Comissão do Senado aprova unificação de ICMS para importados
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou na tarde
desta quarta-feira (11) resolução que unifica a alíquota do ICMS
(Imposto Sobre Mercadorias e Serviços) cobrada sobre produtos importados
em operações interestaduais.
A proposta é prioritária para o governo federal por acabar com a chamada
guerra dos portos. Apenas sete dos 23 senadores membros da CCJ votaram
contra a matéria, que segue agora para a CAE (Comissão de Assuntos
Econômicos).
Os maiores opositores da resolução são os Estados do Espírito Santo,
Santa Catarina e Goiás, que dizem ser os maiores prejudicados, alegando
perdas de receita que os deixariam "de joelhos".
"A batalha continua na CAE. Precisamos de uma alternativa, uma
transição, e esperamos que o governo reabra as negociações, como havia
se comprometido", afirmou o governador do Espírito Santo, Renato
Casagrande (PSB), presente à sessão.
O relator do texto na CCJ, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que pedia a
inconstitucionalidade da resolução, afirmou que, com a medida, o
governo federal deixava os Estados afetados em situação de "humilhação e
descriminação".
"Os Estados do Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás estão sendo
sepultados. O sentimento que temos é de cerco e aniquilamento."
Se a medida desagradou os três Estados, também não foi unanimidade entre especialistas, que consideram a mudança insuficiente.
"A guerra tarifaria é fruto do governo não ter feito reforma fiscal no
país. A medida é um paliativo. Ajuda a indústria, mas não resolve,
porque o custo Brasil é muito elevado ainda", disse Pedro Galdi,
estrategista-chefe da corretora SLW, citando entre setores que serão
beneficiados o de produção de aço.
"Por mais que se crie esse mecanismo inibindo a importação, tem outros
fatores, a indústria não está encolhendo agora, está encolhendo há
muitos anos", acrescentou.
Senadores já afirmaram na terça-feira que pedirão vistas da matéria na
CAE, impossibilitando sua ida ao plenário --onde precisa ser aprovada
para entrar em vigor-- nesta semana e como pressão para o governo
negociar.
Segundo Casagrande, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia se
comprometido com os três governadores de construir uma transição, mas há
três semanas "o governo se fechou".
Folha.com
Oposição quer cargo de comando em CPI sobre caso Cachoeira
Líderes da oposição brigam para conseguir ficar com algum cargo de
comando na CPI que vai investigar as relações políticas do empresário
Carlos Cachoeira, preso sob acusação de explorar o jogo ilegal.
A intenção é que ou DEM ou PSDB fique com presidência ou relatoria na
comissão. A tradição no Congresso, no entanto, é que as maiores bancadas
fiquem com esses cargos. Por essa lógica, o PMDB do Senado ficaria com a
presidência e o PT na Câmara com a relatoria.
"Esperamos que essa CPI não seja chapa branca. A CPI normalmente é um
instrumento da minoria, mas neste caso, ela é de todos", afirmou o líder
do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE). "Se não tivermos nada
vai ficar claro que o governo quer conduzir as investigações da forma
como convier aos seus", completou o líder do DEM, ACM Neto (BA).
Mais cedo, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), já havia
confirmado que a CPI do Cachoeira deve seguir a tradição. Em sua
opinião, para a oposição ficar com cargos de comando seria preciso um
amplo acordo entre os líderes.
TEXTO
Durante todo o dia, líderes da Câmara e do Senado negociam o texto a ser
apresentado para o início dos trabalhos da CPI. O documento deve obter
apenas o objetivo sucinto das investigações, mas ele já causa polêmica.
Alguns deputados, principalmente do governo, defende que a CPI se limite
a descobrir as relações do empresário com congressistas. Alguns, no
entanto, acham que ela deve analisar os três Poderes além de empresas
privadas.
Para Maia, ela deve se debruçar sobre o setor público e privado. Ainda
para o presidente da Câmara, a comissão deve sair do papel no meio da
semana que vem.
Fonte Folha.com
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