de outros partidos de que o tema não estaria entre suas prioridades, como o PSD, de Gilberto Kassab, além das legendas de esquerda.

Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) afirma que o tema não tem apoio dos petistas. “Num momento como esse que estamos vivendo no país, nossa prioridade é o projeto do senador Alessandro Vieira [contra a adultização] e a isenção do Imposto de Renda”, complementa.

O foro seria discutido em uma PEC (proposta de emenda à Constituição), que exige 308 votos em dois turnos. Com a divisão no próprio centrão, atingir o quórum ficou mais arriscado, o que fez parte dos parlamentares migrarem para a defesa do reforço das prerrogativas do cargo.

Outro ponto que foi ponderado internamente é que insistir no foro abriria uma nova frente de embate do Congresso com o STF (Supremo Tribunal Federal).

Danielle Brant/Folhapress

José Américo Castro lança livro de poesias com recursos da PNAB

Na noite desta sexta-feira, 15 de agosto,  acontece no Salão do Plenário da Câmara Municipal de Ipiaú, às 20 horas,  o lançamento do  livro de poesia “DA ESSÊNCIA”. da autoria do jornalista José Américo Castro.

A obra reúne mais de 70 poemas em estilo lírico, curtos, com pegadas românticas e cânticos de louvor à natureza. Muitos dos poemas estavam, há décadas, na gaveta, quase no esquecimento, outros são mais recentes. A maioria inédita.

A publicação, com o selo da editora Via Literarum, foi viabilizada com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura – PNAB (Lei nº 14.399/2022), Ministério da Cultura, através da Prefeitura Municipal de Ipiaú, Secretaria da Cultura, Esportes, Turismo e Eventos

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